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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 97 - 8 de Março de 2009

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniamva@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 
 

Educar-se é preciso 


A educação do Espírito deve ser baseada na pedagogia do amor, libertadora, segundo uma moralidade consciencial reativada no coração, para que floresça nele um comportamento ético, apto a estimulá-lo para viver sua realidade, sua história, simplificando seu pensamento canalizado para as vibrações da paz, do bem e do belo. 

Platão já sugeria que o verdadeiro caminho de formação espiritual consistia em se tornar o mais possível semelhante a Deus. E tal semelhança é possível ao homem caso viva em grau máximo de justiça, bondade e sabedoria.  

Em As Leis, Platão afirma que “Deus é a medida de todas as coisas e não o homem” (Cf. As Leis, 716c). Em O Banquete, explica o tema da imitação de Deus como ideal filosófico e da vida virtuosa. Em A República, Platão desenvolve a concepção de que a educação deverá desempenhar a função de auxiliar o indivíduo a amar a Deus, tornar-se semelhante a Ele, na medida das possibilidades humanas. 

Desse modo, já em Platão desponta a relevância da educação, pois como formula o humano como um ser sedento de infinito e aberto ao inteligível, assemelhar-se a Deus sugere, como uma das metas principais da vida, o domínio das paixões negativas presentes na sombra individual. 

Na visão platônica, o homem que não supera seus desejos irascíveis, suas paixões negativas, passa a viver como um imprudente e um alienado, minguado em sua vontade, possuído pelas ilusões e afetos desordenados, pondo em risco a sua liberdade. 

A paideia proposta por Platão está exposta no mito da caverna (Cf. A República, Livro VII), na qual a educação se revela como conversão, que, “no seu sentido original, é uma mudança de vida e de mentalidade. Mas a conversão quanto à educação não se dá de um dia para noite. Ela é consequência de longos anos de esforço e perseverança constante” (1). 

O processo educativo, pois, tem início dentro da caverna, no campo do ego, porém sua meta é mais ampla, é conduzir o prisioneiro a sair dela, é livrá-lo do estado de alienação a fim de que ele possa contemplar a luz do sol (a luz da ideia do Bem).  

Nesse rastro, a educação é justamente uma construção que impele o homem a galgar degraus sempre mais altos, embora, por meio dessa metáfora, Platão revele que não existe educação sem desafios, sem sacrifícios ou imune a momentos de crises e incertezas. 

Jung se reúne a Platão, pois para ambos a educação está ligada ao desenvolvimento de um trabalho interior à própria alma. E na passagem das trevas da ignorância para a luz (a luz da ideia do Bem para Platão ou o Self para Jung), realizada pela desinstalação  dos velhos hábitos e condicionamentos, o prisioneiro, em direção à liberdade, orienta-se pela longa conquista da condição de quem aprende a distinguir o ser do parecer. Desse modo, ele pode, “exilado em seu próprio país de origem”, como nos conta Gerárd Lebrun (Cf. “Surhomme et homme total”), realizar a metanoia (*), a mudança radical de mentalidade e de vida. 

Platão e Jung fazem ecoar novamente a frase do templo de Delfos: conhece-te a ti mesmo. Desse modo, construir no homem o homem diferenciado implica investir energias na própria educação para que seja dilatada a percepção do si-mesmo (Self) para a verdade que esclarece e liberta, pois educar-se é cuidar de si mesmo e cuidar de si mesmo é zelar pelo cuidado com a própria alma, tal como dizia Sócrates, o mestre de Platão.  

Na Apologia, Sócrates avisa: “Uma vida sem reflexão não merece ser vivida”. Com isso, ele inaugura um motivo condutor, que é, ao mesmo tempo, um necessário desafio: a auto-educação.
 

Referências:

(1)Teixeira, Evilázio F. Borges. A educação do homem segundo Platão. SP: Paulus, 1999, p. 66.

(*) Metanoia é uma palavra grega que, em sua origem, significa mudança de mente.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita