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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 86 - 14 de Dezembro de 2008

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniamva@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 

Casal: um olhar sobre
a intimidade
 


Muitos autores indicam o exercício da intimidade para a vida conjugal perdurar no tempo e no espaço. Contudo, sabemos que a realidade de diversos relacionamentos é atingida diariamente pelas mágoas (pequenas ou grandes) motivadas, na maioria das vezes, por um convívio truncado. E esses ressentimentos,  se acumulados, podem levar a rupturas definitivas. E, no geral, a causa da vida de relação desarmoniosa está enraizada no medo de ser e, em conseqüência, na dificuldade de se colocar para o outro.

Se a intimidade assusta, penso que um caminho para deixar a relação florescer reside no exercício diário da sinceridade, permitindo-se ser transparente, sem negar o cotidiano cheio de imperfeições, mas fazendo pacto com o bem, o belo e a tolerância. Além disso, treinar a atitude de enxergar o que há de positivo no outro, livrando-se do hábito do julgamento, que representa, normalmente, a falência da comunicação, pois quem julga quase sempre condena. 

Uma das funções do amor é a de poder dizer ao outro que reconhece suas qualidades positivas, seus dons e potências. Assim, o amor passa a ter uma extensão de respeito diante da presença do outro.  E isso não é hipocrisia, mas simplesmente reverenciar a dimensão luminosa do outro... 

Ora, certamente quem está comprometido com a relação observa o que há de feio e sombrio no outro, mas, prudentemente, compreende que é preciso não estagnar o olhar nessa parte, ou seja, é amoroso prestar atenção nos aspectos sadios e belos dessa pessoa, o amado ou a amada, pois é a partir desse ato que a convivência encontra significado e recursos para durar no tempo. 

O amor pede paciência. Então, como conciliar necessidades distintas? Não impor meu desejo, não forçar o desejo do outro, e de outro lado, respeitar o próprio desejo, porém procurando, honestamente, harmonizar as necessidades de ambos – é uma longa tarefa, porém vale a pena o cuidado no sintonizar o passo com o passo do outro, pois o amor pede que o casal caminhe junto. 

Creio que o amor supõe o viver na realidade, pois a relação entre companheiros, sem dúvida, implica o encontro de duas realidades imperfeitas... Então, é preciso, para viver com amor, abrir mão de ilusões que aniquilariam o amor. Sabido que o amor não depende da idade, da situação social ou econômica, pois é uma qualidade de ser, que surge muitas vezes do inesperado, não se pode combater o amor, mas sim cultivar o discernimento de viver o que é possível – os meus e os seus defeitos, nossas limitações, pois é a nossa imagem de casal ideal que pode nos proibir de viver humildemente e com alegria a nossa relação como casal. 

O amor também solicita a experiência meditativa para que, ao lado do casal, outra fonte de inspiração tenha lugar na relação. Num casal, após terem falado, trocado, principalmente nas situações de conflitos, é essencial que ambos escutem o silêncio, pois isso poderá evitar ofensas e danos causados por interpretações precipitadas... 

O amor resiste à rotina do tempo? Se o casal se une a partir somente da pulsão vital, da dimensão do bios, ao tempo essa paixão não resistirá. E uma relação de desejo não tem como lutar contra as mudanças causadas pelo próprio tempo. Então, o que é indissolúvel? 

“O que Deus uniu o homem não pode separar”, narra o Evangelho. Ora, mas nem sempre é Deus que une. A pergunta persiste caso não encaremos que a relação a dois não é apenas um consórcio social, mas um exercício espiritual. “Os dois realmente são um sobretudo espiritualmente”, explica Joseph Campbell, e é isso que é indissolúvel. Nesse caso, a relação entre um homem e uma mulher pode durar, pois há o encontro das duas liberdades, que se integram na intimidade renovada a cada dia. O casal compartilha o pão e atravessa o tempo – “na tristeza e na alegria”...    
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita