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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 95 – 22 de Fevereiro de 2009

WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)


O cientista filho de escravos


Era negro, mas negro cientista, algo estranho para o século XIX, principalmente em um país como os Estados Unidos, onde o preconceito vicejava abundante, anunciando a superioridade dos brancos. E naquela época leis severas promoviam a segregação de negros e brancos; negros não podiam se sentar à mesa com brancos, negros não podiam estudar, negros não podiam ter atividade cultural. Havia hotéis proibindo a entrada de negros, como se fossem contaminar o ambiente apenas por terem o invólucro material mais escuro. Era mesmo lamentável a discriminação. Aos negros estavam relegados apenas os trabalhos braçais, principalmente no cultivo do algodão. Interessante é que muitas vezes parece que eles – os negros –  acreditavam serem mesmo inferiores, pois se comportavam de maneira um tanto conformada com a situação. 

No entanto, Deus possui mecanismos perfeitos para mostrar as incoerências da humanidade, e convoca ao renascimento, sempre que necessário, almas mais adiantadas moral e intelectualmente para desmistificar questões entranhadas na vida das pessoas, como, por exemplo, o lamentável preconceito de que alguém é maior, melhor ou superior apenas por ter pele mais clara. 

E foi em terras americanas que reencarnou George Washington Carver, o filho de escravos que se notabilizou como um dos maiores cientistas do mundo no século XX. De sua mente brilhante brotavam descobertas das mais extraordinárias. Com o pequeno amendoim fez mágicas fabulosas e extraiu, inclusive, leite da pequena semente, que, diga-se de passagem, produzia também manteiga. Significativo detalhe: suas descobertas eram também importantes do ponto de vista econômico. Para se ter uma idéia, 100 quilos de leite de vaca produziam 10 quilos de queijo, enquanto 100 quilos de leite de amendoim produziam 35 quilos de queijo. 

Importante destacar o desprendimento dessa criatura que veio ao mundo em meio à miséria e cercado de condições adversas; por dezenas de vezes recebeu propostas milionárias para patentear as descobertas que fazia na pequena oficina de Deus – era assim que chamava seu laboratório –, no entanto, não aceitou, em sua concepção as descobertas deveriam estar ao alcance de todos a fim de beneficiar a coletividade. Dotado de enorme senso de justiça fazia questão de receber pelo seu trabalho apenas aquilo que considerava justo, nem mais nem menos.  

Amante das artes e da natureza, confabulava intimamente com o Criador sobre os mistérios que cercam os reinos mineral, vegetal e animal. Apreciava a simplicidade, vestia-se de forma sóbria e lutava incessantemente contra os desperdícios. Aliás, afirmava o eminente cientista que podemos aproveitar tudo de tudo, não há sobras nem desperdícios na natureza, tudo foi feito na medida exata. Cabe-nos, portanto, dar asas à nossa capacidade inventiva e criar.  

Podemos citar como um dos muitos exemplos da capacidade criativa do Dr. Carver a utilização do caroço do algodão, incômoda sobra que era sumariamente incinerada ou atirada nos rios, constituindo-se em verdadeiro prejuízo ao meio ambiente. O grande pesquisador conseguiu, pois, dar múltiplas finalidades ao caroço do algodão, transformando-o em fonte de riquezas. Findou-se então o problema ambiental pertinente ao caroço de algodão de tal forma que algumas indústrias deixaram o interesse pela rama do algodão para focar atenção no caroço. 

Raciocínio interessante: considerando que Deus não faz nada sem utilidade é forçoso admitir que os lixos inexistem. Muitas coisas – não apenas alimentos – descartadas por nós podem ainda ser utilizadas. Necessário nessa questão abrir um parêntese e discorrer sobre a sacola plástica e sua finalidade. Saiba o caro leitor que os sacos plásticos, tão duramente combatidos pela mídia, podem ter fim muito mais importante do que o descarte no meio ambiente, ou seja, dos plásticos podemos formar uma gama enorme de subprodutos a beneficiar a sociedade sem agredir o meio ambiente; basta, para isso, utilizarmos a criatividade, como fez o inesquecível cientista Carver. Há, inclusive, universidades desenvolvendo pesquisas envolvendo os plásticos e os subprodutos que podem dele se originar. Entretanto, existe um caminho longo a ser percorrido, as pessoas em primeiro lugar precisam adquirir mentalidade ambiental para que o plástico deixe de ser descartado como lixo, tornando-se diferencial econômico, como foi o algodão, ou melhor, seu caroço, para os Estados Unidos. 

Enfim, impossível falar em simples artigo de todas as descobertas e de todos os benefícios trazidos pela mente do mago da agricultura George Washington Carver, que desencarnou em janeiro de 1943. A realidade é que grandes exemplos de vida não podem ficar ocultos do grande público, este artigo tem, portanto, o singelo objetivo de suscitar a curiosidade do leitor em conhecer a vida do notável cientista negro que acreditava em Deus e rompia barreiras construídas pelo preconceito humano. Quem quiser saber mais sobre a vida dessa notável figura humana, que circulou entre nós no século XX, pode procurar pelo livro “Negritude e Genialidade”, publicado pela editora Lachâtre, do belíssimo escritor Hermínio Miranda.


 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita