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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 98 - 15 de Março de 2009

JOSÉ CARLOS MONTEIRO DE MOURA
jcarlosmoura@terra.com.br
Belo Horizonte, Minas Gerais (Brasil)

 

       O Chico e o Velho Chico
 

Do alto da Serra da Canastra até Uberaba, em linha reta, passando pelo chapadão da Zagaia, Desemboque e Sacramento, não deve haver mais do que uns 150 quilômetros. Essa é a distância entre a nascente do Velho Chico e o local em que Chico Xavier viveu a partir de meados do século passado.

Além dessa proximidade geográfica, existiu entre os dois uma profunda e incontestável proximidade de ordem ética. Ambos nasceram pequenos e humildes, cresceram no anonimato do serviço constante e desinteressado e se destacaram aos olhos de todos pela grandeza de suas missões!

O velho rio, que inicia tímido e frágil a sua caminhada por entre as árvores e folhagens do Parque Nacional da Canastra, insiste heroicamente em vencer todos os obstáculos que a sua árdua jornada lhe impõe, representados, já aos primeiros vinte quilômetros de sua existência, pela cascata de Casca d’Anta, e segue em frente, levando vida e sustentando vidas de milhares de ribeirinhos, até desaguar 3.130 quilômetros adiante, já  no distante estado das Alagoas.

Sofre, ao longo de seu caminho, estoica e resignadamente, toda sorte de agressões. O homem, o seu maior beneficiário, é também seu maior agressor. Suas águas são poluídas, o seu curso natural é alterado, a sua exploração desordenada e gananciosa se revela, muitas vezes, ostensivamente criminosa. Contudo, a cada nova violência, sempre respondeu servindo mais...

Indiferente e tranquilo, ciente e consciente do dever cumprido e a ser cumprido, prossegue na sua trajetória, unindo, sustentando, levando alegria, transmitindo notícias, impulsionando o progresso na força de suas corredeiras e usinas, transportando homens e mercadorias, ligando o Centro-sul ao Nordeste do país.

Essa é a rotina milenar do Velho Chico: servir, sem reclamar! A união de grande área territorial da Pátria do Cruzeiro é o objetivo final de sua valorosa e vitoriosa missão, traduzida de forma eloquente na expressão que o define tão bem: O rio da unidade nacional.

Não obstante todos os percalços com que se defronta, não perde a sua indiscutível beleza, revelada no verde-azul de suas águas, reflexo da grandeza típica dos que não se exaltam e sabem exercitar a humildade em toda a sua extensão.

Chico Xavier, ao longo de sua quase centenária existência missionária, seguiu caminho semelhante.  Ainda criança, enfrentou e venceu a sua primeira cascata – das muitas que a vida lhe reservou – quando se viu órfão da mãe aos cinco anos de idade.  De lá para cá, conviveu com o sofrimento e com a dor, com a incompreensão e com a calúnia, com o desprezo e a zombaria dos sábios e prudentes.

Nunca os seus lábios se abriram para uma reclamação e jamais as suas mãos se ergueram para um gesto de reprovação!

Nenhum obstáculo foi capaz de impedir o curso normal de sua vida, cujo objetivo final sempre foi promover a união de todos em face do ensinamento maior que Jesus nos legou e que ele jamais se cansou de observar: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”.

No deslizar dos anos, por onde viveu, por onde passou, por onde conduziu a palavra da Espiritualidade Maior a bordo de sua mediunidade, sempre levou a esperança, o alento, o conforto e a alegria a todos os desamparados, sofredores, angustiados ou descrentes. Restituiu a razão de viver aos que se achavam no terreno árido e deserto das desilusões e sofrimentos, da mesma forma que o outro Chico renovou e renova, a cada ano, as esperanças dos que dependem dele para o sustento próprio e de sua família.

Jamais abandonou o leito do compromisso assumido com Jesus e Kardec, jamais deixou o caminho do dever, embora isso implicasse, como de fato implicou, o sacrifício de sua própria saúde.

Nunca se exaltou, nunca se deixou levar pelos atrativos dos títulos e honrarias mundanas, pois que ele próprio se intitulava um cisco ou uma formiga...

Para servir e ajudar, reconstruir esperanças e suavizar sofrimentos, não precisou de outro atributo, titulação ou qualificação, que não fosse a sua evangélica humildade. O testemunho de sua vida foi, por isso mesmo, o principal recurso de que se utilizou para ensinar,  a todos que o procuraram, a viver cristãmente.

Às críticas e incompreensões, calúnias, injúrias e difamações sempre respondeu, servindo mais...!

O Velho Chico representa e significa a unidade territorial. Chico Xavier simbolizou e ainda simboliza a unidade espiritual.

O Velho Chico uniu territórios, culturas e hábitos de lugares diferentes. Chico Xavier uniu corações em torno de um ideal maior: a fraternidade e a solidariedade entre os homens!  

O Velho Chico, na sua descida para o mar, que se repete a cada segundo, a cada minuto, a cada hora, vai levando a esperança de dias melhores para a sofrida população dos lugares por onde passa.

Chico Xavier, na sua ascensão para os planos espirituais mais elevados, que se renovou a cada segundo, a cada minuto e a cada hora na vivência autêntica dos legítimos postulados cristãos, foi deixando entre os desvalidos da sorte, entre os sofredores e entre nós – os trabalhadores de última hora – a certeza de uma humanidade melhor, de uma vida futura caracterizada pela superação do egoísmo e do orgulho, de um planeta regenerado pela lei irrevogável do amor, e, o que é mais grave e importante, a certeza da imortalidade do Espírito e de sua destinação superior, nos termos do chamamento imperativo feito por Jesus à unanimidade dos habitantes do orbe: “Sede, vós, pois, vós outros,  perfeitos, como perfeito é  o vosso Pai celestial”.  

O Velho Chico é a força propulsora do progresso material. Chico Xavier foi e é a força propulsora do progresso espiritual.  

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita