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Crônicas e Artigos
Ano 3 - N° 103 – 19 de Abril de 2009

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniamva@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 
 

Além das amarras do medo
e da letargia

Que distingues, além disso, no escuro do passado e no seio do tempo? Shakespeare, A Tempestade.

 
Faz parte do nosso conhecimento intuitivo de Espírito que fomos (re) enviados a este mundo para nos dedicar à dimensão evolutiva, isto é, para realizar o que Jung chama de individuação, um processo que não deve ser confundido com o narcisismo ou os desejos do ego por conforto e segurança, porquanto comprometido com a vida real, que nos garante atingir, cedo ou mais tarde, a perfeição e a felicidade. 

Mas o que nos bloqueia são geralmente a letargia e o medo. Em uma de suas narrativas mais importantes, Jung afirma: 

O espírito do mal é o medo, a proibição, o antagonista que se opõe à vida que almeja a duração eterna assim como toda grande ação isolada, que instila no corpo o veneno da fraqueza e da idade por meio da traiçoeira picada de serpente; ele é toda tendência ao retrocesso, que ameaça fixar-se na mãe*, bem como dissolver e extinguir o inconsciente. Para o indivíduo heroico, o medo é um desafio e uma missão, pois só a audácia pode libertar do medo. E quando o homem não ousa, alguma coisa se rompe no sentido da vida e todo o futuro está condenado a uma mediocridade vã, a um crepúsculo iluminado só por fogos-fátuos”. (1)  

Nenhum de nós está a salvo de momentos de medo ou letargia. A questão significativa é se essa atitude, medo ou letargia, está muito presente na conduta geral de nossas vidas. Sempre que há uma fixação por uma fobia, uma aderência a algum preconceito, ou uma necessidade de controle que trazemos para nossas relações, uma recusa de tornar-se independente se apropria de nossa vontade e mina nosso destino de seres compromissados com a instrução e sua prática correspondente. 

Uma evitação da possibilidade de expandir a consciência, ou abrir o coração, nos manterá circunscritos em uma forma de infância espiritual, diariamente reativada pelo desejo de cuidados, o que sugere uma dificuldade de caminhar com os próprios pés. 

Mas, quando uma pessoa decide tomar o caminho do autoconhecimento, a ela se unirá a coragem, apta a impedir a sabotagem dos relacionamentos e das boas oportunidades, embora dentro de si mesma continue existindo a parte dependente e preguiçosa, sempre pronta a embaraçar e desvalorizar as chances para a individuação. 

O ser humano é muito vasto e complexo. E é nesse sentido que a perpetuação do medo (e da letargia), sintoma também da indisciplina, tem causado tantos danos. É importante, então, enfrentar os medos e os apegos para, de fato, perder as ilusões e com isso passar a responder à orientação do Eu superior (ou do Self) que exige aquisição de novos valores e de um suporte interior, segundo a tarefa pessoal/coletiva, pois inspirada pela ideia de futuridade e de esperança: 

Viajantes do espaço,

não há descanso,

antes do último suspiro

da obra em construção” (Roberto Crema).

 

Referência:

(1) JUNG, C. G. Símbolos da transformação. Petrópolis: Vozes, 1989, vol. 5, parágrafo 398.

(*) A “mãe” que Jung se refere aqui é o complexo materno em sua forma genérica, ou seja, o desejo de ser cuidado e protegido e que, mesmo compreensível, resulta na recusa ou abandono da individuação, isto é, no evitar crescer.



 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita