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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 99 – 22 de Março de 2009

MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com

Guará II, Distrito Federal (Brasil)

 Crônicas de Natal

Bugigangas


Fim de ano, aquela faxina de sempre. Dona Rosalinda, cumprindo aquele sagrado dever de manter a casa arrumada (como um reflexo da sua vida), inicia aquele balanço de fim de ano, limpando atrás de armários, desarrumando gavetas, arrastando estantes. Dessa tarefa árdua, porém prazerosa, que nos permite reviver o ano que se passou, sempre se materializa um resultado: livros, brinquedos, discos...Tanta coisa que já não nos serve mais. Dona Rosalinda olha para aquela montanha de lixo, meio que apegada e já ameaça enviar tudo para o lixo, quando se lembra das palavras do Padre João na última noite de quarta-feira na igreja, onde, ao final da missa, Dona Amélia, encarregada da Pastoral, relembrou a todos que a paróquia estava aceitando doações para as pessoas mais carentes que no Natal certamente não receberiam nenhum presente. Dona Rosalinda olha então aquele monte de presentes com outros olhos. De repente, aquele chinelo velho de seu marido ainda teria uso, haja vista que estava desbotado e não arrebentado. Aqueles brinquedos de seu filho estavam apenas sujos e arranhados e poderiam animar alguma criança; e aquele seu vestido, apesar do pequeno rasgo embaixo do braço, poderia ser o grande “début”  de uma jovem mais pobrezinha.

Animada por esse espírito de doação, Dona Rosalinda recolheu as coisas do lixo, deu uma sacudida para tirar a poeira, passou um “Paninho” e dentro de um saco plástico , segregou o material em um canto. Terminou a faxina e ficou passeando pela casa como que fazendo uma “inspeção”. Feliz por ter terminado mais um ciclo, com a casa reformulada e rearrumada para enfrentar mais um ano, lembrou-se do material que separou para levar à paróquia. Pensou em levar logo o material, pois estava bem ali no meio da sala, atrapalhando a arrumação já concluída. Sem pestanejar, colocou o material no seu automóvel e dirigiu-se à igreja, que ficava a duas quadras de sua residência. Lá chegando, havia uma caixa na porta para recolher as doações de Natal, com os dizeres “Nosso Senhor agradece”. Dona Rosalinda deixa suas doações na caixa e sai em seu carro, de alma tranquila. 

Noite de Natal! A casa de Dona Rosalinda está repleta de gente. Familiares e amigos em clima de festividade. Ao perguntarem pelo vestido que usou no Natal passado, Dona Rosalinda não titubeia em dizer que doou com diversos objetos para as obras da paróquia, pois aquele era um costume seu de vários anos e que era importante dividir com os outros os nossos bens, pois estávamos no Natal. Suas amigas ficam espantadas com tamanho desprendimento, o que ela justifica pelas graças recebidas de sua fé.

Na mesma noite do dia 24 de Dezembro, os trabalhadores da pastoral, ainda que sobre os reclames de seus familiares, embrulham e preparam as doações, que agora se convertiam em presentes. Fazendo também um saboroso lanche, quando se aproximava a meia noite, o grupo se dirigiu ao encontro do morro do Bacundê, na periferia  da grande metrópole, onde  de casa em casa, até o raiar do dia, entoando cantigas da cristandade, foi distribuindo o lanche e as lembranças, lendo um trecho da bíblia, falando do Cristo de Deus, do sentido do Natal e da importância do amor e da fraternidade entre os homens. E na hora de abrir o embrulho, era aquela alegria: O chinelo da casa de Dona Rosalinda arrancou um sorriso de seu Zé Gato como há muito não se via, pois ele não teria mais de andar descalço. O brinquedo velho da mesma casa alegrou um menino que estava de cama com fratura na bacia. E o vestido foi a coqueluche de uma adolescente que despertava como uma flor para as belezas da juventude. Os abraços de agradecimento emocionavam os trabalhadores, que viam as lágrimas por alguém ter-se preocupado com eles naquela noite.

Finda a tarefa, os corações emocionados encerraram o trabalho com a linda oração do Pai Nosso, falando da importância do Natal com Nosso Senhor Jesus Cristo.

E dona Rosalinda se livrou de algumas bugigangas. 


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita