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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 83 - 23 de Novembro de 2008


No Mundo Maior

André Luiz

(Parte 21)


Damos prosseguimento ao estudo da obra No Mundo Maior, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. A fé religiosa pode ajudar no equilíbrio mental do planeta?

R.: Sim. Esse foi um dos pontos destacados por Eusébio em sua preleção. A fé religiosa, disse ele, é fator de equilíbrio mental do mundo. Segundo Eusébio, não é possível uma era de paz exterior sem a preparação interior do homem para a aplica­ção das Leis Divinas. (No Mundo Maior, cap. 15, pp. 202 e 203.) 

B. Que disse Eusébio sobre o verbalismo sem obras?

R.: Ele, evidentemente, censurou tal postura e lembrou que a morte surpreende não apenas o materialista revel, mas a todos quantos se valem da religião para melhor dissi­mular a indiferença que lhes povoa o mundo íntimo. "Não julgueis es­teja a fé consagrada ao menor esforço. Qual ocorre à ciência, a reli­gião tem o seu trabalho específico no mundo", advertiu o instrutor. (Obra citada, cap. 15, pp. 204 e 205.) 

C. Como poderemos atender à elevação destinação que nos cabe?

R.: De acordo com o pensamento de Eusébio, temos todos deveres imediatos junto às paisagens de crime e treva, de inquietação e sofrimento. O irmão caído é nossa carga preciosa, a dificuldade é nosso incentivo santo, a dor é nossa escola purificadora. É indispensável, pois, abraçar-nos uns aos outros, em nome de Jesus, que nos reformou a mente, alçando-a a planos superiores pela ascensão gloriosa, através do sacrifício. Somente assim atenderemos à elevada destinação que nos cabe. (Obra citada, cap. 15, pp. 207 a 209.) 

Texto para leitura

108. Como agiam os cristãos primitivos - Na palestra de Eusébio, ao contrário da primeira vez, era reduzido o número de companheiros en­carnados, que ali se contavam por poucas centenas, assistidos porém por quantidade considerável de cooperadores desencarnados. Quando An­dré chegou ao recinto, parecia que Eusébio já havia iniciado a prele­ção há muito tempo. Extasiados, os ouvintes registravam-lhe o verbo tocado de luz celestial, com pasmo indisfarçável. Confundidos e ajoe­lhados, em grande número, na relva fresca, sentiam-se repentinamente transportados ao paraíso... Eusébio falava sobre a fé religiosa como fator de equilíbrio mental do mundo. Dizia que não era possível uma era de paz exterior, sem a preparação interior do homem para a aplica­ção das Leis Divinas. "Ser cristão, outrora – asseverou o Instrutor –, simbolizava a escolha da experiência mais nobre, com o dever de exemplificar o padrão de conduta consagrado pelo Mestre Divino. Cons­tituía ininterrupto combate ao mal com as armas do bem, manifestação ativa do amor contra o ódio, segurança de vitória da luz contra as sombras, triunfo inconteste da paz construtiva sobre a discórdia der­ruidora". Lembrou então que, ante a perseguição do Estado Romano, os adeptos do Evangelho não se expunham a polêmicas mordazes, não se en­redavam nas teias do personalismo dissolvente, não dilapidavam possi­bilidades preciosas, mas se amavam em nome do Senhor e ofereciam a própria vida, em penhor de gratidão àquele que não trepidara em seguir para a Cruz. "Sabiam perder vantagens transitórias, para conquistar os imperecíveis tesouros celestiais. Sacrificavam-se uns pelos outros, na viva demonstração do devotamento fraternal. Repartiam os sofrimentos e multiplicavam os júbilos entre si", asseverou Eusébio, perguntando a seus ouvintes o que ele fizeram da esperança transformadora, da con­fiança sem vacilação, da fé viva que os patriarcas adquiriram a preço de sangue e lágrimas... (Cap. 15, pp. 202 e 203)

109. O Evangelho guarda a beleza do primeiro dia - Eusébio passou, en­tão, a relatar as inúmeras barreiras que foram erguidas pelos cristãos de nosso tempo: o tóxico do dogmatismo, o cárcere das interpretações literais, a hostilidade franca em nome do Reino de Deus, as rixas e dissensões, a concorrência incabível em demanda de imaginária obtenção de privilégios divinos. Antigamente, os companheiros do Cristo dispu­tavam a oportunidade de servir; hoje, porém, procuramos as mínimas ocasiões de sermos servidos. Reverenciamos a Luz do Senhor, mas man­temo-nos nas sombras do egoísmo. Proclamamos a sua doutrina de paz, e incentivamos a guerra fratricida. "Por que estranhas convicções supon­des conquistar o paraíso, à força de afirmativas labiais?", indagou o Instrutor. Era preciso, contudo, reconhecer o caráter sublime da ta­refa dos cristãos no mundo. Jesus fundou a Religião do Amor Universal, e seu Evangelho, em suas bases, guarda a beleza do primeiro dia. So­fisma algum conseguiu empanar o brilho do "amai-vos uns aos outros, como eu vos amei"... Depois, Eusébio alertou-os para o perigo de en­carcerar os serviços da fé nos templos suntuosos, dizendo-lhes que a pompa do culto exterior só faz realçar o desatino de suas perigosas ilusões acerca da vida espiritual. "Em vão ergueis castelos de opinião para o verbalismo sem obras", asseverou Eusébio, lembrando-lhes que, se a morte surpreende o materialista revel, abre também o tribunal da reta justiça a todos quantos se valeram da religião para melhor dissi­mular a indiferença que lhes povoa o mundo íntimo. "Não julgueis es­teja a fé consagrada ao menor esforço. Qual ocorre à ciência, a reli­gião tem o seu trabalho específico no mundo", advertiu o amorável pa­lestrante. (Cap. 15, pp. 204 e 205)

110. Sejamos irmãos uns dos outros - Eusébio prosseguiu sua palestra, lembrando que os cristãos são chamados a colaborar na harmonia da mente humana. Na atuação da fé positiva – lembrou ele – reside a força que regula as paixões e os impulsos irresistíveis da animalidade de que todos emergimos. Jesus não confinou seus ensinamentos aos tem­plos de pedra, nem impôs aos seus seguidores normas rígidas de ação. Pediu-lhes simplesmente amor e entendimento, fé sincera e bom ânimo para os serviços edificantes. Ao encontrar Madalena, não divaga em conversações vazias, mas interessa-lhe o coração no sublime aposto­lado, a que ela se entregaria devotadamente. Visitando Zaqueu, aben­çoa-lhe o esforço nobre e construtivo. Dirigindo-se à mulher samari­tana, não desce às  contendas inúteis: impressiona-a pelo contacto de sua alma divina, fazendo-a abandonar o velho cântaro da fantasia, para buscar as fontes eternas. Convivendo com cegos, leprosos, loucos e do­entes de todos os matizes, exemplificou a vida social, baseada na fra­ternidade pura e nos elevados estímulos à santificação. E mesmo na cruz, ao lado de ladrões confessos, não hesitou dirigir-lhes a palavra fraterna, inflamada de amor. Como, pois, invocar-lhe o nome para jus­tificar os desvarios da separação por motivos de fé? como valer-se dele para deflagrar combates de opinião, acendendo fogueiras de ódio em prejuízo do bem comum?  André notou que as palavras de Eusébio pro­duziam em todos profunda impressão. A maioria chorava em comoção irre­pressível. Eusébio, porém, continuava, impávido: "Não se vos reclama a transferência do depósito espiritual da crença veneranda. Em todos os setores, onde a sementeira do Cristo desabrocha, é possível honrar a Divina Lei, gravando-lhe os parágrafos sublimes no coração. O que se pede do vosso espírito de crença é o aproveitamento das bênçãos celes­tiais esparzidas sobre vós em caudalosas correntes de luz". Era pre­ciso, pois, não limitar a demonstração da confiança no Altíssimo aos cerimoniais do culto externo, varrendo a indiferença que enregela as basílicas suntuosas. Sejamos verdadeiros irmãos uns dos outros. Trans­formemos a igreja no doce lar da família cristã, quaisquer que sejam nossas interpretações. (Cap. 15, pp. 206 e 207)

111. A salvação é contínuo trabalho de aprimoramento - Prosseguindo a preleção, Eusébio lembrou que, amando e socorrendo, crendo e agindo, Jesus amparou a mente desequilibrada do mundo greco-romano, infun­dindo-lhe vida nova. "Assim, igualmente, cada discípulo da fé reden­tora pode e deve cooperar no reerguimento dos irmãos frágeis e vaci­lantes", asseverou o Instrutor. "Fugi ao farisaísmo dos tempos modernos que se recusa ao auxílio fraternal, em nome do gênio satânico do cisma dogmático. Jesus nunca foi pregador da desarmonia, jamais endossou a vaidade petulante dos que pelos lábios se declaram puros, mantendo o coração atascado no lodo miasmático do orgulho e do egoísmo fatais!"  É preciso, ao contrário, mobilizar nossa confiança no Todo-Misericor­dioso, dilatando o seu reino bendito de redenção, porque aguardar o Céu, menosprezando a Terra, é obra de insensatez. Ninguém jamais su­bornará a Justiça Divina, embora muitos cultivem a idéia de um comér­cio ridículo com a Divindade. Todos temos deveres imediatos junto às paisagens de crime e treva, de inquietação e sofrimento. O irmão caído é nossa carga preciosa, a dificuldade é nosso incentivo santo, a dor é nossa escola purificadora. É indispensável, pois, abraçar-nos uns aos outros, em nome de Jesus, que nos reformou a mente, alçando-a  a pla­nos superiores pela ascensão gloriosa, através do sacrifício. Somente assim atenderemos à elevada destinação que nos cabe. Eusébio destacou, por fim, a importância da harmonização de todos em Jesus Cristo, para equilibrarmos a esfera carnal, evitando a subversão dos valores espi­rituais e afugentando as trevas que ameaçavam as organizações polí­tico-religiosas. "Temei a ciência que estadeie sem a sabedoria, livrai-vos do raciocínio que calcula sem amor, revisai a fé para que seus impulsos não se desordenem, à míngua de edificação", acentuou Eusébio. "A salvação é contínuo trabalho de renovação e de aprimoramento. Ao mundo atormentado proclamemos a nossa fé em Cristo Jesus para sempre!..."  Finda a palestra, diante de uma assembléia prosternada e estupefata, um grupo de colaboradores desencarnados elevou a voz em harmonias, entoando comovente cântico de glorificação ao Su­premo Senhor. André notou que os amigos encarnados não se afastaram animados e otimistas, porque muitos deles, compreendendo talvez os erros da crença transviada, se retiravam cabisbaixos, soluçando... (Cap. 15, pp. 207 a 209) (Continua no próximo número.)

  


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita