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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 84 - 30 de Novembro de 2008

LEONARDO QUEIROZ LEITE
leonardo_queirozleite@yahoo.com.br
Franca, São Paulo (Brasil)

A aristocracia intelecto-moral: considerações sobre as formas de organização político-social sob a ótica da Doutrina Espírita 

 
Ao longo de toda a história da humanidade, observou-se nas sociedades a necessidade da atuação de líderes que fossem capazes de manter o mínimo de ordem e estabilidade necessárias para o desenrolar da vida social. Nos estágios mais primitivos da vida humana, a força bruta predominava totalmente nas coletividades através do império da lei do mais forte. Posteriormente, vimos surgir os privilégios de nascimento e o poder escravizador do ouro e do trabalho como organizadores da economia e da política, consagrando a divisão das sociedades em classes e originando profundas injustiças que até hoje persistem na composição da ordem social. Todavia, atualmente, graças às forças do progresso, as sociedades estão sendo cada vez mais ordenadas pelo conhecimento e pela informação, abrindo caminhos para novas formas de organização político-social. 

É perfeitamente compreensível que, em um mundo de provas e expiações como a Terra, a mediocridade deva imperar e ser a medida das coisas, ditando uma ética própria e estabelecendo valores inerentes a essa condição de inferioridade moral. Assim sendo, não seria lógico esperar uma vida perfeita e totalmente feliz no nosso planeta, pois o Cristo já nos esclareceu que a felicidade não é desde mundo, e que na casa do Pai há muitas moradas, ou seja, muitos planetas habitados, cada um adaptado às necessidades dos seres que neles habitam. 

Allan Kardec, na vastidão da iluminada Doutrina que legou à humanidade, não poderia ter deixado de fora de suas conjecturas a preocupação com o poder e com as formas de organização político-social da vida terrena. O Codificador nos esclarece que, se a maioria da população do planeta tem que se submeter aos desmandos de homens pouco preocupados com o bem-estar geral e absorvidos pelos seus interesses mesquinhos, isso se deve à dominação geral pelos maus e inescrupulosos que são maioria e estão no poder em todas as esferas e que, por sua supremacia numérica, toda a coletividade acaba submetida às leis feitas por eles. Entretanto, por óbvio que as forças da evolução vêm melhorar paulatinamente nossas vidas e, com o renovar natural da ordem das coisas, novas lideranças surgirão para administrar os mais diversos âmbitos da vida social, política e econômica.  

É sabido que no presente momento se opera na Terra uma grandiosa transição que irá subverter de maneira irreversível as estruturas da velha ordem social alicerçada no materialismo. Assim sendo, afastada a sombra corruptora do dinheiro que contamina toda a atividade política, a humanidade poderá contemplar renovadas formas de administração político-social através da ascensão ao poder de um segmento social que tenha por característica principal a combinação bem temperada de preparo intelectual com virtudes morais plenamente desenvolvidas, ou seja, um corpo dirigente animado por sentimentos de justiça e de caridade com elevado poder de moralização. Esse grupo é justamente a aristocracia intelecto-moral teorizada por Kardec, e que terá por missão assumir as rédeas do poder terrestre do planeta do porvir.  

Em outras palavras, essa aristocracia idealizada pelo Codificador constitui-se de líderes plenamente capacitados para administrar a base material da sociedade, direcionando também o desenvolvimento moral dos indivíduos. Porém é importante assinalar que o Espiritismo não tem pretensão alguma de imiscuir-se nas transitórias e precárias disputas pelo poder temporal da Terra, somente tendo que cumprir sua missão de fazer nosso planeta avançar na escala dos mundos, através da progressiva conscientização dos homens da necessidade de se aplicar princípios éticos universais consagrados na Codificação, na formulação das políticas que regem nossa vida em sociedade.  

Quão feliz será a humanidade quando passar a absorver e praticar a fé raciocinada que emana da luz do Espiritismo! Quando a doce influência emanada dos ideais cristãos passar a orientar a vida social e arejar a mentalidade dos dirigentes políticos, aí sim poderemos chegar um pouco mais perto da realização de um mundo verdadeiramente justo e humano.  

Não sem surpresa reconhecer-se-á, num futuro não tão distante, a Doutrina Espírita como precursora de uma Nova Era e como representante de um novo paradigma em todas as áreas do conhecimento humano. Os elementos de progresso e esclarecimento trazidos pela Codificação Espírita serão os pilares basais na edificação do mundo de regeneração e, da mesma forma que hoje se olha com espanto e admiração para os grandes desbravadores do passado, olhar-se-á para o Espiritismo como o magnânimo precursor de uma Nova Era de justiça e fraternidade que se aproxima a passos largos.  

É certo que os céticos e os interessados na manutenção do lamentável estado de coisas predominante irão escarnecer e rotular de utopia muitos desses pressupostos e previsões  preconizados pela Doutrina Espírita. No entanto, aguardemos pacientemente com fé no Divino Mestre, que reina absoluto no comando espiritual do Planeta e tem traçadas com fraternidade e amor todas as diretrizes da nossa evolução na Terra, planos esses nos quais não há lugar para a ganância e a pretensão dos homens falíveis, mas somente para a supremacia inabalável da Justiça e da Luz eternas.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita