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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 94 – 15 de Fevereiro de 2009

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

Libertação

André Luiz

(5a Parte)

Damos continuidade ao estudo da obra Libertação, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier e publicada em 1949 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. As almas generosas preocupam-se com os que ficam para trás?

R.: O caso Cláudio mostra que sim. Aquele que realmente ama abdica do ingresso numa estrela para continuar ao lado de um ente querido que ficou para trás e que, por isso, carece de ajuda. (Libertação, cap. III, pp. 42 e 43.) 

B. As medidas do bem obedecem a um planejamento?

R.: Sim. Segundo André Luiz, todas as medidas do bem são planejadas e pacientemente executadas pelos que se angelizam nas virtudes do Céu. (Obra citada, cap. III, pp. 44 a 47.) 

C. Como Matilde via seu filho Gregório, um Espírito votado ao mal que infundia medo em tanta gente?

R.: Matilde o via como alguém que era preciso ajudar. Eis o que ela disse a Gúbio sobre Gregório: “Na pauta do julgamento humano comum, meu filho espiritual será talvez um monstro... Para mim, contudo, é a joia primorosa do coração ansioso e enternecido. Penso nele qual se houvera perdido a pérola mais linda num mar de lama e tremo de alegria ao considerar que vou reencontrá-lo. Não é paixão doentia que vibra em minhas palavras. É o amor que o Senhor acendeu em nós, desde o princípio. Estamos presos, diante de Deus, pelo magnetismo divino, tanto quanto as estrelas que se imantam umas às outras, no império universal". "Não encontrarei o Céu, sem que os sentimentos de Gregório se voltem igualmente para a Eterna Sabedoria.” (Obra citada, cap. III, pp. 47 a 49.) 

Texto para leitura

18. O Paizinho atormentado - A jovem, apesar dos soluços de emoção que lhe vibravam no peito, continuou: "Abençoa-nos para a grande jor­nada!... Há muito tempo aguardamos esta hora breve de reencontro con­tigo... Perdoa-nos, Mãezinha, se insistimos tanto na rogativa... Con­tudo, sem tua proteção amorosa, como vencer nos turbilhões do abismo?" Em seguida, a jovem explicou que ela e a irmã continuavam velando pelo Paizinho, mergulhado nas sombras; havia, contudo, seis anos que o bus­cavam em vão... Ele escapava à influência delas, comprazendo-se na companhia de espíritos que, por onde passam, vampirizam as criaturas. Repelia qualquer ajuda e, quando elas multiplicavam as providências salvacionistas, punha-se a gesticular, colérico e irritado, gritando blasfêmias e solicitando o concurso de seres viciados, a cujas radiações escuras se entrelaçava... A nobre senhora, descendo da tri­buna, ergueu as filhas e, acolhendo-as nos braços, exclamou com acento consolador, repassado de visível melancolia: "Filhas amadas, o Sol combate a treva todos os dias. Batalhemos contra o mal, incessante­mente, até à vitória. Não se suponham sozinhas no conflito doloroso. Desculpemos o Papai, infinitamente, e colaboremos por restituí-lo à terra firme da luz. Se o Cristo trabalha por nós, desde o princípio dos séculos, sem que lhe possamos compreender a amplitude dos sacrifí­cios, que dizer das nossas obrigações de amparo e tolerância, uns para com os outros?"  A bondosa senhora continuou lembrando que Cláudio se fizera credor para sempre de sua estima e gratidão, apesar de seus erros. Ele envenenara um parente para conseguir a riqueza material que ofereceu à família educação e conforto na esfera carnal, complicando o seu próprio futuro para beneficiar esposa e filhas. Após essas lem­branças, a entidade materializada chorou comovedoramente e, abraçada às filhas, num quadro emocionante, prosseguiu informando que tornariam ao campo de luta regeneradora e benfazeja, porque a paisagem celestial nada valia para elas sem a libertação daqueles a quem ama­vam. "O coração amoroso, atormentado, abdicará do ingresso numa es­trela para per­sistir ao lado de um ente querido, em duelo com as ser­pentes de um charco...", asseverou a generosa mulher, que aduziu: "Abandonar quem nos serviu de degrau em plena ascensão divina é das mais horrendas formas de ingratidão. O Senhor não pode abençoar uma ventura colhida ao preço de angústias para aqueles que no-las deram". (Cap. III, pp. 42 e 43) 

19. O programa a cumprir - Após dizer que "há mais grandeza no anjo que desce ao inferno para salvar os filhos de Deus, transviados e so­fredores, do que no mensageiro espiritual que se dá pressa em compare­cer ante o Trono do Eterno para louvá-lo", a venerável senhora enxugou o pranto e conclamou as filhas a, juntas, persistirem no socorro àquele que resvalou para o despenhadeiro sinistro e tormentoso, sal­dando suas dívidas secretas com abnegação e devotamento. Mais tarde, ela receberia nos braços Antônio, o sobrinho envenenado, reaproxi­mando-o de Cláudio, através da cordialidade e do respeito vividos em comum. Ensinaria a ele com ternura a pronunciar o nome de Deus e a desfazer as pesadas nuvens de revolta que no momento empanavam sua vida íntima. Para incliná-lo à compreensão e à piedade, com mais efi­ciência, ela se comprometera também a acolher em seu lar, como filhos, as seis criaturas desviadas do bem, às quais Antônio se apegara, des­vairado, nas regiões inferiores. "Meu afeto reinará dificilmente num lar repleto de corações menos afins com o meu, onde Jesus me ensinará a soletrar, venturosa, a doce lição do sacrifício silencioso...", re­velou a bondosa senhora. Muitas vezes ela lidaria com a discórdia e a tentação; mas sabia que não existem felicidades de improviso. "Conquistaremos em cooperação abençoada aquela paz que Cláudio sonhou para nós e que ele próprio não desfrutou...", acrescentou a entidade. Era preciso, contudo, que o Pai renascesse primeiro; sem esse marco inicial, nada poderia ser feito. Por isso, ela rogava às filhas seu auxílio no sentido de inclinar o espírito paterno à esperança e à meditação reconstrutivas, enquanto ela mesma procuraria transformar An­tônio, o sobrinho assassinado. As jovens derramavam pranto comovedor, em que se misturavam angústia e alegria, e a senhora acrescentou: "Não desanimem. O tempo é das mais preciosas dádivas do Senhor e o tempo nos auxiliará. O porvir reunir-nos-á, de novo, em abençoado refúgio terrestre. Eu e Cláudio, então renovado, receberemos muitos filhinhos, e vocês duas estarão entre eles, reconfortando-nos os corações. Terei sobre o peito algumas pedras preciosas por lapidar, no esforço de cada dia e, dentro d'alma, duas flores, em ambas, cujo perfume celeste me sustentará as energias necessárias à perseverança até ao fim..."  Pouco depois, a Mãezinha, após beijar as filhas e saudar os presentes, desapareceu ante o olhar de todos, numa onda de neblina evanescente. (Cap. III, pp. 44 e 45) 

20. O caso Gregório - André acabara de ver, outra vez, que todas as medidas do bem são planejadas e pacientemente executadas pelos que se angelizam nas virtudes do Céu. Daí a pouco, outra entidade, revestida de luz, surgiu na tribuna. Doce magnetismo santificante irradiava dos olhos. Trajando uma túnica sem mangas estruturada em fina gaze azul-radiosa, ela desceu, fitando os presentes, à procura de alguém, com interesse particular. Gúbio se aproximou, reverente, qual discípulo submisso. Matilde pronunciou frases de paz, sem nenhuma afetação, e endereçou-lhe a palavra, em tom de infinita ternura: "Irmão Gúbio, agradeço-te o concurso dadivoso. Creio haver chegado, efetivamente, o instante de aceitar-te a ajuda fraterna, em favor da libertação de meu infortunado Gregório. Espero, há séculos, pela renovação e penitência dele. Impressionado pelos imensos recursos do poder, no passado dis­tante, cometeu hediondos crimes da inteligência. Internado em perigosa organização de transviados morais, especializou-se, depois da morte, em oprimir ignorantes e infelizes. Pelo endurecimento do coração, con­quistou a confiança de gênios cruéis, desempenhando presentemente a detestável função de grande sacerdote em mistérios ocultos. Chefia condenável falange de centenas de outros espíritos desditosos, crista­lizados no mal, e que lhe obedecem com deplorável cegueira e quase ab­soluta fidelidade. Agravou o passivo de suas dívidas clamorosas, tra­zidas da insânia terrestre, e vem sendo instrumento infeliz nas mãos de inimigos do bem, poderosos e ingratos... Há cinqüenta anos, porém, já consigo aproximar-me dele, mentalmente. Recalcitrante e duro, a princípio, Gregório agora experimenta algum tédio, o que constitui uma bênção nos corações infiéis ao Senhor. Já lhe surpreendo no espírito rudimentos de necessária transformação. Ainda não chora sob o guante do arrependimento benéfico e parece-me longe do remorso salvador; en­tretanto, já duvida da vitória do mal e abriga interrogações na mente envilecida. Não é tão severo no comando dos espíritos desventurados que lhe seguem as determinações e o colapso de sua resistência não me parece remoto".  Nesse momento, a venerável matrona derramava lágrimas discretas, que lhe deslizavam na face como sementes de luz. (Cap. III, pp. 45 a 47) 

21. O plano de Matilde - Após ligeira pausa, Matilde continuou: "Irmão Gúbio, perdoa-me o pranto que não significa mágoa ou esmorecimento... Na pauta do julgamento humano comum, meu filho espiritual será talvez um monstro... Para mim, contudo, é a joia primorosa do coração ansioso e enternecido. Penso nele qual se houvera perdido a pérola mais linda num mar de lama e tremo de alegria ao considerar que vou reencontrá-lo. Não é paixão doentia que vibra em minhas palavras. É o amor que o Senhor acendeu em nós, desde o princípio. Estamos presos, diante de Deus, pelo magnetismo divino, tanto quanto as estrelas que se imantam umas às outras, no império universal".  Dito isto, a venerável mulher prosseguiu: "Não encontrarei o Céu, sem que os sentimentos de Gregório se voltem igualmente para a Eterna Sabedoria. Alimentamo-nos na Criação com os raios de vida imperecível que emitimos uns para com os ou­tros. Como surpreender a perfeita ventura se recebo do filho amado tão somente raios de forças em desvario?"  Gúbio contemplou-a, de olhos úmidos, e disse estar pronto. Tudo o que fizesse por sua alegria, se­ria pouco diante dos sacrifícios que ela fazia por todos. Matilde, então, informou que em breves anos ela desceria de novo à carne, a fim de esperar Gregório em existência de resgate difícil e doloroso. Ela o educaria sob os princípios superiores que regem a vida. Gregório cres­ceria sob sua inspiração imediata, recebendo a prova perigosa e afli­tiva da riqueza material. Era seu plano que ele acolhesse, no curso do tempo, em labor gradativo, a extensa legião de servidores viciados que hoje o seguiam e a ele obedeciam, a fim de encaminhá-los através do carreiro de santificação pela disciplina benéfica em construtivo suor. Na Terra, ele padeceria calúnias e vilipêndios. Seria muita vez humi­lhado à face dos homens. Triunfaria nos bens efêmeros e nas honrarias do mundo. Receberia, no desdobramento de suas tarefas salvadoras, tentações de toda espécie, conhecendo, depois, a deserção dos falsos ami­gos, o abandono, a miséria, a doença, a velhice e a solidão. "Apegar-se-á profundamente ao meu carinho, na infância, na mocidade e na madu­reza; entretanto, na colheita de provações mais duras, tê-lo-ei prece­dido na viagem do túmulo..." -- acentuou a venerável mulher. Para que o plano desse certo, Matilde prometia trabalhar muito e sem desânimo, movendo as cordas da intercessão sublime, mobilizando amigos e rogando a Jesus fortaleza e serenidade. (Cap. III, pp. 47 a 49) (Continua no próximo número.)   
 

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita