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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 93 - 8 de Fevereiro de 2009

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniamva@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 
 

Além do olhar do ocidente

 A terra é feita de céu. (Fernando Pessoa)

Ação razoável é a de ressignificar a ordem em si mesmo para ressignificar a ordem no universo, pois os físicos explicam a inter-relação que une as partes ao todo e o todo às partes. O sonho individual adere-se ao grande sonho cósmico. 

Talvez para alguns seja suficiente considerar que nossas escolhas, tímidas ou fortes, estão tecidas com àquelas de todos os demais, contudo, por resistência física, poderá haver para alguns a dúvida psíquica. 

Nesse caso, a dúvida é nascida da inflação do ego. Assim, é preciso sentir receio de ouvir os pensamentos indomáveis, à medida que eles alimentam as culpas e a idéia de auto-abandono.  

Para que mudar a si mesmo? Então, a cada manhã, com insistência, é preciso fazer a travessia desse deserto e se pôr em relação com as possibilidades que retirem o ego da perspectiva de seguir fechado em si mesmo. 

Creio que  neste caminho, além da busca do amor, a amizade de seres humanos e de animais pode ajudar bastante.  

Tenho uma gata que me ajuda a entender sobre a simplicidade do viver e me faz recordar, vendo-a meditativa no parapeito da varanda, o quanto tenho dificuldade em me manter silencioso. 

Habitar por um tempo em um espaço-tempo de silêncio faz-me retornar ao centro, no qual posso despojar-me das couraças para me abastecer sem medo em minha essência. 

Com isso, consigo perceber que a matéria e o mundo não são maus. A dificuldade reside na fixação do “olhar de serpente”, sempre atrelado à feiúra e aos estados de inferioridade.  

Com respeito, posso inserir o Espírito na matéria deixando de ser escravo das coisas, porém reconhecendo o lugar de cada uma delas na minha vida, utilizando-as de uma maneira correta.  

Um pássaro é sempre um pássaro qualquer seja o ângulo que o observemos. Porém, podemos, em relação a um pássaro, dispor dos símbolos da direita e da esquerda  para apreender melhor a totalidade do real.

Dessa maneira, o pássaro pode tornar-se não só um objeto que ocupa o campo de visão, mas pode tornar-se um elemento que permite o não estar enclausurado no ocidente do mundo mental, reencontrando nossa intuição, nosso oriente – nossa orientação interna. Esta última é apta a nos reconduzir ao espaço azul do céu, no qual podemos recordar que também somos governados pela luz. 

O masculino e o feminino. Em nossa vida temos necessidade desses dois aspectos. Então, direita e esquerda, ocidente e oriente, não devem separados um do outro para que o conflito e a doença não se instalem e, em conseqüência, não fiquemos presos na recusa de perceber que somos tanto enraizados na dimensão física, quanto imantados pela luz.  

Ora, são essas duas dimensões que nos levam a desenvolver, de maneira atenta e paciente, a lucidez do coração. 

A lucidez do coração nos livra das algemas da categoria do “isto”, estimulada pela estreiteza da lógica da mente, o ocidente. Sim, não há dúvida: olhar com os dois olhos, o ocidente e o oriente, à medida que há mais de uma dimensão que tece a condição humana, pois “o homem não é um isto, mas um tu”, na expressão de Martin Buber.

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita