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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 97 - 8 de Março de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Libertação

André Luiz

(8a Parte)

Damos continuidade ao estudo da obra Libertação, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Na seleção que precedia o julgamento dos culpados, qual era o critério?

R.: "A operação seletiva realiza-se com base nas irradiações de cada um", explicou o Instrutor Gúbio. "Os guardas que vemos em trabalho de escolha, compondo grupos diversos, são técnicos especializados na identificação de males nume­rosos, através das cores que caracterizam o halo dos Espíritos igno­rantes, perversos e desequilibrados." (Libertação, cap. V, pp. 65 e 66.)  

B. Que tipo de discurso foi ouvido pelos Espíritos nos instantes que precederam seu julgamento?

R.: As palavras do juiz naquele dia foram enfáticas: "Nem lágrimas, nem lamentos. Nem sentença condenatória, nem absolvição gratuita. Esta casa não pune, nem recompensa. A morte é caminho para a justiça. Escusado qualquer recurso à compaixão, entre criminosos. Não somos distribuidores de sofrimento, e, sim, mordomos do Governo do Mundo. Nossa função é a de selecionar delinquentes, a fim de que as penas lavradas pela vontade de cada um sejam devidamente aplicadas em lugar e tempo justos. Quem abriu a boca para vilipendiar e ferir, pre­pare-se a receber, de retorno, as forças tremendas que desencadeou através da palavra envenenada. Quem abrigou a calúnia, suportará os gênios infelizes aos quais confiou os ouvidos..." O discurso foi todo nesse tom, mostrando que a consequência do mal é sempre o mal, sem nenhuma complacência ou esperança de melhora. "Seguidores do vício e do crime, tremei!", eis uma das frases proferidas pelo orador. (Obra citada, cap. V, pp. 68 a 70.)  

C. Como se dá o fenômeno chamado licantropia?

R.: Conforme o relato de André Luiz, o juiz determinou que uma determinada pessoa se aproximasse. Depois, incidindo toda a força magnética que lhe era peculiar, através das mãos, sobre ela, ordenou-lhe que confessasse. A mulher, batendo no peito e pedindo perdão a Deus, em desespero, falou em voz alta e pausada: "Matei quatro filhinhos inocentes e tenros... e combinei o assassínio de meu intolerável es­poso... O crime, porém, é um monstro vivo. Perseguiu-me, enquanto me demorei no corpo... Tentei fugir-lhe através de todos os recursos, em vão... e por mais buscasse afogar o infortúnio em bebidas de prazer, mais me chafurdei... no charco de mim mesma..." O juiz, então, diante daquele qua­dro, considerou: "Como libertar semelhante fera humana ao preço de ro­gativas e lágrimas?" Em seguida, fixando sobre ela as irradiações que lhe emanavam do olhar, asseverou, peremptório: "A sentença foi lavrada por si mesma! não passa de uma loba, de uma loba, de uma loba..." A mulher, à medida que o juiz repetia aquelas palavras, foi modificando a expressão fisionômica. A boca entortou-se, a cerviz curvou-se para a frente, os olhos alteraram-se; simiesca expressão revestiu-lhe o rosto. Via-se patente o efeito do hipnotismo sobre o perispírito. Gú­bio explicou: "O remorso é uma bênção, sem dúvida, por levar-nos à cor­rigenda, mas também é uma brecha, através da qual o credor se insi­nua, cobrando pagamento". Disse então que ali estava a gênese dos fenômenos de licantropia, inextricáveis, ainda, para a investigação dos médicos encarnados. (Obra citada, cap. V, pp. 71 e 72.)   

Texto para leitura

31. A seleção - Na noite seguinte, Gúbio e seus amigos foram conduzi­dos a um edifício de grandes e curiosas proporções. O palácio tinha a forma de enorme hexágono, alongando-se para cima em torres pardacen­tas, e reunia muitos salões consagrados a estranhos serviços. Ilumi­nado externa e internamente pela claridade de tocheiros volumosos, apresentava o aspecto de uma casa incendiada. Levados por quatro guar­das da residência de Gregório, eles penetraram o recinto de largas dimensões, no qual se congregavam algumas dezenas de entidades em deplo­ráveis condições. Moços e velhos, homens e mulheres ali se misturavam. Alguns gemiam e choravam. Em sua quase totalidade, eram almas doentes, que padeciam desequilíbrios mentais visíveis. O perispírito deles mos­trava a mesma opacidade do corpo físico. Os estigmas da velhice, da moléstia e do desencanto ali triunfavam, perfeitos... Medo e inquietação transpareciam de todos os rostos. Aproximava-se a hora da seleção, para julgamento oportuno. Gúbio informou que eles presenciavam ali uma cerimônia semanal dos juizes implacáveis da cidade. "A operação sele­tiva realiza-se com base nas irradiações de cada um", explicou o Ins­trutor. "Os guardas que vemos em trabalho de escolha, compondo grupos diversos, são técnicos especializados na identificação de males nume­rosos, através das cores que caracterizam o halo dos Espíritos igno­rantes, perversos e desequilibrados", informou Gúbio, acrescentando que a maioria das almas asi­ladas naquele sítio vieram até ali, obede­cendo a forças de atração, incapazes de perceber a presença dos ben­feitores espirituais que mili­tam em todos os lugares, na Crosta ou fora dela, porquanto "cada mente vive na companhia que elege". (Cap. V, pp. 65 e 66) 

32. Os juizes - Tais entidades, em vista do baixo teor vibratório em que se precipitaram, através de delitos reiterados, da ociosidade im­penitente ou da deliberada cristalização no erro, não encontraram senão o manto de sombras em que se envolveram e, desvairadas e sós, pro­curaram as entidades desencarnadas que com elas se afinam, agregando-se naturalmente àquele imenso cortiço, com toda a bagagem de paixões destruidoras que lhes marcam a estrada. André disse não compreender por que o Senhor conferia atribuições de julgadores a Espíritos despó­ticos, mas Gúbio prontamente considerou: "Quem se atreveria a nomear um anjo de amor para exercer o papel de carrasco? Ao demais, como acontece na Crosta Planetária, cada posição, além da morte, é ocupada por aquele que a deseja e procura". Entre as vítimas via-se que predo­minavam os sentimentos de humildade e aflição, mas entre as sentinelas a peçonha da ironia transbordava. palavrões eram desferidos, a esmo, e compacta multidão se amontoava, irreverente, à frente da tribuna vazia e sob as galerias laterais. Daí a pouco, uma voz anunciou: "Os magis­trados! os magistrados! Lugar! lugar para os sacerdotes da justiça". Na paisagem exterior, funcionários trajados à moda dos lictores da Roma antiga, carregando a simbólica machadinha ao ombro, avançavam, ladeados por servidores que portavam grandes tochas. Depois deles, sete andores, sustentados por dignitários diversos daquele corte, tra­ziam os juizes, esquisitamente ataviados. As poltronas suspensas eram, em tudo, idênticas à sédia gestatória das cerimônias papais. Os julga­dores desceram de seus tronos e tomaram assento numa espécie de nicho a salientar-se de cima, inspirando silêncio e temor, porque a turba calou-se de súbito. Tambores variados rufaram, e uma composição musi­cal semi-selvagem acompanhou-lhes o ritmo. Terminado o ruído, um dos julgadores se levantou e dirigiu-se à massa atenta e ansiosa. (Cap. V, pp. 67 e 68) 

33. O pavor domina as vítimas - As palavras do juiz foram enfáticas: "Nem lágrimas, nem lamentos. Nem sentença condenatória, nem absolvição gratuita. Esta casa não pune, nem recompensa. A morte é caminho para a justiça. Escusado qualquer recurso à compaixão, entre criminosos. Não somos distribuidores de sofrimento, e, sim, mordomos do Governo do Mundo. Nossa função é a de selecionar delinquentes, a fim de que as penas lavradas pela vontade de cada um sejam devidamente aplicadas em lugar e tempo justos. Quem abriu a boca para vilipendiar e ferir, pre­pare-se a receber, de retorno, as forças tremendas que desencadeou através da palavra envenenada. Quem abrigou a calúnia, suportará os gênios infelizes aos quais confiou os ouvidos..."  O discurso foi todo nesse tom, mostrando que a consequência do mal é sempre o mal, sem nenhuma complacência ou esperança de melhora. "Seguidores do vício e do crime, tremei!", eis uma das frases proferidas pelo orador. Olhos esgazeados pelo pavor jaziam abertos em todas as fisionomias. O juiz não revelava o menor resquício de misericórdia. Mostrava-se, na ver­dade, interessado em criar ambiente negativo a qualquer espécie de so­erguimento moral, estabelecendo nos ouvintes angustioso temor. Ele mostrava conhecer as leis magnéticas e procurava hipnotizar as víti­mas, em sentido destrutivo, não obstante usar a verdade contundente. "Não vale acusar a edilidade desta colônia -- prosseguiu ele, com voz trovejante --, porque ninguém escapará aos resultados das próprias obras, quanto o fruto não foge às propriedades da árvore que o produ­ziu". Parecia que ele captava, intuitivamente, a queixa mental dos ou­vintes; por isso, bradou, terrificante: "Quem nos acusa de crueldade? Não será benfeitor do espírito coletivo o homem que se consagra à vi­gilância de uma penitenciária? e quem sois vós, senão rebotalho hu­mano? Não viestes, até aqui, conduzidos pelos próprios ídolos que ado­rastes?" Nesse ponto, convulsivo choro invadiu a muitos. Gritos ator­mentados, rogativas de compaixão se fizeram ouvir. Muitos se ajoelha­ram. Imensa dor se generalizara e até André, lembrando-se dos velhos caminhos da ilusão, ajoelhou-se também, compungido, implorando piedade em silêncio. (Cap. V, pp. 68 a 70)

34. Licantropia - Diante das rogativas de compaixão, o julgador bradou, colérico: "Perdão? Quando desculpastes sinceramente os companheiros da estrada? onde está o juiz reto que possa exercer, impune, a mi­sericórdia?" E, incidindo toda a força magnética que lhe era peculiar, através das mãos, sobre uma pobre mulher que o fixava, estarrecida, ordenou-lhe que fosse até ele. "Confesse! confesse!", determinou o juiz. A desventurada mulher, batendo no peito e pedindo perdão a Deus, em desespero, falou em voz alta e pausada: "Matei quatro filhinhos inocentes e tenros... e combinei o assassínio de meu intolerável es­poso... O crime, porém, é um monstro vivo. Perseguiu-me, enquanto me demorei no corpo... Tentei fugir-lhe através de todos os recursos, em vão... e por mais buscasse afogar o infortúnio em bebidas de prazer, mais me chafurdei... no charco de mim mesma..."  De repente, contudo, parecendo sofrer a interferência de lembranças menos dignas, clamou: "Quero vinho! vinho! prazer!..."  O juiz, então, diante daquele qua­dro, considerou: "Como libertar semelhante fera humana ao preço de ro­gativas e lágrimas?"  Em seguida, fixando sobre ela as irradiações que lhe emanavam do olhar, asseverou, peremptório: "A sentença foi lavrada por si mesma! não passa de uma loba, de uma loba, de uma loba..."  A mulher, à medida que o juiz repetia aquelas palavras, foi modificando a expressão fisionômica. A boca entortou-se, a cerviz curvou-se para a frente, os olhos alteraram-se; simiesca expressão revestiu-lhe o rosto. Via-se patente o efeito do hipnotismo sobre o perispírito. Gú­bio explicou: "O remorso é uma bênção, sem dúvida, por levar-nos à cor­rigenda, mas também é uma brecha, através da qual o credor se insi­nua, cobrando pagamento". Disse então que ali estava a gênese dos fe­nômenos de licantropia, inextricáveis, ainda, para a investigação dos médicos encarnados. "O hipnotismo é tão velho quanto o mundo e é re­curso empregado pelos bons e pelos maus, tomando-se por base, acima de tudo, os elementos plásticos do perispírito", concluiu o Instrutor. (Cap. V, pp. 71 e 72) (Continua no próximo número.)   

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita