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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 103 – 19 de Abril de 2009

PAULO DA SILVA NETO SOBRINHO
pauloneto@ghnet.com.br
Guanhães, Minas Gerais (Brasil)
 

A irresponsável discriminação contra os homossexuais

“Não vim para os sãos”.
(Jesus)

Introdução - Pensávamos que nós, os espíritas, pelo nível de conhecimentos que somos obrigados a ter, que temos que ler muito, seríamos as únicas pessoas capazes de entender os homossexuais, de forma a não ter qualquer tipo de discriminação contra eles. Mas, infelizmente, temos que concordar, há no meio espírita essa vergonhosa e incompreensível discriminação contra essas pessoas. Nem ousaremos falar de outros tipos de discriminação, pois seriam muitas a enumerar. Relataremos, pois, a que nos interessa no momento.

Não
pudemos deixar de ficar sensibilizados pelo pedido de socorro de uma pessoa que sofre esse tipo de preconceito. Vamos, por razões óbvias, omitir o nome verdadeiro, mas sentimo-nos na obrigação moral de fazer este relato, desejando que sirva de alerta aos espíritas, para dizer que essas pessoas também têm sentimentos como todo mundo os tem. 

O desesperado pedido de socorro
– Eis a mensagem que recebemos:  


De: Um amigo homossexual

Enviada
em: terça-feira, 28 de setembro de 2004 11:42
Para
: pauloneto@ghnet.com.br
Assunto
: Paulo, meu amigo, se possível me oriente.

Olá amigo,

Estou estudando a partir de suas mensagens, quanta coisa boa, e estou repassando a amigos espíritas meus, de quando eu era da AOL. Paulo, quando puder me envie um texto seu, quero a sua opinião, amigo. Porque desde que conheci a doutrina espírita, aos 17 anos, estou hoje com 44, é que sofro em me adaptar à doutrina, devido à questão sexualidade. Olha amigo, mesmo sendo uma pessoa discreta e procurar disciplinar sempre os meus impulsos sexuais, eu sou homossexual, desde a infância que descobri isso.

Essa minha sexualidade sempre entrou muito em conflito com a doutrina e a mediunidade, porque eu sempre procurei resposta para essa diferença, que aliás não é nada fácil. Na maioria das vezes encontrei recriminação, principalmente nos livros. O Dr. Jorge Andrea chega ao ponto de afirmar que todos nós homossexuais somos vítimas de vampirismo, com o que não concordo. Qualquer um de nós, seja qual for a nossa sexualidade, se abusamos estamos em perigoso processo de obsessão. Paulo, já tive minha fase de farras, de procuras, hoje, com a doença, com condilomas genitais, estou bem mais quieto, isso contudo não impede caso apareça alguém em minha vida eu tentar amar e ser amado. Mas os espíritas falam em canalizar energias para outros ramos, como se fosse fácil matar seu desejo sexual assim de um momento para outro. Isso, amigo, sempre me deixou angustiado, aí vinha o sentimento de culpa, o achar que não era digno da doutrina, que blasfemava ao falar em evangelho quando na verdade era um homossexual marginalizado por alguns irmãos de fé. Paulo, se possível me oriente. Tenho andado muito deprimido devido a esse fato.

Abraços fraternos,

Um amigo homossexual.


Nossa
resposta Enviamos ao confrade, a título de resposta, a mensagem abaixo:

Caro
Amigo,

Um
dos grandes problemas é que sempre trataram essa questão como se todos os homossexuais fossem pervertidos, quando, na realidade, outros fatores podem explicar muitos casos.

O que a maioria ignora ou não faz a mínima questão de saber é que, se o homossexualismo for mesmo uma perversão, como poderiam nos explicar essa ocorrência entre os animais. Veja bem, os animais, normalmente, fazem sexo apenas nas épocas de procriação, e o lógico seria a busca do parceiro do sexo oposto, mas está provado, por observações científicas, que entre eles também ocorre a atração por indivíduos do mesmo sexo.

Há uns tempos atrás, estava procurando algo interessante na televisão, quando sintonizei a TVE, que estava passando um documentário sobre o comportamento dos chimpanzés. Valeu a pena, pois esse documentário foi de alta qualidade.


Bom
, nele foi mostrada essa questão entre eles, onde se verificou, tanto entre os adultos quanto entre os jovens, a relação sexual de “macho com macho” e de “fêmea com fêmea”. Exatamente como acontecem entre nós os humanos, os chimpanzés praticam o homossexualismo e, inclusive, a masturbação, tida antigamente comopecado mortal”.

É daí que lhe digo, caro amigo, que as pessoas que discriminam os homossexuais são de dois tipos: os ignorantes e os fanáticos religiosos. E por falar em religião, após a morte de Jônatas, Davi faz um cântico, que deveria ser cantado por todo o povo de Israel, onde ele diz textualmente que amava a Jônatas mais que o amor das mulheres (leia: 1 Sm 20, 17; 20,41-43; 2Sm 1, 17-18.26).


Por
outro lado, existem pessoas que, para o público, são normais, mas o seu pensamento poucos teriam coragem de acessar, tamanha a perversão, que não transformam em ação, por motivos muito fortes.

Gostaria que pensasse da seguinte forma: posso até ser assim, mas não mato ninguém, não roubo as pessoas, não uso de violência para com os outros, não estupro crianças, e inúmeras outras coisas, que, a meu ver, são muito piores do que o que você faz. Daí, não há nenhuma razão para você se sentir diminuído em relação a ninguém. Se não o entendem, azar o deles, pois o compromisso, perante a justiça divina, será deles.

Se me permite, vou lhe sugerir o livroVocê e a Reencarnação”, de Hernani Guimarães Andrade, CEAC, onde o autor trata dessa questão com o devido respeito que ela merece. No capítulo IX – Homossexualismo e Reencarnação, fala do assunto de forma tão elevada, que poucos teriam competência para dizer da forma como aborda esse tema.


Quanto
a frequentar uma Casa Espírita, como infelizmente espíritas que também discriminam, recomendo que procure uma com grande frequência, quem sabe você possa frequentar sem ser notado. Se tentar e não conseguir, então o melhor é não se expor, e reze muito..., mas muito mesmo... por todos aqueles que ainda não conseguiram praticar a lei de amor: “fazei ao próximo tudo o que quereis que o próximo vos faça” (Mt 7,12).

Pense que neste mundo de Deus existem milhares de pessoas que fazem coisas tão más, as quais você não teria a mínima coragem de fazer. É Isso o que importa. Pense nisso!


Abraços


Paulo Neto.


Conclusão
Após terminar essa resposta, e repensado mais detidamente sobre esse assunto, é que percebemos que tal ocorrência não deveria existir, em hipótese alguma, no meio espírita. Por isso, resolvemos fazer este texto, para que possa servir de alerta aos que fazem esse tipo de discriminação.


Não
podemos deixar de ressaltar que as lideranças das Casas Espíritas deveriam, periodicamente, fazer uma abordagem sobre esse tema, para ajudar nesse processo, muito lento por sinal, de acabar de vez, em nosso meio, com preconceitos desse tipo.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita