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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 90 - 18 de Janeiro de 2009

ROGÉRIO COELHO
rcoelho47@yahoo.com.br
Muriaé, Minas Gerais (Brasil)

 

Recursos de sublimação

"No mundo tereis aflições..." Jesus (João, 16:33)


A frase messiânica em epígrafe,  explícita e desprovida de subterfúgios,  prende-se  não  somente  ao  fato  de  estarmos espiritualmente  onerados pelos pretéritos equívocos, mas significa, principalmente, que a  rota ascensional   que  nos  levará,  enfim,  aos  remansosos   pastos espirituais  das  Regiões  Superiores, está inçada  de  sarças  e espinhos ferintes...

Nesse  passo, a dor, o obstáculo, a dificuldade, o trabalho e a luta árdua  são  os  recursos  de sublimação que o Pai Celestial faculta a todas as Suas criaturas, sem exceções ou privilégios, visando o fanal a que todos  estamos destinados: a perfeição!...

Assumem, nesse contexto, grande importância a obediência (consentimento da razão) e a resignação (consentimento do coração) mencionadas por Lázaro(1), vez que ambas, conduzem  o fardo das provações que a revolta insensata deixa cair.

A terra, rasgada pelo arado, plenifica-se de flores e frutos em suas leiras retificadas. A poda agressiva, afeando a árvore, cobre-a, depois, de nova robustez, habilitando-a à beleza e à fartura.  Abandonando  o  aconchego da  fonte,  a  água humilde, cujo filão insignificante sofre todas as vicissitudes do percurso, partilha, finalmente, da grandeza do mar...

Tal acontece tanto no âmbito da  Natureza quanto no reino complexo da Alma...

Esclarece Emmanuel (2):

"(...) A corrigenda é sempre    rude, desagradável,  amargurosa; mas, naqueles que lhe aceitam a luz, resulta sempre em frutos abençoados de experiência, conhecimento, compreensão e justiça.

A terra, a árvore e a água suportam-na através de constrangimento, mas o Homem, campeão da inteligência no  Planeta,  é  livre para recebê-la e  ambientá-la  no  próprio coração.

O problema da felicidade pessoal,  por  isso mesmo,  nunca  será resolvido pela fuga  ao  processo  reparador. Exterioriza-se a correção celeste em todos os ângulos da Terra.

Raros, contudo, lhe aceitam a bênção, porque semelhante dádiva, na maior parte das vezes, não chega envolvida em arminho,  e, quando levada aos lábios, não  se  assemelha  a saboroso  confeito. Surge, revestida de acúleos ou misturada de fel, à guisa de remédio curativo e salutar.

Não percas, portanto, a luta e o trabalho, consciente de que a dor e o obstáculo são preciosas oportunidades de aperfeiçoamento, são os recursos de sublimação que nos compete aproveitar."

Conhecendo  todos  esses  mecanismos  que   a divina  Misericórdia colocou na senda humana para a felicidade  e glória  da  criatura,  com o fito de  ensejar-lhe  a  emancipação espiritual   é  que  o  "Severo  Tapeceiro  Tarsense"   proclamou enfático (3):

"E, na verdade, toda correção, no  presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela."

Lembremo-nos  de  que,  após  as  cruentas  e aflitivas  dores do parto, a mulher acalenta em seus  braços,  em transportes de júbilo, o rebento amado...

Em seu ímpar e lúcido raciocínio, completa o Mestre Lionês (4):

"(...) No que nos aflige, só vemos, em geral, o presente e não as ulteriores conseqüências favoráveis que possa ter a nossa aflição.  Muitas vezes, o bem é a conseqüência de  um mal passageiro, como a cura de uma enfermidade é o resultado  dos meios  dolorosos que se empregaram para combatê-la.  Em todos  os casos  devemos  nos  submeter à vontade  de  Deus,  suportar  com coragem  as tribulações da Vida, se queremos que elas  nos  sejam levadas  em  conta e que se nos possa aplicar estas  palavras  de Jesus: "Bem-aventurados os que sofrem."

Portanto, por mais acerbas se nos apresentem  as lutas  e vicissitudes, perseveremos impertérritos, certos de  que Jesus nos aguarda após o limiar da "porta estreita".
 

Referências:

(1) KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. 125 ed., Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, cap. IX, item 8.

(2) XAVIER, F. Cândido. Fonte Viva. 10 ed., Rio [de Janeiro]: FEB, 1982, capítulo 6.

(3) Hebreus, 12:11.

(4) KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 125 ed., Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, cap. XXVIII.

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita