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Ano 2 - N° 94 – 15 de Fevereiro de 2009

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)

 

Aylton Guido Coimbra Paiva:

“É preciso valorizar as oportunidades de trabalho
que o Espiritismo nos proporciona”

Livro com mensagens ditadas por diferentes Espíritos, bem conhecidos de nosso movimento, e arquivadas em média há quase 30 anos, surge em momento muito oportuno. Obra traz mensagens de Meimei, Cairbar Schutel, Maria Dolores, Hilário Silva, entre outros, e também homenageia espírita atuante em Bauru que alcança um século na presente existência.  

Aylton Guido Coimbra Paiva, nosso entrevistado da semana, é espírita desde 1952 e vincula-se à conhecida Casa dos Espíritas, de Lins (SP). Suas respostas resgatam aspectos históricos e oferecem interessantes observações para nossas reflexões doutrinárias.  

O Consolador: Seu recente livro Histórias e Recados do Mundo Espiritual traz mensagens psicografadas de diferentes Espíritos, a maioria deles bastante conhecida do movimento espírita. O detalhe  é que  são  mensagens com

quase ou mais de uma década de recepção. Esse material ficou guardado durante todo esse tempo e agora surge em momento oportuno para o movimento espírita, tal a atualidade dos temas. Conte-nos sobre a recepção do livro e a oportunidade da publicação. 

Desde os vinte anos desenvolvi as mediunidades de psicofonia e psicografia. Desde então as exercito em reuniões públicas e privadas em centros espíritas. Nessas atividades as mensagens são dirigidas diretamente à pessoa interessada ou que os Espíritos indicam. Em algumas dessas reuniões recebemos mensagens que se destinam ao interesse comum. Algumas delas ficaram em meu arquivo e alguns confrades tomaram conhecimento delas, entre eles, Sidney Frances Fernandes, dedicado militante do movimento espírita de Bauru-SP, que as colecionava, especialmente as transmitidas pelo Espírito Hilário Silva. No prefácio do livro ele explica o porquê. Pois bem, a publicação das mensagens em livro se deve à sua insistência e dedicação nesse objetivo. 

O Consolador: Interessante sua abordagem no início do livro sobre o Espírito Hilário Silva. Comente com nossos leitores sobre essa experiência. 

Começamos a psicografar algumas histórias em que, ao final, o Espírito se identificava como Hilário Silva. Várias foram transmitidas, mas passado algum tempo a transmissão cessou. Como eu gostava do estilo e as conclusões que o Espírito apresentava, certa feita, mentalmente, indaguei ao mentor espiritual Carlos por que elas tinham cessado. Ele não deu o motivo, mas disse-me que, como Espírito, ainda que "encarnado", deveria também desenvolver minhas potencialidades, inclusive a de escrever, e passou uma "receitinha" que está no livro. 

O Consolador: Em 2009, o valoroso Sebastião Paiva completa um século de existência, ainda residindo na cidade paulista de Bauru. Fale-nos sobre esse importante personagem de sua existência. 

Como relato no livro, em capítulo especial, Sebastião Paiva, meu tio, foi um marco de luz em minha atual encarnação. Quando me debatia com os conflitos próprios da adolescência, ele colocou em minhas mãos o primeiro livro espírita: Do Calvário ao Infinito, psicografado pela extraordinária médium Zilda Gama e de autoria do Espírito Victor Hugo. Sebastião Paiva fundou, em Bauru, as instituições espíritas: Sociedade Beneficente Cristã, de amparo a idosos, viúvas e doentes mentais, com instalações adequadas e separadas umas das outras; a Sociedade de Proteção à Maternidade e à Criança, de assistência e educação aos órfãos ou abandonados pelos pais; Sociedade Espírita de Beneficência Rural, de assistência e educação a meninos órfãos ou abandonados pelos pais. Desde a sua aposentadoria na antiga Companhia Paulista de Estrada de Ferro, após trinta anos de serviço, sendo solteiro, dedicou-se integralmente a essas instituições espíritas. No mês de abril de 2009, o seu corpo físico completará cem anos de existência. Ele ainda permanece residindo na Sociedade Beneficente Cristã. E lúcido, sempre procura saber como "vão as coisas". 

O Consolador: Seu livro presta homenagem ao Paiva, inclusive com esboço biográfico. O lançamento de seu livro praticamente coincide com o centenário de Paiva. Podemos crer que não foi mera coincidência, em face das qualidades do homenageado. Em sua opinião, qual foi a influência mais marcante de Paiva no movimento espírita de Bauru? 

Sem dúvida, foi na área da assistência e promoção social. Ele enfatizou sempre a afirmação dos Espíritos em O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec: "Fora da caridade não há salvação". Ele viveu e vive para essa ação. Também tem sido dedicado estudioso do Espiritismo. Foi um dos pioneiros na divulgação do esperanto em Bauru e região. Durante muitos anos foi delegado da UEA - Universala Esperanto Asocio, com sede em Roterdã, na Holanda. Com ele, também, aprendi o esperanto, o idioma internacional. 

O Consolador: Paiva também fundou no município paulista de Dois Córregos o Lar Tito Paiva. Tito é outro trabalhador espírita? Fale-nos sobre ele. E foram duas as instituições fundadas por Paiva? 

Sim. Ele fundou, em 1936, com Ângelo Rico, apelidado Tito, a Sociedade Espírita de Assistência Social com a finalidade de distribuir gêneros alimentícios às famílias carentes. Diz ele que, nessa época, redigiu e encaminhou uma carta para todos os centros espíritas do Brasil, dos quais tinha o endereço, incentivando a criação da assistência social. Na ocasião recebeu uma resposta, em longa carta, do professor Herculano Pires. Então, ao longo dos anos trocaram correspondências e quando Herculano proferia palestras em Bauru ele não as perdia. Nos dias atuais a instituição fundada está em plena atividade e teve acrescentado o nome: Lar Tito e Paiva. 

O Consolador: Você continua psicografando mensagens dos Espíritos que constam em seu livro recém-lançado? Em caso positivo ou negativo, comente sobre tais percepções em vista da presença de tais Espíritos. 

A vida é dinâmica, as mudanças ocorrem tanto em nosso mundo físico quanto nas esferas espirituais. Alguns daqueles Espíritos não mais têm transmitido mensagens. Alguns, possivelmente, direcionaram-se a outras atividades, bem como podem, até, ter reencarnado. Durante o processo de captação das mensagens de Espíritos benfeitores, o "clima psíquico" sempre é muito bom. Como sou médium em que o processo da psicografia oscila entre a psicografia semimecânica e a intuitiva, basta apenas "acompanhar" o fluxo dos pensamentos. Diferentemente de quando eu tenho que redigir, pois exige esforço consciente de elaboração, estruturação e preocupação com a forma de exprimir o meu pensamento. 

O Consolador: O movimento espírita de Bauru e região sempre foi de muito dinamismo. Nomes influentes, em diferentes épocas, estiveram e estão nessa imensa região. No presente, podemos citar Simonetti, Nazil, entre outros conhecidos ou anônimos. No passado, o próprio Paiva, já citado, e os valorosos tio e sobrinhos da família Previdello. Qual sua visão sobre a atuação desses tarefeiros espíritas? 

Sebastião Paiva e Roberto Previdello, inegavelmente, estão entre os pioneiros espíritas dessa região. Foram, juntamente com corajosos (naquela época precisava ser corajoso) companheiros, os desbravadores e semeadores do Espiritismo, pela divulgação do livro espírita e na área da assistência e promoção social. Roberto Previdello colaborou intensamente para a fundação da USE - União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo.  Previdello teve dois sobrinhos que se destacaram no movimento espírita de Bauru e especialmente no movimento da mocidade espírita: Ademar Previdello, excelente expositor espírita, e João Durval Previdello, que desencarnou ainda jovem (no livro há uma mensagem sua) e que atuou na USE, mais especificamente no então 23º Conselho Regional Espírita, hoje USE Regional Bauru. Fomos companheiros na mocidade espírita de Bauru. 

O Consolador: Os Espíritos autores de seu livro, entre eles Cairbar Schutel, Meimei e Leopoldo Machado, ditaram mensagens de profundo significado espiritual. São Espíritos notadamente dedicados à causa espírita desde quando encarnados. Como despertar o movimento espírita para a necessidade do trabalho espírita, em apelos expostos em sua como em tantas outras obras, diante da resistência e muitas vezes indiferença diante da mensagem marcante de imortalidade trazida pelo Espiritismo, como através dos textos trazidos por aqueles Espíritos? 

Com a persistência na divulgação da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec. Sem dúvida, as formas de divulgação da doutrina vão se ampliando, seja quanto aos recursos de mídia  e quanto às reflexões que o Espiritismo nos proporciona ante a problemática da vida. É importante prosseguir com um trabalho consciente sério, não apelativo, mas seguro e firme nos propósitos nobres e elevados da vida que a Doutrina Espírita revela e desvela.  

O Consolador: Fale-nos também de sua experiência como palestrante e como integrante dos esforços da USE estadual. 

Estimulado por meu tio, Sebastião Paiva, comecei a fazer pequenas palestras, relatando histórias de Humberto de Campos, Emmanuel, André Luiz e outros, psicografadas pelo nosso querido Chico Xavier, para os irmãos idosos da Sociedade Beneficente Cristã. Prossegui com palestras na Mocidade Espírita de Bauru. Minha primeira palestra fora de Bauru foi na cidade de Jaú, a convite do então juiz de direito da cidade, Dr. Luiz Francisco Giglio, com o tema: Os três aspectos da Doutrina Espírita. As minhas atividades na USE se iniciaram em Bauru, na antiga UMEB - União Municipal Espírita de Bauru. Com a minha mudança para a cidade de Lins passei a participar da União das Sociedades Espíritas Intermunicipal de Lins, onde ao longo dos anos assumi vários cargos. Também na gestão do confrade Antonio César Perri de Carvalho fui diretor do departamento de doutrina da USE São Paulo, e atualmente sou um dos membros desse departamento. Ainda "estou" presidente da Use Regional Bauru. 

O Consolador: E a Casa Espírita de Lins? Quando foi fundada? Por quem? E como estão suas atividades? 

A Casa dos Espíritas foi fundada em 7 de janeiro de 1945, sob a denominação de União Espírita de Lins - Deus, Cristo e Caridade – UEL, mudando-se seu nome para Casa dos Espíritas em 15 de setembro de 1968, pois com a criação da União Municipal Espírita de Lins - UMEL iniciaram-se as confusões, por ocasião de convocação de reuniões, entre as siglas UEL e UMEL. Atualmente a instituição procura desenvolver as suas atividades na realização dos seus objetivos: estudo e divulgação do Espiritismo, atendimento a encarnados e desencarnados e o estímulo à vivência cristã, através dos seus departamentos específicos. Podemos dizer que em nenhum dia da semana as portas do centro permanecem fechadas, pois acompanhamos Emmanuel/Chico Xavier quando afirmam: o centro espírita deve ser hospital, escola e oficina de trabalho. 

O Consolador: Suas palavras finais. 

Que saibamos todos valorizar as oportunidades de trabalho que o Espiritismo nos proporciona, tendo a mesma alegria e determinação na construção do bem, empunhando a vassoura que higieniza ou a tribuna que orienta e esclarece. Cada oportunidade de ação no movimento espírita é sempre valiosa e não podemos desperdiçá-la.
 
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita