WEB

BUSCA NO SITE

Edição Atual
Capa desta edição
Edições Anteriores
Adicionar
aos Favoritos
Defina como sua Página Inicial
Biblioteca Virtual
 
Biografias
 
Filmes
Livros Espíritas em Português Libros Espíritas en Español  Spiritist Books in English    
Mensagens na voz
de Chico Xavier
Programação da
TV Espírita on-line
Jornal
O Imortal
Estudos
Espíritas
Vocabulário
Espírita
Efemérides
do Espiritismo
Esperanto
sem mestre
Divaldo Franco
Site oficial
Raul Teixeira
Site oficial
Conselho
Espírita
Internacional
Federação
Espírita
Brasileira
Federação
Espírita
do Paraná
Associação de
Magistrados
Espíritas
Associação
Médico-Espírita
do Brasil
Associação de
Psicólogos
Espíritas
Cruzada dos
Militares
Espíritas
Outros
Links de sites
Espíritas
Esclareça
suas dúvidas
Quem somos
Fale Conosco
 
Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 95 – 22 de Fevereiro de 2009

MARCUS VINICIUS DE AZEVEDO BRAGA
acervobraga@gmail.com

Guará II, Distrito Federal (Brasil)

Crônicas de Natal

Cem anos de perdão?


Para a surpresa de toda aquela população que reside nas praças e marquises do centro da metrópole, ainda existem algumas pessoas que na noite de Natal largam suas abastadas mesas e saem com seus veículos para entregar um lanche, uma sopa, um brinquedinho, uma palavra para aqueles que jazem nas ruas.

Aqueles carros e aquelas pessoas tão bem arrumadas (pelo menos para as pessoas da rua), indo ali abraçá-las na sua imundície, levando aquelas lembranças, é motivo de muita alegria. Nilson, que desde os seis cheira cola, já furtou, já esteve em reformatório, recebeu das mãos da bela Mariana um lindo carro. Não se furtou a pedir um abraço daquela moça que mais parecia um anjo, mas o que lhe fascinou foi aquele lindo brinquedo, réplica perfeita dos que ele via nos desenhos animados pelas lojas de TV. Saindo de perto da turba à espera de presentes, amarrou um barbante velho do chão no seu carro e saiu pelas calçadas levando seu carrinho , que lhe custou a garrafa de água mineral cheia de cola de sapateiro que cheirava no momento que a caravana chegou.

Nilson era só felicidade arrastando aquele carrinho por entre o lixo e os postes. Perdendo a noção de tempo, ele caminhou e caminhou fazendo com a sua boca um vrum vrum automobilístico e sonhando cada vez mais alto.

Quando viu, Nilson estava cercado  por outros meninos, visivelmente alterados pela ação dos entorpecentes. Em uma enxurrada de palavrões e ofensas, Nilson é derrubado e agredido, e ao verem o carro novo que ele arrastava, perguntaram em tom de zombaria onde ele havia roubado aquele brinquedo. O menino só fazia chorar de dor e, levando o brinquedo, os meninos saíram correndo gritando o velho ditado “Ladrão que rouba ladrão...”.

O vento sibilava entre as ruas da metrópole vazia, e Nilson, ferido, chorava a dor física e a dor do presente que lhe havia dado tanta alegria. Caminhar pelas ruas era o que lhe restava agora...

Pelas ruas ouvia-se o barulho dos carros. Talvez fossem bêbados ou quem sabe grupos de extermínio de menores que dariam cabo de vez de sua vida naquele Natal. Os faróis do carro miram sobre ele e sai Mariana de um dos carros e, vendo-o ferido e cabisbaixo, chama os outros da caravana, que levam Nilson a um hospital para o atendimento primário.

Por sugestão da própria Mariana, Nilson foi convidado a passar o resto da noite com eles, distribuindo os presentes que ainda faltavam.

Recuperado, Nilson virou o “xodó” da caravana. Na última entrega, onde o lanche já era pouco e faltavam presentes, ajudou a acordar um grupo de garotos que dormiam envoltos em jornais, ensaiando o seu primeiro “boa noite, irmão”, quando se viu quase tropeçando no carro que outrora foi seu, no meio dos pertences dos meninos.

 


Voltar à página anterior


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita