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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 94 – 15 de Fevereiro de 2009
ARÍSIO ANTONIO FONSECA JUNIOR
arisiojunior@yahoo.com.br
Juiz de Fora, Minas Gerais (Brasil)

Falemos o que se pode compreender

Assim também vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? Porque estareis como
que falando ao ar
.” 1 Co 14,9. 

 
Outra vez voltamos nossa atenção às sábias palavras do Apóstolo dos Gentios. Em sua primeira carta aos cristãos de Corinto, Paulo discorre, entre outros assuntos, sobre os dons espirituais.  

O Convertido de Damasco nos adverte acerca da impropriedade de utilizar-se o ensino em outro idioma, tendo em vista o pouco ou nenhum aproveitamento para aqueles que ouvem. 

Transposta a mensagem epistolar para o âmbito dos oradores, expositores, palestrantes ou qualquer outro nome que se queira dar às pessoas de boa vontade que se fazem divulgadores da Doutrina Espírita, temos que pensar bastante a respeito dessa missão evangelizadora. 

Um grande número de pessoas diz ser a literatura espírita de difícil compreensão. Para exemplificar o que dizem, mencionam as obras escritas por André Luiz, Emmanuel, Joanna de Ângelis e até mesmo as traduções dos livros do pentateuco escritos por Allan Kardec. De certa forma, muitas delas têm razão. A linguagem mais elevada e as palavras requintadas empregadas pelos autores referidos, e por tantos outros, não é de fácil acesso àqueles com pouca instrução formal. Não é nossa intenção neste artigo direcionar a advertência de Paulo aos superiores irmãos que nos enviaram tantas lições do Mundo Espiritual. 

Os destinatários deste texto somos todos nós que, aqui no plano terrestre, assumiram a tarefa de divulgar o Espiritismo, de evangelizar e evangelizar-se através das palavras, seja nas reuniões públicas, seja nos encontros de Mocidade, seja no trabalho na Escola Espírita de Evangelização. E, ainda, no ensino na rua, através dos escritos e das entrevistas. 

Falar o que é compreensível ao outro. Simples! A mensagem de Paulo é transparente e singela: fala aquilo que seu interlocutor pode entender. 

Contudo, infelizmente, o que vemos, muitas vezes, somos nós nos utilizando de palavras rebuscadas, falando de forma empolada, soberba mesmo, para impressionar os ouvidos dos que nos ouvem. Se algumas pessoas acham que os livros mediúnicos são difíceis de compreender, em virtude do linguajar utilizado, não devemos dar continuidade a essa falta de contato com a Doutrina Espírita. Sejamos os facilitadores para o entendimento. 

As pessoas para as quais preparamos nossos estudos compõem um grupo tão heterogêneo com relação ao aprendizado formal, que falarmos de forma rebuscada é um atentado à moral cristã, uma ofensa à caridade.

Os Espíritos Superiores nos ensinam que a Doutrina Espírita não possui nenhum caráter secreto, obscuro, que impeça a chegada de todos às suas instruções. Assim como Jesus glorificou o Pai por ter podido levar o seu conhecimento aos simples e aos pequenos (Mateus, 11.25), também o Espiritismo abre a verdade do Mundo Espiritual a todos os que querem compreendê-lo. É certo que Kardec deixa claro que a “maturidade do senso moral” é imprescindível para a compreensão das verdades espirituais (ESE, XVII, 4). 

Dessa forma, não sendo – nem devendo ser – privilégio de alguns o saber espírita, os divulgadores do Espiritismo têm uma função de grande importância, que não pode ser obstada pela vaidade e pelo orgulho de ser “alguém” na Terra. Os títulos acadêmicos são válidos somente nos círculos que lhes tocam. No Centro Espírita, somos apenas instrumentos da mensagem divina. O que temos de fazer é tentar ser o instrumento mais límpido possível. 

Em razão de tudo isso, devemos estar sempre atentos não só ao que dizemos, mas também a como dizemos, pois que inúmeros irmãos, os quais vão às reuniões para sentirem-se confortados, podem sair do Centro Espírita à maneira de quem não ouviu nada, apesar de belas palavras terem sido pronunciadas. E nós, que usamos da palavra, podemos sair do nosso trabalho “como se estivéssemos falando ao ar”, conforme advertiu o autor da Carta aos Coríntios.

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita