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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 98 - 15 de Março de 2009

WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)
 

Cartão de crédito
e Espiritismo

 
Vivemos difícil período econômico, mercados em crise, bolsas em baixa, bancos quebrando e o desemprego rondando a vida de muita gente. Apenas para citar um exemplo, a Nissan, grande empresa do setor automobilístico, já demitiu cerca de 3.500 funcionários nos Estados Unidos, Japão e Europa.

A verdade é que a crise não veio como um furacão repentino para causar caos na sociedade. Como tudo na vida segue padrões estabelecidos pela natureza, com a crise não foi diferente. Ela veio de fininho, entranhando-se em nossas vidas pelo exagero e consumismo, foi crescendo sem percebermos e hoje chega à idade adulta, firme, pujante e mal-educada, ameaçando seus pais, que, diga-se de passagem, somos nós mesmos. Sim, fomos nós que plantamos esta crise mundial, nossas atitudes calcadas no alto consumo, no exagero e na busca pelo ter gerou toda esta situação em que hoje nos vemos enredados e na obrigação de solucionar.

A sociedade do consumo plantou a ilusão de que devemos ter tudo de tudo, no entanto, naturalmente não temos poder aquisitivo para ter tudo de tudo. Produtos são lançados no mercado e grande parcela da população invade lojas de todos os segmentos para adquirir as novidades. E para que possamos ser felizes e bem-sucedidos como prega a sociedade do consumo, temos de comprar, por isso os créditos são necessários. E fomos comprando não com dinheiro, mas sim com créditos, que é um dinheiro de “mentirinha”. Óbvio, com tanto crédito fácil e a incansável mania de exercitar o esporte do consumo, um dia as contas iriam ultrapassar nossos ganhos e fatalmente as dívidas bateriam em nossas portas. Natural, portanto, que paguemos pelo que compramos.

Mas, diante da crise mundial –  que alguns economistas e membros do governo teimam em afirmar que não chegaram a terras tupiniquins –, os créditos foram escasseando. Há alguns meses víamos anúncios: “Compre seu carro sem entrada em 99 meses”, hoje os meses estão reduzindo-se juntamente com os créditos na mesma medida em que os juros aumentam.

Assistia dia desses à TV Senado e vi comentário do senador Cristovam Buarque acerca da crise e dos créditos: “O que ocorreu foi mesmo um freio para que pudéssemos repensar nossas atitudes, um absurdo financiamentos de até 100 meses para compra de carros. Se a coisa continuasse como estava, gostaria, sinceramente, de saber onde colocaríamos todos esses automóveis”.

Notável o comentário do senador. Acredito ser o momento de refletir de que não necessitamos de tanto assim para viver. Nesse particular há ainda importante ponto: a natureza que tanto nos concedeu está fatigada, chegou finalmente o momento de preservá-la um pouco mais; necessitamos, pois, voltar nossos olhos para a reciclagem, de modo que retiremos da natureza somente o necessário do necessário. A crise é, portanto, momento de exercitar a criatividade e rever alguns valores.

Mas como sou muito curioso e gosto de brincar com a imaginação, não raro me pego pensando como determinado personagem que transitou pelo nosso planeta reagiria diante desta ou daquela situação. Por exemplo, qual seria a postura de Kardec se estivesse encarnado nos dias de hoje em relação à crise econômica mundial. Quais seriam suas palavras, suas iniciativas. Será que o codificador vivendo no Brasil financiaria um carro para pagar em parcelas de até 99 meses, ou não? Confesso que isso muito me intriga. Mas tomando como base suas idéias e seu ideal focado na educação da alma humana, não é difícil prever quais seriam suas opiniões que, em realidade, já estão impressas em O Livro dos Espíritos, mais precisamente na resposta à questão de nº 713, em que os Espíritos afirmam que os prazeres têm o limite traçado pela natureza, mas os homens chegam ao extremo e são punidos pela sua própria volúpia.

A crise que se instala mundialmente é um mecanismo para que nos eduquemos e aprendamos a viver com o necessário. Não creiam os caros leitores que faço apologia à miséria, nada disso, é apenas um apelo ao bom senso. Cerca de 80 milhões de brasileiros estão endividados por conta dos abusos e do consumismo, a facilidade do crédito concedido pelo banco dá a falsa ilusão de alto poder aquisitivo. Há muito tempo afirmam os economistas que cartão de crédito e limite bancário são utilizados como complemento de renda, o que equivale a dizer que não sabemos viver com o que ganhamos e queremos sempre mais. Infelizmente ainda estagiamos na triste realidade de não saber viver com o salário que recebemos.  Queremos sempre mais e incorremos em abuso. Aliás, os altos preços de alguns bens são fruto da procura frenética que empreendemos por eles. Natural, quanto mais procuramos por um bem, mais valorizado ele estará e, consequentemente, mais alto será seu preço.

É possível viver bem e confortavelmente, é sim possível aproveitar os benefícios da tecnologia sem resvalar para o consumismo que traz grandes prejuízos não somente à economia, mas também à ecologia e ao meio ambiente. Buscar a vida simples sem exageros é fundamental para espantarmos toda e qualquer crise, além de evitar cobranças e dores de cabeça. Não há nada mais estressante do que correr atrás de dinheiro para cobrir cheque. Afinal, nossos objetivos neste planeta são muito mais amplos e abrangentes do que se afogar em juros, esbaldando-se nas compras com cartão de crédito.

O Espiritismo ensina-nos, pois, a viver com simplicidade, basta estudarmos atentamente as questões de O Livro dos Espíritos que teremos uma notável aula de economia e orçamento familiar.

Pensemos nisso.

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita