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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 87 - 21 de Dezembro de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

No Mundo Maior

André Luiz

(Parte 25)

Damos prosseguimento ao estudo da obra No Mundo Maior, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. A qual de seus familiares André Luiz encontrou na região de trevas?

R.: Seu próprio avô Cláudio, que ainda não sabia que desencarnara, apesar de passados mais de quarenta anos desde seu falecimento. Seu estado era, contudo, lastimável. (No Mundo Maior, cap. 18, pp. 231 a 233.) 

B. Qual foi a reação do avô ao saber que aquele era seu querido neto?

R.: A emoção de ambos foi indescritível. Tornando mentalmente a cenários da infância longínqua, André sentira-se novamente menino e, vencendo de um salto o espaço que o separava do avô, ajoelhou-se aos seus pés, cobriu-lhe as mãos de beijos e perguntou: "Vovô Cláudio, pois o senhor não me conhece mais?" E ante o olhar dos circunstantes, que gritavam, André – amparado por Calderaro, que também enxugava lágrimas discretas – sustentou o avô nos braços, como se transportasse, louco de alegria, precioso fardo que lhe era doce e leve ao coração. (Obra citada, cap. 18, pp. 233 a 235.) 

C. Em casos como o de Cláudio a reencarnação é importante no tratamento?

R.: Sem dúvida. Cláudio, que tinha imenso remorso pelo que fizera a uma irmã de nome Ismênia, precisava de tratamento e de cuidados, e era impossível prever quando teria condições de respirar atmosfera mais elevada. A conclusão a que chegaram os protetores era que o enfermo, para melhorar com mais rapidez e eficiência, deveria retornar à experiência carnal, o que mostra como a reencarnação é importante para a recuperação dos indivíduos. (Obra citada, cap. 19, pp. 236 e 237.) 

Texto para leitura

125. O caso Cláudio - O avô, bastante aliviado por encontrar alguém de suas relações, contou então que desde muito estava preso naquela re­gião misteriosa, referta de perigos e de monstros, mas abundante de ouro, de muito ouro. Na seqüência, rogou a André ajuda para poder sair dali. Ajoelhado, de braços estendidos para o neto, ele repetia: "Quero voltar..., rever os meus, sentir-me em casa novamente!" André abraçou-o, compungido, mas, sem desejar chocá-lo com revelações inoportunas, explicou-lhe: "Cláudio M..., sois vítima de lamentável engano. Vossa casa antiga cerrou-se com os olhos físicos que já desapareceram! En­carcerastes o espírito num sonho vão de mentirosas riquezas. A morte vos arrebatou a alma do domicílio carnal, vai para mais de quarenta anos". O ancião desatou em pranto convulso. "Bem o sinto! – murmurou, inspirando compaixão. – Tenho a cabeça afogueada, incapaz de racioci­nar; mas... e o ouro, o ouro que ajuntei com tanto suor?" André pediu-lhe reparasse nas suas próprias mãos, para ver que o patrimônio, acu­mulado à custa das dificuldades alheias, convertera-se em lodacentos detritos. Cláudio contemplou a lama que sobraçava, e gritou, aterrori­zado. Em seguida, pousando em André os olhos lacrimosos, considerou: "Será o castigo? Minha falta para com Ismênia exigia punição..."  Re­latou então que, ao morrer, seu pai lhe confiara uma irmã, Ismênia, que não era filha legítima de sua casa. Sua mãe, contudo, a criara com o mesmo desvelo que dedicara a ele. Quando se viu, porém, sozinho, ele escorraçou a irmã do ambiente doméstico. Provou que ela não partilhava seus laços consangüíneos, para melhor assenhorear-se da fortuna legada pelo pai. Ismênia implorou e sofreu; no entanto, ele a relegou a mise­rável destino, cioso da sólida base financeira que havia herdado. Fi­cou rico e multiplicou seus cabedais, ganhando sempre. Entendia, po­rém, que tudo fora em vão... O castigo tardou, mas enfim chegara... (Cap. 18, pp. 231 a 233)

126. André toma nos braços o avô querido - André pensou em abrir-lhe o coração comovido até às lágrimas. O Assistente recomendou-lhe silên­cio. A medida seria de todo inoportuna. Cláudio continuou em suas re­cordações e depois indagou de seus familiares, revelando o desejo de saber o que foi feito de sua fortuna, que ele acumulara, olvidando a própria alma, bem como o destino de Ismênia. Considerou, em seguida, que seus pais já haviam falecido e que seus filhos, certamente, o ha­viam esquecido. Ele se sentia desprezado, sem ninguém. "Valei-me, emissários do Eterno! – rogou Cláudio –, não abandoneis um ancião traído em suas ambições e propósitos! agora, que me reconheço, tenho medo, muito medo..." Depois, com uma grossa cortina de lágrimas no olhar, afirmou que só uma pessoa no mundo se recordaria dele, e, se soubesse do seu paradeiro, lhe estenderia suas mãos protetoras... Era uma referência direta ao estimado autor da Série Nosso Lar: "Meu neto André Luiz era a luz de meus olhos. Muita vez, os carinhos dele me aquietavam o torturado pensamento. Em muitas ocasiões manifestei, em casa, o desejo de que ele se consagrasse à Medicina. Destinei-lhe um legado para esse fim. Pretendia vê-lo fazendo o bem que eu, homem ig­norante, não soubera praticar". Mencionou então que freqüentemente o assaltava o remorso pela extorsão infligida à irmã, mas se consolava com a idéia de que o neto do seu coração, de algum modo, gastaria o dinheiro que ele indebitamente aferrolhara, educando-se, como con­vinha, para benefício de todos, porque André, com certeza, seria o benfeitor dos pobres e dos doentes, espargiria sementes dadivosas onde sua existência inútil espalhara pedras e espinhos de insensatez... Dito isto, Cláudio perguntou a André se ele poderia levar notícia suas ao neto que ele supunha distante. André não conseguiu suportar tamanha emoção. Lembrou-se de seu avô acariciando seus cabelos e compreendeu a extensão de seu débito para com ele, relativamente ao diploma de mé­dico que ele não soubera honrar no mundo. Tornando mentalmente a cená­rios da infância longínqua, sentiu-se novamente menino e, vencendo de um salto o espaço que o separava do avô, ajoelhou-se aos seus pés, co­briu-lhe as mãos de beijos e perguntou: "Vovô Cláudio, pois o senhor não me conhece mais?"  Impossível descrever o que se passou. Ante o olhar dos circunstantes, que gritavam, uns revoltados, outros rindo, incapazes de entender aquela cena, André – amparado por Calderaro, que também enxugava lágrimas discretas – sustentou o avô nos braços, como se transportasse, louco de alegria, precioso fardo que lhe era doce e leve ao coração. (Cap. 18, pp. 233 a 235)

127. Cláudio relata sua vida a Cipriana - Quando Cipriana regressou, encontrou André banhado em lágrimas. Em breve relato, ela se inteirou de tudo o que acontecera e ponderou: "Dispomos de tempo curto; e como não será possível ao doente acompanhar-nos, cumpre interná-lo já em algum recolhimento, aqui mesmo". Cláudio, apesar do júbilo de haver reconhecido o querido neto, não guardava razoável equilíbrio: pronun­ciava ainda frases desconexas, em que o nome de Ismênia era com fre­qüência repetido. Ele precisava de tratamento e de cuidado, advertiu a instrutora, que acrescentou: "É impossível prever quando se achará em condições de respirar atmosfera mais elevada". Em seguida, auscultou o velhinho semilouco e, decorridos alguns instantes, informou: "André, nosso enfermo, para melhorar com mais rapidez e eficiência, deveria retornar à experiência carnal". André pediu-lhe sua intercessão e Ci­priana aquiesceu, de pronto, explicando que, em se tratando de reen­carnação por meras atividades reparadoras, sem projeção nos interesses coletivos, de modo  mais amplo, seu concurso pessoal podia ser mais decisivo e imediato. "Temos nestes sítios – informou a instrutora – grande número de benfeitores, providenciando reencarnações em grande escala nos círculos regenerativos. Vejamos como estudar a situação fu­tura deste irmão." Cipriana interrogou, na seqüência, o velhinho, que lhe relatou o mal que fizera a Ismênia, uma filha que seu pai tivera na mocidade, antes de se casar. Espoliada e expulsa de casa, Ismênia buscou abrigo em residência de família abastada, que lhe cedeu, por favor, um lugar de copeira, com remuneração desprezível. Mais tarde, premida por dificuldades materiais de toda a sorte, desposara um homem rude e cruel, que a seviciara e lhe dera algumas filhas em dolorosas condições de miserabilidade. Relatou, por fim, os indignos ideais que nutrira no terreno da sovinice, estremecendo os corações dos que o es­cutaram. (Cap. 19, pp. 236 e 237) (Continua no próximo número.)
 
  


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