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Ano 2 - N° 89 - 11 de Janeiro de 2009 

WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)

 

Edmir Garcia:

“A diminuição do número de crianças e jovens nas casas espíritas é uma bomba-relógio que trará num futuro próximo sérios problemas”
 

Nosso entrevistado desta semana, o confrade Edmir Garcia (foto), nasceu e reside na cidade de Bebedouro, interior de São Paulo, onde é professor de História e Filosofia. No movimento espírita atua coordenando mocidades espíritas, dirigindo reuniões mediúnicas e proferindo palestras por todo o Estado de São Paulo. Atualmente exerce o cargo de presidente da USE-Intermunicipal de Bebedouro e vem desenvolvendo trabalho em prol do movimento de unificação espírita, mostrando também grande entusiasmo por assuntos ligados à juventude, principalmente à juventude espírita. E foi com esse entusiasmo, que deve caracterizar    o   jovem,    que    ele    nos

concedeu a entrevista seguinte. 

O Consolador: Como conheceu o Espiritismo? 

Na infância, através de primas espíritas. 

O Consolador: Já ocupou anteriormente algum cargo de dirigente espírita? 

Sim. Já fui dirigente de mocidade espírita, de Centro e atualmente sou presidente da USE-Intermunicipal de Bebedouro. 

O Consolador: Há quantos anos você está à frente da USE Bebedouro? 

Participo da USE há aproximadamente 20 anos (evangelização, mocidade e doutrina), mas estou na presidência há 1 ano. 

O Consolador: Sabemos que um de seus assuntos prediletos é a unificação espírita. Em sua opinião como está o movimento espírita de unificação? 

Tenho visto, com alguma preocupação, que a tão sonhada unificação entre as casas espíritas não é, ainda, uma realidade. Muitos dirigentes, principalmente os que chegaram à Casa Espírita na fase adulta e que participam de Centros de maior porte, não enxergam a  importância do intercâmbio entre as casas, conforme orientou Kardec. Sempre procuro alertar que "brasa fora da fogueira apaga logo", mas ainda não conseguimos sensibilizar muitos. Preocupa-me também o fato da Casa Espírita ser colocada à frente da CAUSA espírita. 

O Consolador: Você citou o fato de a Casa Espírita ser colocada à frente da Causa espírita. Em sua opinião, quais são as maiores dificuldades do movimento espírita na atualidade, e como fazer para superá-las? 

As dificuldades são inúmeras, mas daria destaque para a diminuição do número de crianças e de jovens nas casas espíritas. Esta é uma bomba-relógio que trará num futuro próximo, se é que já não está trazendo, sérios problemas de reposição dos trabalhadores das casas. Além disso, deixamos de conscientizar indivíduos na idade mais apta para o aprendizado e, assim, deixamos de formar cidadãos espíritas. 

O Consolador: Você é graduado em História e pós-graduado em Psicopedagogia. O que sua experiência profissional como educador agrega em suas atividades de dirigente espírita? 

A troca entre minha experiência profissional e doutrinária é constante desde muito cedo. O movimento espírita foi um facilitador para minha aprendizagem de falar em público, já minha faculdade e experiência profissional ajudam muito nas exposições espíritas. 

O Consolador: Tem percebido na juventude interesse por assuntos concernentes à espiritualidade e mais particularmente ao Espiritismo? 

Infelizmente o interesse, de poucos, é por pura curiosidade. Não tenho percebido interesse de estudo metódico e sério sobre essas questões. 

O Consolador: Sua militância no Espiritismo está muito ligada à mocidade espírita. Nota alguma diferença entre os jovens de sua época e os jovens de hoje? Se sim, por favor, fale-nos sobre elas. 

Sou de uma geração que se tornou mais politizada e, até mesmo, mais crítica. Tínhamos um movimento, no estado de São Paulo, bastante dinâmico. A Mocidade Espírita de Bebedouro foi fundada em 20 de maio de 1931 (é a mais velha do Brasil), e nesse período passou por inúmeras fases. Hoje a MEB é composta de aproximadamente 20 jovens (tínhamos 100), atua pouco no movimento de unificação (éramos muito participativos), estuda pouco (éramos obcecados pelo estudo), não possui atividades de recreação/lazer (tínhamos grupo de teatro, coral, treino de voleibol e futsal, festas, pingue-pongue, pebolim, excursões, etc.). Não sou saudosista, acredito na melhoria constante das coisas, mas não posso deixar de reconhecer que passamos, no movimento jovem, por uma fase de pouco brilho. 

O Consolador: Há alguns meses foi veiculada pesquisa em revista famosa que mostra um desconhecimento do jovem que se diz espírita em relação aos postulados doutrinários. O que pode ser feito para que o jovem tenha mais interesse em estudar as obras básicas de Allan Kardec, e assim ter uma sólida base doutrinária? 

Não tenho uma solução mágica para este problema. Tanto na USE, quanto no grupo de pais espíritas de que participo, temos discutido muito esta questão, sem encontrarmos respostas verdadeiramente convincentes. Existem diversas alegações dos jovens para esse momento das mocidades espíritas, mas nenhuma delas me parece embasada em fundamentos. Alegam muitos compromissos, estudo em outras cidades etc. Quando buscamos desculpas não encontramos realmente as soluções. A causa central é o "desinteresse". Precisamos entender o "porquê" desse desinteresse. O resto é desculpa. 

O Consolador: Suas palavras finais. 

Sou otimista! Acredito que as dificuldades que citei acima podem ser e serão superadas, apenas entendo que temos o dever de buscarmos caminhos mais adequados e com menos dor. Como tantas vezes foi dito pelas espiritualidade amiga, estamos passando por uma transição em nosso planeta e toda transição traz algumas dificuldades naturais. Como dizia um grande amigo: "A carroça vai andando e as abóboras vão se ajeitando."
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita