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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 85 - 7 de Dezembro de 2008 

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

No Mundo Maior

André Luiz

(Parte 23)

Damos prosseguimento ao estudo da obra No Mundo Maior, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Qual é a gênese das perturbações mentais?

R.: O desequilíbrio que acompanha a alma no renascimento, na infância do corpo, na juventude ou na senilidade, começa na inobservância da Lei, como a expiação se inicia no crime. Adotada a conduta em desacordo com a realidade, encontra o Espírito, invariavelmente, em todos os círculos onde se veja, os efeitos da própria ação. Seja nos meca­nismos da hereditariedade, ou fora de sua influência, a mente encar­nada ou desencarnada revela-se na colheita do que haja semeado, no campo de evolução do esforço comum, no monte da elevação pela prática do bem ou no vale expiatório pelo exercício do mal. (No Mundo Maior, cap. 16, pp. 217 e 218.) 

B. As regiões inferiores estão desamparadas da Providência Divina?

R.: Não. Ninguém, em lugar nenhum, se encontra desamparado. Funcionam nessas regiões inúmeros postos de socorro e variadas escolas, em que muita gente pratica a abnegação. Padecentes e pessoas torturadas são atendidas de acordo com as suas possibilidades de aproveitamento. Calderaro disse a André Luiz: "As regiões inferiores jamais estarão sem enfermeiros e sem mestres, porque uma das maiores alegrias dos céus é a de esvaziar os infernos". (Obra citada, cap. 17, pp. 221 e 222.) 

C. A volitação é possível mesmo aos Espíritos perversos?

R.: Sim. A volitação depende, fundamentalmente, da força mental armazenada pela inteligência, mas os vôos altíssimos da alma só são possíveis quando se alia o amor sublime à intelectualidade elevada. Espíritos perversos podem ter vigorosa capacidade volitiva, apesar de circunscritos a baixas incursões. Eles são, às vezes, donos de imenso poder de raciocínio e manejam certas forças da Natureza, mas, como não têm o sentimento sublimado, isso lhes impede grandes ascensões. (Obra citada, cap. 17, pp. 223 e 224.)

Texto para leitura

117. Amarga colheita - O Assistente prosseguiu dizendo: "Estudamos aqui, André, a messe das sementeiras, assim do presente, como do passado. Ponderamos não só a aprendizagem de uma existência efêmera, mas também a romagem da alma nos caminhos infinitos da vida, da vida imperecível que segue sempre, vencendo as imposições e as injunções da forma, pu­rificando-se e santificando-se cada dia". Em verdade – aditou Calde­raro –, na alienação mental começa a "descida da alma às zonas infe­riores da morte". Através do manicômio é possível entender, de certa forma, a loucura dos homens e das mulheres que, aparentemente equili­brados no campo social da Crosta Terrestre, onde permutam os eternos valores divinos por satisfações ilusórias imediatas, são relegados de­pois, além do sepulcro, a inominável desespero do sentimento. "Quanto às perturbações que acompanham a alma no renascimento ou na infância do corpo, na juventude ou na senilidade, é mister reconhecer – asse­verou o Assistente – que o desequilíbrio começa na inobservância da Lei, como a expiação se inicia no crime. Adotada a conduta em desa­cordo com a realidade, encontra o espírito, invariavelmente, em todos os círculos onde se veja, os efeitos da própria ação". Seja nos meca­nismos da hereditariedade, ou fora de sua influência, a mente encar­nada ou desencarnada revela-se na colheita do que haja semeado, no campo de evolução do esforço comum, no monte da elevação pela prática do bem, ou no vale expiatório pelo exercício do mal. Dito isso, Calde­raro completou: "O louco, em geral, considerando-se não só o presente, senão até o passado longínquo, é alguém que aborreceu as bênçãos da experiência humana, preferindo segregar-se nos caprichos mentais; e a entidade espiritual atormentada após a morte é sempre alguém que deli­beradamente fugiu às realidades da Vida e do Universo, criando regiões purgatórias para si mesmo". (Cap. 16, pp. 217 e 218)

118. O socorro às cavernas - O trabalho socorrista iria operar nas ca­vernas de sofrimento. Eram ao todo sete companheiros, chefiados por Irmã Cipriana, que, apesar de convidar André para seguir com o grupo, esclareceu antecipadamente que não poderia admiti-lo, por enquanto, em todas as particularidades. Sua justificativa foi que ele não tinha ainda o curso de assistência aos sofredores nas sombras espessas. Afa­gando-o de leve com sua destra, Cipriana acrescentou: "Se nos é indis­pensável obter difíceis realizações preparatórias, a fim de colhermos o benefício das Grandes Luzes, é-nos imprescindível a iniciação, para ministrarmos esse mesmo benefício nas grandes trevas”. A dirigente do grupo lembrou, contudo, que se Eusébio sugerira aquela oportuni­dade, é que André Luiz teria naqueles sítios urgente serviço a pres­tar, porque nada ocorre sem finalidade. Ele, tendo a seu lado a com­panhia de Calderaro, ficaria no limiar das cavernas, sem descer com o restante do grupo, visto que ali mesmo poderia encontrar inesgotável material de observação, sem necessidade de enfrentar situações embara­çosas, para as quais ainda não estava preparado. Acertado isso, o grupo seguiu na direção de uma zona medonhamente sombria, que não era desconhecida de André. (Cap. 17, pp. 219 e 220)

119. Desequilíbrio na várzea imensa - Vozes lamentosas eram ouvidas à medida que o grupo se aproximava. Mas não eram lamentações apenas: ou­viam-se também ali imprecações e gargalhadas. Os benfeitores estacaram em enorme planície pantanosa, onde numerosos grupos de entidades de­sencarnadas se perdiam de vista, em assombrosa desordem, à maneira de milhares de loucos, separados uns dos outros, ou aos magotes, segundo a espécie de desequilíbrio que lhes era peculiar. Havia um nevoeiro demasiado denso para permitir se calculasse a extensão da várzea imensa. O grupo percorreu alguns quilômetros em plano horizontal e, quando o terreno se novo se inclinou, abrindo perspectivas abismais, Cipriana e os colegas se despediram de André e Calderaro, avisando que voltariam para buscá-los dentro de seis horas. Os dois ficaram sós na negra vastidão povoada de habitantes estranhos. As conversas em torno eram inúmeras e complexas. Pareceu a André que aquele povo não se dava conta da própria situação. Turbas de almas torturadas debatiam-se em substância viscosa, no solo, onde eles pisavam. Não longe, assembléias de Espíritos dementes pareciam absortos em contendas intermináveis por interesses mesquinhos. Os grupos de infortunados agiam ali, desconhe­cendo os padecimentos uns dos outros. Alguns volitavam a pequena al­tura, como bandos de corvos negrejantes, mais escuros que a própria sombra a envolvê-los, enquanto que vastos cardumes de desventurados jaziam chumbados ao solo, como aves de asas partidas... Calderaro ex­plicou que algumas daquelas entidades podiam vê-los, mas não ligavam a isso maior importância. Estavam preocupados consigo mesmos e, por abrigarem no coração sentimentos rasteiros, tardariam em se libertarem deles. A turba não estava, porém, desamparada. Funcionavam ali inúme­ros postos de socorro e variadas escolas, em que muita gente praticava a abnegação. Padecentes e pessoas torturadas eram atendidas de acordo com as suas possibilidades de aproveitamento. O Assistente explicou: "As regiões inferiores jamais estarão sem enfermeiros e sem mestres, porque uma das maiores alegrias dos céus é a de esvaziar os infernos". (Cap. 17, pp. 221 e 222)

120. A volitação - Aludindo às entidades de baixas condições que se mo­viam nos ares, embora a pouca altura, Calderaro esclareceu que a voli­tação depende, fundamentalmente, da força mental armazenada pela inte­ligência, mas os vôos altíssimos da alma só são possíveis quando se alia, à intelectualidade elevada, o amor sublime. "Há Espíritos per­versos com vigorosa capacidade volitiva, apesar de circunscritos a baixas incursões", asseverou o Assistente. Eles são donos de imenso poder de raciocínio e manejam certas forças da Natureza, mas, como não têm o sentimento sublimado, isso lhes impede grandes ascensões. Na co­lônia "Nosso Lar", era natural haver grande número de entidades inca­pacitadas de usar a possibilidade de volitar. "É mais fácil recolher criaturas de maiores cabedais de amor com reduzida inteligência, e convivermos com elas, no processo evolucionário comum, do que abrigar­mos pessoas sumamente intelectuais sem amor aos semelhantes; com estas últimas, a vida em comum, no sentido construtivo, é quase impraticá­vel", destacou Calderaro. A própria Natureza nos mostra os corvos vo­ando baixo, procurando detritos, enquanto as andorinhas voam alto, buscando a primavera. Quanto às necessidades de subsistência dos en­fermos que ali se contavam aos magotes, o Assistente informou que nada lhes faltava quanto às exigências essenciais de socorro e de manuten­ção, como ocorre num nosocômio da esfera carnal. Aliás, aquelas assem­bléias espirituais que ora visitavam se assemelhavam muito aos manicô­mios da Crosta. "Temos aqui, nestas assembléias de incompreensão e dor, infindas fileiras de loucos que voluntariamente se arredaram das realidades da vida", esclareceu Calderaro. "Fixaram a mente nas zonas mais baixas do ser, e, olvidando o sagrado patrimônio da razão, come­teram faltas graves, contraindo pesados débitos." (Cap. 17, pp. 223 e 224)  (Continua no próximo número.)
  


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita