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Ano 2 - N° 84 - 30 de Novembro de 2008

WELLINGTON BALBO
wellington_plasvipel@terra.com.br
Bauru, São Paulo (Brasil)

 

Alamar Régis Carvalho:

“A divulgação da doutrina é importante para um processo de moralidade e amor por parte das pessoas”

Quando se divulga o Espiritismo na televisão, no rádio e nos
meios de comunicação de massa, estamos prestando uma
grande contribuição à redução dos índices de abortos,
suicídios, vinganças, ódios, invejas, ciúmes, egoísmos
e vários males praticados pelo homem
 

Alamar Régis Carvalho (foto) nasceu na cidade do Rio de Janeiro e atualmente reside em Santos, no litoral paulista, onde é professor de Física, Matemática e Informática. Trabalhou muitos anos como diretor de televisão, experiência que lhe proporciona agilidade e versatilidade na divulgação do Espiritismo. Seja produzindo programas de rádio e televisão, seja na elaboração de artigos doutrinários, percebe-se em Alamar o entusiasmo pela divulgação da doutrina espírita, e foi com esse mesmo entusiasmo que ele nos concedeu gentilmente a seguinte entrevista: 

O Consolador: Como conheceu o Espiritismo? 

Aos  14  anos tive contato primeiro com o

Centro Espírita quando era músico de uma orquestra, na Bahia, que todos os finais de anos tocava lá, pelas comemorações natalinas. Mas a introdução mesmo foi em dois momentos em Belém do Pará. A primeira quando eu era jovem sargento da Aeronáutica, levado por Agostinho do Espírito Santo, que me deu o primeiro Evangelho segundo o Espiritismo e depois por Milton Pinto de Mendonça, que me levou a participar mais intensamente. Teve também um terceiro momento, diante do inexplicável suicídio da minha esposa, também em Belém.  

O Consolador: Já ocupou ou ocupa algum cargo de direção espírita? 

Já fiz parte da direção da Sociedade Espírita Emmanuel, em Belém do Pará. Mas ao longo destes anos a minha atividade, enquanto espírita, tem sido mais restrita à divulgação da Doutrina, já que esta é a mais abandonada e desprezada pelos espíritas. 

O Consolador: Você faz palestras além das fronteiras de nosso Brasil. Diga-nos em quais países já esteve e como está o movimento espírita nesses países. 

Estive somente nos Estados Unidos e em Portugal (não vou nem dizer que foi na Europa, para não dar impressão de que estive em vários países), por ocasião do 2º Congresso Espírita Mundial, no qual fui um dos expositores. Minha maior afinidade é com os  Estados Unidos, porque foi lá que eu plantei alguma sementinha, chamada primeira Semana Espirita de Nova York, da 12 a 19 de maio de 1996, que daí gerou o  primeiro Congresso Espírita dos Estados Unidos e alguns eventos. Já estive lá várias vezes, na Flórida, em Nova York, New Jersey, Connecticut etc. Não tenho condições de avaliar como vai o andamento do movimento espírita pelo exterior, como melhor lhe falariam Divaldo, Raul, Medrado etc., porque minhas andanças têm sido poucas. Mas o que posso lhe dizer é que o problema da tal humildade dos brasileiros espíritas que estão lá, a herança da letargia do movimento espirita que levaram do Brasil, não deixa a coisa crescer quanto deveria. É uma pena. 

O Consolador: Fale-nos um pouco sobre o curso "Medicina e Espiritualidade", apoiado por você e ministrado pelo Dr. Sérgio Felipe, curso esse que faz parte da grade curricular da USP (Universidade de São Paulo).  

A estrela aí é o Serginho Felipe, que é uma das mais fantásticas personalidades da história do Espiritismo no mundo. Eu fui convidado por ele e pela Marcinha para um lanche na casa deles, em julho deste ano, quando ele me falou da novidade, me mostrou os documentos da USP e eu quase tive um "troço" de alegria. Foi aí que eu coloquei a TV à disposição dele pra gente mostrar ao mundo. De fato, são ensinamentos maravilhosos à disposição de quem desejar visitar o nosso site, www.redevisao.net. Fico encantado com as manifestações de médicos que, por curiosidade, assistem aos programas, profissionais esses que antes diziam sempre que qualquer argumentação em cima de doenças espirituais era coisa de crendices e hoje estão impressionados e entusiasmados com o que estão vendo. Esta arrancada da USP é apenas a primeira, porque não demorará e várias Universidades seguirão esta mesma orientação da maior Universidade do País. 

O Consolador: Percebe-se em seus artigos um entusiasmo muito grande pela divulgação do Espiritismo. De onde vem essa intensa vontade de divulgar a doutrina codificada por Kardec? 

Pela revolta com a indiferença, a inércia, o descaso, a frieza e a omissão do próprio movimento espírita em relação à divulgação da doutrina, numa demonstração absurda de egoísmo, que é totalmente contrário ao que se prega na tribuna dos centros. Quando se divulga o Espiritismo na televisão, no rádio e nos meios de comunicação de massa, você presta uma grande contribuição à redução dos índices de abortos, suicídios, vinganças, ódios, invejas, ciúmes, egoísmos e vários males praticados pelo homem, invariavelmente por causa da ignorância da realidade espiritual. Quando você omite a divulgação é como dizer: "você não está nem aí para o sofrimento dos outros" e que se danem os nossos semelhantes. Sei que o termo revolta não é bom, mas o importante em nossas ações não são as palavras, não são os termos, são os sentimentos das ações. 

O Consolador: Você diz que o conhecimento espírita expandindo-se nos veículos de massa colabora para que se diminuam os números de abortos, suicídios e demais deslizes morais do homem. Há algum caso que você pode relatar aos leitores de nossa revista?  

Misericórdia! Se eu tiver que relacionar isto, terei que escrever um livro de umas 400 páginas. Desde o primeiro Espiritismo Via Satélite, em 3 de março de 1996, que isto acontece toda hora. Pra você ter uma idéia, só de crianças que as mães acharam por bem registrar com o nome de Alamar, porque os abortos foram evitados graças ao programa, segundo elas, eu tenho catalogados 32 casos. Fora outras que batizaram com o nome do Alberto (o doutor Alberto Almeida), que foi o primeiro a falar sobre o aborto em meu programa, e outras pessoas participantes. Muita gente, mas muita gente mesmo, teve resultados maravilhosos com aquele programa. Amigo, sabe o que é poder ter hoje uma relação de amigos com que me correspondo regularmente, de mais de 100 padres, mais de 30 bispos (católicos), mais de 100 pastores e mais de 1.200 freiras, tudo isto por causa do programa, todas essas pessoas, ex-detratoras do Espiritismo, que passaram a ter novos conceitos sobre a doutrina e hoje lêem livros espíritas até na própria missa? Sem contar a quantidade enorme de suicídios evitados, um traficante no Rio de Janeiro que desistiu do tráfico e construiu um espaço no morro, com ar condicionado e tudo para as pessoas assistirem ao programa todo domingo, além de um pistoleiro do Sul do Pará que deixou de matar, por causa de um tal de "Edivardo Franco", que viu através do Alamar. Os relatos são emocionantes, você não imagina! 

O Consolador: De que forma sua experiência profissional como diretor de televisão auxilia na divulgação do Espiritismo? 

Acho que contribui demais, porque a gente fica conhecendo melhor como atuam os meios de comunicação, como eles chegam às casas das pessoas, como eles funcionam. Não vamos muito longe: agora lançaram rapidamente o programa do Divaldo na Rede TV, todo mundo achando que iria pegar no Brasil inteiro, principalmente em todas as capitais e grandes cidades onde existem retransmissoras da Rede TV. Eu sabia que a coisa não seria bem assim e tive que agir imediatamente, informando o público sobre a realidade. Muitas pessoas agiram para que o programa passasse em várias cidades, onde não iriam passar. Em outras o programa não passou, como não passará. 

O Consolador: Vivemos um momento de grande euforia acerca de temas espirituais, com grande interesse por parte da população em saber mais sobre o que vai além da existência física. Você, que foi diretor de televisão e produziu programas para o público espírita e não espírita, pode apontar algum caminho para que o Espiritismo aproveite melhor o interesse por essa temática e possa explorar mais os canais de divulgação, como, por exemplo, o rádio, a televisão e o cinema? 

Posso ir direto ao assunto? Veja lá se não vai criar problema para a sua revista. É preciso que os espíritas deixem de ser mais miseráveis em relação ao Espiritismo, se conscientizem de que caridade não é só dar sopa e roupinha para pobre, e percebam quanto a divulgação da doutrina é importante para um processo de moralidade e amor por parte das pessoas. O que é preciso ser repensado, também, é o seriíssimo problema da humildade mal interpretada, que proporciona um atraso enorme no desenvolver do Espiritismo no mundo. 

O Consolador: Você teve um programa espírita na TV Gazeta de São Paulo. Fale-nos um pouco sobre essa experiência e os valores que ela lhe trouxe. 

Eu sabia da grande audiência que eu tinha no Espiritismo via Satélite, mas restrito às parabólicas, que são milhões. Viajei pelo Brasil inteiro e constatei o carinho de inúmeros brasileiros, o que ocorre até hoje. Mas não imaginava como poderia ser a receptividade numa TV aberta, ainda mais na maior cidade do Brasil. A experiência na TV Gazeta foi notável, deu ponto no Ibope, logo no primeiro programa, foi um ponto apenas, mas um ponto em São Paulo não é qualquer um que consegue. No sexto programa informaram-nos que estávamos entre 3,5 e 4 pontos, o que representava mais de 400 mil pessoas assistindo. Foi uma experiência fantástica! Pena que a ambição pelo dinheiro, por parte de alguns que estavam comigo, estragou tudo aquilo. Começaram a aparecer patrocinadores, mas exigindo que eu divulgasse, com depoimento, produtos duvidosos, o que eu recusei de fazer, em respeito ao público. Mas até hoje sou cumprimentado em tudo quanto é canto em São Paulo, no metrô, shoppings, supermercados, na rua, etc. Valeu muito a pena. 

O Consolador: Ainda com relação ao programa na TV Gazeta.  Quais resultados ele apresentou em termos de divulgação do Espiritismo?

Junto ao grande público foi o melhor possível; aliás, grande parte das pessoas que fazem parte da minha enorme lista de amigos, hoje, inclusive não-espíritas, veio daquele momento, mas eu vou lhe dizer uma coisa, não muito agradável, mas que tem que ser dita. Naquele momento eu estava com três programas na televisão, todos de abrangência nacional: o Espiritismo via Satélite, o Ampla Visão da Gazeta e um outro que fazíamos às quartas-feiras, às 21 horas. Nesses momentos a gente começa a ser paparicado, não é verdade? Convites pra jantar aqui, convites para almoço ali, muitas visitas de espíritas, telefonemas, livrinhos de presente e tudo isto. Entre as visitas recebi uma comissão de 3 pessoas de uma grande instituição de São Paulo, com uma proposta bastante “interessante". Aquela instituição dar-me-ia todo o apoio para eu montar a nossa Rede Visão de TV, 24 horas no satélite, sob a condição de eu não falar nunca no nome da outra, com a qual ela estabelece uma concorrência inexplicável, já que não consigo ver concorrência em Espiritismo. Foi triste demais uma proposta daquela e eu, obviamente, disse não. Mas em termos de divulgação do Espiritismo, causou um efeito fantástico, junto a pastores protestantes, por exemplo, quando mostrei o notável pastor Nehemias Marien, com toda aquela cultura e moral, falando do Espiritismo na Bíblia. Foi muito impacto, junto ao segmento católico, quando mostrei o Bispo médium Dom Ismael Nunes, todo paramentado, realizando até intervenção cirúrgico-mediúnica no ar; no campo da música quando um fã do John Lenon, que nunca gostou do Espiritismo, viu o Irineu Gasparetto interpretar, ao que ele disse: "Não tenho dúvida, é o estilo do John"... enfim, foram vários os momentos de alegria. 

O Consolador: Seus comentários na Central de Rádios são transmitidos para inúmeras emissoras AM e FM. Os assuntos que você costuma abordar falam especificamente sobre  Espiritismo ou são temas mais genéricos? 

São 267 emissoras de rádio AM e FM de todo o Brasil, mas não são comentários espíritas. Considerando que eu formei em minha agenda um público enorme, no universo não espírita, fui convidado para realizar este trabalho na condição de comentarista normal, sem qualquer conotação religioso/filosófica. Falo sobre assuntos do dia-a-dia. A direção da Central de Rádios, em Brasília,  sob a argumentação de que os meus textos são escritos em linguagem fácil, de forma que todo mundo entende claramente o que quero dizer, resolveu fazer de mim uma espécie de Arnaldo Jabor. E tem dado certo, ainda bem. 

O Consolador: Suas palavras finais. 

Quero deixar aqui a sugestão de que tenhamos mais vigilância no movimento espírita, sobretudo na relação para com os próprios espíritas. Que observemos se estamos praticando o que pregamos em teoria nas tribunas dos centros, que procuremos conhecer os confrades intimamente antes de estabelecermos qualquer tipo de julgamento, que procuremos conhecer detalhadamente os projetos de cada um antes de tirarmos conclusão com base em achismos, que afastemos do movimento qualquer atitude movida por inveja, despeito, rancor e sobretudo análise precipitada ou baseada em disse-me-disse sobre quem quer que seja. Observando estas coisas, certamente o nosso movimento se entenderá melhor, as experiências de uns ajudarão o todo, e conseguiremos ser úteis a toda a sociedade.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita