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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 84 - 30 de Novembro de 2008

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniamva@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 


Vida e sabedoria


 
Lutamos para proteger  as baleias, os pandas, os gorilas. Ninguém negaria a importância disso. Desse modo, toda vida é recebida, pois fato é que o humanismo e a ecologia são próprios do homem que, gradativamente, busca melhorar-se –  não somente segundo os critérios da ciência, mas também da ética e da justiça, virtudes que reclamam uma moral  harmonizada a “um dever geral de humanidade”, como sublinhado por Montaigne. 

E se “somente os humanos podem ser desumanos”, nas palavras de Comte-Sponville, nos cabe o dever de fazer do homem outra coisa: “fazer bem o homem”, na sugestão de Montaigne, pois somos (nós mesmos) a nossa tarefa.

Ao menos, suponho, o milagre da vida deveria nos tornar humildes e gratos. Ademais, isso nos tornaria exigentes para perceber que não nos cabe desperdiçar a dádiva do nascimento e, em conseqüência, um primeiro dever: não sermos indignos em relação ao viver e, por isso, fazer-se para humanizar-se. 

E se nascer não é uma diversão, tampouco seria inteligente percorrer de forma desinteressada, ou ressentida, o itinerário da existência. Com freqüência, por causa dos destemperos e encargos da rotina, somos desvinculados do bem-querer da vida que flui ao nosso redor e, distraídos, deixamos de escutar o coração, deixamos de corresponder aos lampejos de nossos sentimentos mais profundos – nesses casos, perguntaria a nós o Mestre: onde está o teu tesouro?

Muitas pessoas que atingiram metas terrenas expressivas se esquecem, em algum ponto do caminho, do significado mais precioso (e durável) que reveste as diversas encruzilhadas da existência. No fundo, nossas pretensões, particulares e sociais, para nos ajudarem a progredir, precisariam ser irrigadas pelo espírito de humildade e por um desejo sincero de servir. E todo o resto, sem dúvida, seria acrescentado. 

Sofrimento? Basta lembrar: Jó não pecou, mas sofreu. É o que a narrativa nos conta. Isso implica dizer que o sofrimento simplesmente existe porque faz parte da vida. Mas, se prestarmos atenção à história, ela nos ensinaria que as provações pelas quais Jó passou o transformaram num homem melhor, mais humanizado, mais amadurecido.  

E se talvez não tenhamos que enfrentar as tragédias extremas que afetaram Jó, deveríamos reter o motivo condutor de sua biografia: uma confiança profunda que, enraizada na fé e na vida, certamente lhe forneceu as forças para prosseguir, ainda que atingido pela dor e pelas perdas...  

Jó fez a sua travessia, e isto é o que o sofrimento nos solicita, ou seja, que o atravessemos, passo a passo, pois, na condição de seres em evolução, ele, o sofrimento, nos humaniza, nos faz mais compassivos, mais indulgentes, requisitos indispensáveis à sabedoria, que dá ao ser humano, em passagem, amor pela vida.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita