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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 84 - 30 de Novembro de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  
 

No Mundo Maior

André Luiz

(Parte 22)

Damos prosseguimento ao estudo da obra No Mundo Maior, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. No processo de alienação mental a revolta contra a lei tem algum peso?

R.: Sim. E esse era o caso de muitos dos alienados do hospício visitado por André Luiz, os quais, segundo o Assistente Calderaro, eram na maioria irmãos revoltados ante os desígnios superiores que os conduziram a recapitular ensinamentos di­fíceis, como o de se reaproximarem de velhos inimigos por meio dos la­ços de sangue, ou de enfrentarem obstáculos aparentemente insuperá­veis, uma vez que a jornada iluminativa do Espírito requer a renovação das con­cepções e a modificação para o bem do modo íntimo do ser. (No Mundo Maior, cap. 16, pp. 213 e 214.)

B. Onde se radicam as causas da maioria dos casos de loucura?

R.: Conforme palavras de Calderaro, noventa por cento dos casos de loucura, excetuados os que se originam da incursão microbiana sobre a matéria cinzenta, começam nas conseqüências das faltas graves que praticamos, com a impaciência ou com a tristeza, ou seja, por meio de atitudes mentais que imprimem deploráveis reflexos no caminho daqueles que as acolhem e alimentam. Instaladas es­sas forças desequilibrantes no campo íntimo, inicia-se a desintegração da harmonia mental, que por vezes perdura em várias existências, até que o interessado se disponha a valer-se das bênçãos divinas, para restabelecer a tranqüilidade e a capacidade de renovação que lhe são inerentes à individualidade, em abençoado serviço evolutivo. (Obra citada, cap. 16, pp. 213 e 214.)

C. O trabalho construtivo é importante para uma boa saúde mental?

R.: Evidentemente. O tempo acaba sempre por denunciar nossa posição verdadeira. Quando a criatura não haja feito da existência o sacerdócio de trabalho construtivo, que nos cumpre na Terra, os fenômenos senis do corpo são mais tristes para a alma, pois, neste caso, o indivíduo já não domina as conveniências forjadas pelo imediatismo humano. "Milhões de seres – diz Calderaro – permanecem séculos afora na fase infantil do entendimento, por não se animarem ao esforço de melhoria própria. Enquanto detêm a saúde física e as possibilidades financeiras, esteiam-se nos títulos de cidadãos que a sociedade lhes confere; logo, porém, que visitados pela doença, pela escassez de re­cursos ou pela decrepitude, revelam a infância espiritual em que ja­zem: voltam a ser crianças, não obstante a idade provecta manifestada pelo corpo, por se haverem excessivamente demorado nos sítios superfi­ciais da vida.” (Obra citada, cap. 16, pp. 216 e 217.)

Texto para leitura

112. Alienados mentais - Antes de visitar um instituto dedicado ao re­colhimento de alienados mentais, o Assistente Calderaro disse a André que, excetuados os casos puramente orgânicos, "o louco é alguém que procurou forçar a libertação do aprendizado terrestre, por indisci­plina ou ignorância". "Temos neste domínio – enfatizou o Assistente – um gênero de suicídio habilmente dissimulado, a auto-eliminação da harmonia mental, pela inconformação da alma nos quadros de luta que a existência humana apresenta. Diante da dor, do obstáculo ou da morte, milhares de pessoas capitulam, entregando-se, sem resistência, à per­turbação destruidora, que lhes abre, por fim, as portas do túmulo." A princípio, são indivíduos descontentes e desesperados, que ninguém percebe que caminham, pouco a pouco, para um tipo de doença mental de gradações variadas e cura quase impossível. Sua desobediência produz-lhes frutos que arruínam o patrimônio fisiológico que receberam na Crosta. São as pessoas que desde os círculos terrenos padecem, encova­das em precipícios infernais, por se haverem rebelado aos desígnios divinos, preterindo-os pelos caprichos insensatos. No instituto refe­rido, os mentecaptos eram em grande número. Num dos pátios, muitas mulheres desequilibradas palestravam. Uma velha de cabelos nevados, mostrando acerba ferocidade no olhar, dizia a duas companheiras apáti­cas: "Na minha qualidade de marquesa, não tolero a intromissão de mé­dicos inconscientes. Creio estar presa por motivos secretos de famí­lia, que averiguarei na primeira oportunidade. Tenho poderosos inimi­gos na Corte; contudo, as minhas amizades são mais prestigiosas e fiéis". Depois, baixou a voz, receando espias ocultos, e falou ao ou­vido de uma delas: "O Imperador está interessado em meu caso e punirá os culpados". E, elevando a voz, bradou: "Todos pagarão! Todos paga­rão!" (Cap. 16, pp. 210 e 211)

113. Lei de ação e reação - Diante daquele caso, Calderaro explicou que seus recursos socorristas ali não ofereceriam vantagens imediatas, porque naquela galeria de padecimentos expiatórios quase todos os alienados haviam renunciado à realidade, atendo-se a circunstâncias do passado sem mais razão de ser. A ex-marquesa houvera perpetrado clamo­rosas faltas no pretérito, dando expansão às energias cegas do orgulho e da vaidade. Depois, ao renascer em condição humilde, para o reajus­tamento imprescindível, alarmou-se ante as primeiras provações mais rudes e reagiu contra os resultados da própria sementeira, entregando seu corpo ao curso de ocorrências nefastas e situando-se, mentalmente, por fim, em zonas mais baixas da personalidade, o que fazia com que ela residisse, em pensamento, no passado de mentiras brilhantes. Agar­rara-se, desesperada, às recordações da marquesa vaidosa de salões há muito desaparecidos, e perambulava, então, nos vales da demência em condições lastimáveis. Saindo dali, viu-se num outro grupo de mulheres uma curiosa dama, extremamente nervosa, que se agitava, porque não queria ver o marido que a vinha visitar. "Não quero vê-lo! odeio-o, odeio, com tudo o que lhe pertence!", assim ela bradava, até que, de repente, ficou rígida, imóvel, caindo em lamentável crise de nervos, que obrigou a enfermeira a requisitar socorro urgente. (Cap. 16, pág. 212)

114. Rebeldia contra a lei - O Assistente aproveitou o ensejo para es­clarecer que, em sua maioria, os alienados daquele hospício haviam en­cetado o pungitivo drama em si mesmos. Eram irmãos revoltados ante os desígnios superiores que os conduziram a recapitular ensinamentos di­fíceis, como o de se reaproximarem de velhos inimigos por meio dos la­ços de sangue, ou de enfrentarem obstáculos aparentemente insuperá­veis. A jornada iluminativa do Espírito requer a renovação das con­cepções e a modificação para o bem maior do modo íntimo do ser. Se a pessoa se nega a receber o auxílio divino, através dos processos de transformação que lhe são oferecidos, recolhe-se à margem da estrada, criando paisagens perturbadoras com desejos injustificáveis. Noventa por cento dos casos de loucura, excetuados os que se originam da in­cursão microbiana sobre a matéria cinzenta, começam nas conseqüências das faltas graves que praticamos, com a impaciência ou com a tristeza, ou seja, por meio de atitudes mentais que imprimem deploráveis re­flexos no caminho daqueles que as acolhem e alimentam. Instaladas es­sas forças desequilibrantes no campo íntimo, inicia-se a desintegração da harmonia mental, que por vezes perdura em várias existências, até que o interessado se disponha a valer-se das bênçãos divinas, para restabelecer a tranqüilidade e a capacidade de renovação que lhe são inerentes à individualidade, em abençoado serviço evolutivo. Pela re­beldia, a alma responsável pode encaminhar-se para muitos crimes, a cujos resultados nefastos se cativa indefinidamente, e, pelo desânimo, é propensa a cair nos despenhadeiros da inércia, com fatal atraso nas edificações que lhe cabe providenciar. (Cap. 16, pp. 213 e 214)

115. Abuso do magnetismo pessoal - Na ala dos homens, um enfermo que pa­recia enquadrar-se entre os esquizofrênicos absolutos estava rodeado de entidades desencarnadas de sombrio aspecto. Parecia um autômato, sob o guante de seus acompanhantes a ele invisíveis. Exibindo gestos maquinais, disse ao guarda que se aproximava, cauteloso: "Venha, seu João. Não tenha receio. Ontem eu era o `leão', mas hoje, sabe o senhor o que eu sou?" E acrescentou: "Hoje sou a `bananeira'". O enfermo era apenas um fantoche nas mãos de algozes tipicamente perversos. Calde­raro explicou que nele o processo de desequilíbrio estava consumado. O infeliz vinha sendo objeto de práticas hipnóticas de implacáveis per­seguidores; achava-se exposto a emissões contínuas de forças que o de­primiam e enlouqueciam. Tratava-se de um homem que em encarnações an­teriores abusou do magnetismo pessoal. André não entendeu a explica­ção, porquanto as ciências magnéticas eram recentes. Calderaro retor­quiu: "Acreditas que teriam sido iniciadas com Mesmer?" E, sorridente, ajuntou: "Se consideráramos o sentido literal do texto, o abuso de magnetismo pessoal teria começado com Eva, no paraíso..." Aquele ho­mem, em pretérito não muito distante, se excedera em seu potencial de fascínio, desviando-o para aventuras menos dignas. Várias mulheres que lhe sofreram a ação corrosiva, assestaram contra ele incessantes ex­plosões de ódio doentio e corruptor. Minado pela reação persistente, minguou-lhe o cabedal de resistência, convertendo-se em joguete de forças destrutivas, a que, a bem dizer, voluntariamente se unira, ao abraçar, entusiasta, a declarada prática do mal. Até quando se demora­ria em tal atitude, não era possível prever. (Cap. 16, pp. 214 e 215)

116. Não sabemos o momento da volta - Comentando o caso anterior, Calde­raro disse que, ao delinqüirmos, geralmente sabemos o instante exato de nossa penetração na desarmonia. Jamais sabemos, contudo, quando so­ará o momento de abandoná-la. "No retorno à estrada reta, através de atoleiros em que chafurdamos, por indiferença e má-fé, não podemos prefixar calendários para a volta: implicamo-nos em jogos circunstan­ciais, de que só nos despeamos após doloroso reajustamento", acrescen­tou o Assistente. Ante a admiração de André com respeito ao enfermo dominado pelos verdugos espirituais, ele considerou que a morte física não modifica de súbito ninguém, nem o duelo da luz com a sombra se restringe aos estreitos círculos carnais. Na seqüência, observaram dois velhinhos atoleimados, a dizer frases desconexas. Calderaro elu­cidou: "O tempo acaba sempre por denunciar a nossa posição verdadeira. Quando a criatura não haja feito da existência o sacerdócio de tra­balho construtivo, que nos cumpre na Terra, os fenômenos senis do corpo são mais tristes para a alma, pois, neste caso, o indivíduo já não domina as conveniências forjadas pelo imediatismo humano..."  Milhões de seres – explicou o Assistente – permanecem séculos afora na fase infantil do entendimento, por não se animarem ao esforço de melhoria própria. Enquanto detêm a saúde física e as possibilidades financeiras, esteiam-se nos títulos de cidadãos que a sociedade lhes confere; logo, porém, que visitados pela doença, pela escassez de re­cursos ou pela decrepitude, revelam a infância espiritual em que ja­zem: voltam a ser crianças, não obstante a idade provecta manifestada pelo corpo, por se haverem excessivamente demorado nos sítios superfi­ciais da vida. (Cap. 16, pp. 216 e 217) (Continua no próximo número.)

  


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita