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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 103 – 19 de Abril de 2009

MARCOS PAULO DE OLIVEIRA SANTOS 
mpoliv@bol.com.br
Taguatinga, Distrito Federal (Brasil)
 

Fenômeno bullying e a Educação Espírita

 
A sociedade tem, de forma geral, uma visão idílica da escola, não obstante as influências exógenas que a permeiam e que, um sem-número de vezes, são negativas. Tal visão, portanto, é equivocada na medida em que esses problemas adentram os muros da escola e descaracterizam o que deveria ser o lócus da sabedoria, como é o caso da violência. 

A violência, problemática grave da sociedade contemporânea, é mais evidente na fase juvenil (American Academy of Pediatrics; American Medical Association citado por LOPES, 2005, pg. S164), e a escola, nesse contexto, é extremamente propícia à influência, tendo em vista que carrega, em seu bojo, atores sociais, jovens, com suas respectivas idiossincrasias, as quais se encontram em constante tensão.   

A escola, depois do núcleo familiar, é o primeiro contato do jovem com a sociedade. E, também, representa um local que recebe constantemente influências negativas, como a violência, já mencionada anteriormente. Mas não se trata somente de violências físicas, que têm gerado investimentos elevados em segurança com câmeras, seguranças particulares, detectores de metais, muros, grades mais arrojadas, entre outros. Há uma outra forma de violência que não se conseguiu controlar; um tipo de violência implícita e, consequentemente, mais danosa, denominada pelos educadores e pesquisadores como bullying.  

O fenômeno bullying, termo de gênese inglesa, é definido como uma reação cruel intrínseca nas relações interpessoais, em que há a sobrepujança do mais forte sobre o mais fraco e que muitas vezes constituem objetos de diversão e prazer, denominados erroneamente de “brincadeiras”, mas que em realidade denotam o propósito de maltratar e intimidar (FANTE, 2005, pg. 29). 

A despeito da terminologia nova, o fenômeno é antigo, e ao fazermos um escorço histórico, constatamos que os primeiros estudos sistematizados tiveram início nos anos de 1970, na Suécia. Posteriormente, na Noruega, aprofundaram-se os estudos, no final de 1982, em função de os educadores procurarem compreender a causa do suicídio de três crianças.   

O precursor dos estudos sobre o fenômeno bullying foi Dan Olweus, que elaborou meios para detectar a problemática de forma eficaz e não dar margens a interpretações outras, em que se consideraria tal ação de maneira minimizada como brincadeiras e gozações e, portanto, inerentes e naturais ao desenvolvimento juvenil.  

Com o aumento estatístico de casos, houve a necessidade de variados estudos ocorrerem em diversas partes do mundo. E constatou-se a existência de protagonistas do fenômeno com papéis bem definidos: a vítima, o agressor e o espectador.  

O agressor compraz-se em oprimir, humilhar, subjugar os mais fracos. Geralmente, pertence a uma família desestruturada, apresenta carência afetiva, tem dificuldades de se adaptar às normas, entre outros. Ele também é impulsivo, vangloria-se diante da sua “superioridade” física e adota constantemente condutas antissociais (Idem, 2005, pg. 73).

O papel de vítima é dividido em três, a saber (Ibidem, 2005, pg. 71-72):  

– a vítima típica: é a pessoa que sofre constantemente agressões físicas e/ou morais; 

– a vítima provocadora: é a pessoa que atrai ou provoca as reações agressivas para si, mas não consegue resolver a situação. Geralmente é uma pessoa de costumes irritantes e que fomenta a celeuma no ambiente em que se encontra; 

– a vítima agressora: é a pessoa que reproduz as agressões físicas e/ou morais sofridas.

Obviamente que em indivíduos mais frágeis.  

Por fim, há também o espectador, que apenas assiste a tudo de maneira tácita (lei do silêncio) e não defende a vítima por medo de uma represália, nem se junta ao agressor por não coadunar com seu comportamento.   

Todos os protagonistas do fenômeno bullying, em maior ou menor grau, apresentam problemas para o resto da vida. A indiferença ou o desconhecimento por parte dos educadores e pais são responsáveis pela deserção escolar (SEGREDO et al., 2006, pg. 145). Problemas psicofísicos inúmeros que podem levar aos casos extremos de suicídio e/ou assassinatos também existem nos casos em que estão os envolvidos do fenômeno bullying.

A Educação Espírita, relevante e necessária ao desenvolvimento juvenil para os embates da vida, propicia uma ferramenta imbatível contra o fenômeno bullying: O amor.  

Investir na evangelização espírita, na mocidade espírita e, por consequência, nos estudos sistematizados da Doutrina Espírita (ESDE) são as chaves para uma comunidade escolar mais solidária e fraterna. 

A violência, de gênese multifatorial, rodeia o jovem carente da atenção familiar, que está exposto aos filmes violentos, aos jogos violentos, aos esportes violentos... e que acaba por manifestar tal comportamento forjado na sua intimidade por um largo período.  

Resgatar os valores inefáveis do grupo familiar, primeira escola por excelência, também é o papel do Espiritismo, que, em suma, luta pela transformação moral do ser humano. 

“O Espiritismo tem como máxima lapidar Fora da Caridade não há salvação, que se fundamenta no pensamento e exemplificação de Jesus, quando esteve conosco na Terra. Assim, os postulados que se derivam dos Seus ensinos e que foram muito bem estudados por Allan Kardec são as diretrizes de segurança que não podem ser desconsideradas.” (Vianna de Carvalho, 1999, pg. 161.) 

 

Referências:

FRANCO, Divaldo Pereira. Atualidade do Pensamento Espírita. 3 ed. Salvador, BA: Livraria Espírita Alvorada Editora, 1999.

LOPES NETO, Aramis A. Bullying: comportamento agressivo entre estudantes. J. Pediatr. (Rio J.), Porto Alegre, v. 81, n. 5, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S002175572005000700006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 3 de janeiro de   2009.

SEGREDO, Cajigas de. et. al. Agresión entre pares (bullying) en un centro educativo de Montevideo: estudio de las frecuencias de los estudiantes de mayor riesco. In: Revista Médica del Uruguay. 2006; 22: 143-151. Disponível em: <http://www.rmu.org.uy/revista/2006v2/art9.pdf>. Acesso em: 3 de janeiro de 2009.


 


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