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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 103 – 19 de Abril de 2009

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)

 

Natureza e identidade
dos Espíritos

“A melhor de todas as provas de identidade dos Espíritos está na linguagem e nas circunstâncias fortuitas” (Allan Kardec). (1)


Disse Jesus que uma árvore se deixa conhecer pelos seus frutos, não podendo uma árvore má dar bons frutos nem uma árvore boa dar maus frutos...

O “discípulo amado” recomendou – explicitamente – que não podemos jamais descurar de “experimentar se os Espíritos são de Deus”, numa clara alusão ao cuidado que devemos ter quando caminhamos portas adentro do Espiritismo prático. Nessa delicada e especialíssima área, a mistificação, o engodo e os alçapões armados pelos inimigos da luz são terríveis, porém, evitáveis escolhos.

Aprendemos com o Mestre Lionês que: (2)

“se a fidelidade absoluta dos Espíritos é, em muitos casos, uma questão acessória e sem importância, o mesmo já não se dá com a distinção a ser feita entre bons e maus Espíritos. Pode ser-nos indiferente a individualidade deles; suas qualidades, nunca.  

Já dissemos que os Espíritos devem ser julgados, como os homens, pela linguagem de que se utilizam. Suponhamos que um homem receba vinte cartas de pessoas que lhe são desconhecidas. Pelo estilo, pelas idéias, por uma imensidade de indícios, enfim, verificará se aquelas pessoas são instruídas ou ignorantes, polidas ou mal-educadas, superficiais, profundas, frívolas, orgulhosas, levianas, sentimentais etc. Assim, também, com os Espíritos. Devemos considerá-los correspondentes que nunca vimos e procurar conhecer o que pensaríamos do saber e do caráter de um homem que dissesse ou escrevesse tais coisas.

Pode estabelecer-se como regra invariável e sem exceção que: a linguagem dos Espíritos está sempre em relação com o grau de elevação a que já tenham chegado. Os Espíritos realmente superiores não só dizem unicamente coisas boas, como também as dizem em termos isentos, de modo absoluto, de toda trivialidade. (...) Mesmo entre os adeptos do Espiritismo, a questão da identidade dos Espíritos é uma das mais controvertidas. Os Espíritos não têm “R.G.” ou “C.P.F.” e sabe-se com que facilidade alguns dentre eles tomaram nomes que não lhes pertenciam. Esta, por isso mesmo, é, depois da obsessão, uma das maiores dificuldades do Espiritismo prático. Há uma distinção que importa fazer: à medida que os Espíritos se purificam e se elevam na hierarquia, os caracteres distintivos de suas personalidades se apagam, de certo modo, na uniformidade da perfeição; nem por isso, entretanto, conservam eles menos suas individualidades. Nesse passo, os nomes que tiveram na Terra, em suas inumeráveis reencarnações, passam a ser coisa de absoluta insignificância. Dado, porém, que de nomes precisamos para fixarmos as nossas idéias, podem eles tomarem o de uma personagem conhecida, cuja natureza mais identificada seja com a deles. É assim que os nossos Amigos Espirituais se dão, às vezes, a se conhecer pelos nomes que nos são familiares, e geralmente pelo daquele que nos inspire mais simpatia. Segue-se daí que se um Espírito se dá a conhecer pelo nome de S. Pedro, por exemplo, na verdade, nenhuma garantia podemos ter que realmente trata-se desse Santo. Tanto pode ser ele, como um Espírito inteiramente desconhecido, mas pertencente à família dos Espíritos de que faz parte S. Pedro; e, assim, estar autorizado a falar em seu nome.

Agora, o caso muda, completamente, de figura, quando um Espírito de ordem inferior se adorna com um nome respeitável, para que suas palavras mereçam crédito e este caso é de tal modo frequente que toda precaução não será demasiada contra semelhantes substituições. Graças a esses nomes de empréstimo, e sobretudo com o auxílio da fascinação, que alguns Espíritos sistemáticos, mais orgulhosos do que sábios, procuram tornar aceitas as mais ridículas idéias.

A questão da identidade é, como dissemos, quase indiferente quando se trata de instruções gerais, uma vez que os melhores Espíritos podem substituir-se mutuamente, sem maiores consequências. Ora, desde que o ensino seja bom, pouco importa que aquele que o deu se chame Pedro ou Paulo. O julgamento deve sempre ter por base a qualidade e não as insígnias do Espírito.

Para que nosso trânsito pelo Espiritismo prático não se torne mera aventura de consequências imprevisíveis, faz-se mister conscientizarmo-nos da seriedade desse assunto, e, por assim considerá-lo, Allan Kardec desenvolveu em cinquenta e sete parágrafos, no capítulo vinte e quatro, de “O Livro dos Médiuns”, itens 267 e 268, importantíssimas questões que, ignoradas, certamente nos envolverão em verdadeiros e caudalosos desastres no mister mediúnico.

Finalizemos com uma importante observação de São Luís (3):

“Qualquer que seja a confiança legítima que vos inspirem os Espíritos que presidem aos vossos trabalhos, uma recomendação há que nunca será demais repetir e que deveríeis ter presente sempre na vossa lembrança, quando vos entregais aos vossos estudos: é a de meditar, é a de submeter ao cadinho da razão mais severa todas as comunicações que receberdes; é a de não deixardes de pedir explicações necessárias a formardes opinião segura, desde que um ponto vos pareça suspeito, duvidoso ou obscuro”.

 

Referências:

(1) Kardec, A. in O Livro dos Médiuns. Capítulo XXIV, item 260.

(2) Kardec, A. in O Livro dos Médiuns. Capítulo XXIV, itens 255, 256, 262 e 263.

(3) Kardec, A. in O Livro dos Médiuns. Capítulo XXIV, item 266.

 

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita