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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 81 - 9 de Novembro de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

No Mundo Maior

André Luiz

(Parte 19)

Damos prosseguimento ao estudo da obra No Mundo Maior, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Quem amparou Antonina, evitando que ela se suicidasse?

R.: Sua mãe e Márcio, um amigo do passado longínquo, que se acercou dela, pousou-lhe a destra luminosa sobre a fronte e falou-lhe com ternura: "Antonina, por que esse desânimo, quando a luta redentora apenas começa? olvidaste, acaso, que não somos ór­fãos? Acima de todos os obstáculos paira a Infinita Bondade. Recusas a porta estreita, que nos proporcionará o venturoso acesso ao reencon­tro?" Essas palavras deram início a uma longa conversa que fez com que mudasse por completo o panorama íntimo da jovem. (No Mundo Maior, cap. 13, pp. 183 a 185.) 

B. Que lhe disse Márcio a respeito das inquietações do sexo?

R.: Logo depois de dizer-lhe que as inquietações do sexo haviam tomado certo culto na intimidade dela, Márcio lembrou-lhe que não está no sexo a fonte exclusiva do amor. "O amor – disse-lhe o amigo – é sol divino a irradiar-se através de todas as magnificências da alma. Por vezes, somos privados de sensações que ansiáramos, inibidos de usar as energias criadoras das formas físicas, a fim de buscarmos patrimônios mais altos do ser; nem por isso, contudo, tais percalços nos impedem a exteriorização do sublime sentimento." (Obra citada, cap. 13, pp. 187 a 189.)  

C. Antonina, ao despertar do sono, pôde recordar tudo o que ocorreu naquela noite?

R.: Não. Ela despertou reanimada e feliz, mas Calderaro, que a ajudou a reapossar-se do corpo físico, cuidou, por meio de emanações fluídicas anestesiantes, para que não lhe fosse permitido o júbilo de recordar, em todas as suas parti­cularidades, a experiência da noite. A lembrança integral do ocorrido provavelmente a enlouqueceria de ventura. (Obra citada, cap. 13, pp. 189 a 191.) 

Texto para leitura

99. A ajuda espiritual - Calderaro informou ter instruções para impor à jovem o sono mais profundo, logo depois da meia-noite. No momento aprazado, ele começou a ministrar-lhe aplicações fluídicas ao longo do sistema nervoso simpático. A vasta rede de neurônios experimentou a influência anestesiante. O Assistente envolveu-a, mansamente, em flui­dos calmantes. Antonina adormeceu, como se tivesse sido levada a uma hipnose profunda. Calderaro a manteve assim, em completo repouso, por mais de meia hora. Decorrido esse tempo, duas entidades, aureoladas de intensa luz, deram entrada no recinto. Eram Mariana (que fora a geni­tora de Antonina) e Márcio, iluminado Espírito ligado à jovem desde séculos remotos. Mariana inclinou-se sobre a filha e chamou-a, doce­mente, como o fazia na Terra. Desligada parcialmente do envoltório denso, Antonina ergueu-se encantada, feliz, pronunciando o nome ma­mãe... Mariana recolheu-a em seus braços, dizendo-lhe palavras enter­necedoras. "Mãezinha, ajude-me! não quero mais viver na Terra! não me deixe voltar ao corpo pesado... O destino escorraça-me. Sou infeliz! Tudo me é adverso... Arrebate-me daqui... para sempre!" Márcio se aproximou e a moça, abrindo desmesuradamente os olhos, ajoelhou-se instintivamente, amparada pela mãe. Parecia esforçar-se por trazer à lembrança alguém que ficara em pretérito longínquo... Seu pranto es­tava agora diferente; tocava-se, então, de sublime conforto, de júbilo místico, que lhe nascia, inexplicavelmente, das profundezas do cora­ção. Márcio acercou-se dela, pousando-lhe a destra luminosa sobre a fronte, e falou com ternura: "Antonina, por que esse desânimo, quando a luta redentora apenas começa? olvidaste, acaso, que não somos ór­fãos? Acima de todos os obstáculos paira a Infinita Bondade. Recusas a porta estreita, que nos proporcionará o venturoso acesso ao reencon­tro?" (Cap. 13, pp. 183 a 185) 

100. As vantagens da solidão - A conversa franca de Márcio prosseguiu. Ele disse a Antonina que, sentindo de longe o perigo do suicídio, ali estava, juntamente com Mariana, sua mãe, para ajudá-la. A moça dese­java falar, mas os suaves raios de luz emitidos por Márcio cercavam-na toda, sufocando-lhe a garganta, no êxtase daqueles instantes inesque­cíveis. Pouco depois, ela disse estar exausta. O amigo espiritual lem­brou-lhe, contudo, que ela jamais fora esquecida. Todas as oportunida­des lhe haviam sido dadas, inclusive as dores da experiência humana. "Ignoras, querida, a felicidade do sacrifício, renegas a possibilidade de amar?", indagou-lhe Márcio. Ela passou a contemplá-lo com maior confiança. Sentindo-lhe o carinho, abriu-se com franqueza, dizendo que sonhava com a posse de um lar, com filhos, com um companheiro que a ajudasse a levar a existência... O destino, contudo, escarnecia de suas esperanças... Márcio ouviu-a fraternalmente, afagando-lhe as mãos, e, evidenciando suas altas aquisições de verdadeiro amor, acres­centou, mais compreensivo e mais terno: "Abnegada amiga, não permitas que a sombra de algumas horas te empane a luz dos séculos porvindou­ros". Ele reconhecia, sim, as suas aspirações; no entanto, era da Von­tade Superior que recebesse, por enquanto, as vantagens que podem ser encontradas na solidão. Há existências aparentemente isoladas e desdi­tosas, em que a criatura humana se prepara, nas culminâncias da medi­tação e da renúncia, para novas jornadas santificadoras. A Eterna Sa­bedoria dá-nos, invariavelmente, o lugar onde possamos ser mais úteis e mais felizes. E, ao contrário do que supomos, a passagem do sepulcro não abre a ninguém as portas à liberdade. (Cap. 13, pp. 185 a 187) 

101. Devemos cooperar nas obras que nos cercam - Márcio lembrou-lhe ainda que o mundo não é propriedade nossa. Se não podemos ter filhos da própria carne, podemos ser tutores dos pequenos necessitados e so­fredores. Todos nós, filhos do Altíssimo, fomos trazidos a cooperar nas obras que nos cercam, e pesam-nos, perante o Pai, inalienáveis de­veres de trabalho, pelo qual, exercitando os recursos preciosos que nos concedeu, alcançaremos, um dia, a perfeição da sabedoria e do amor. "As inquietações do sexo – disse Márcio a Antonina – tomaram vulto na intimidade do teu santuário, e padeces longo assédio de tri­bulações. Mas... dar-se-á que presumas no sexo a fonte exclusiva do amor? Serás também vítima desse fatal engano?" E ele prosseguiu: "O amor é sol divino a irradiar-se através de todas as magnificências da alma. Por vezes, somos privados de sensações que ansiáramos, inibidos de usar as energias criadoras das formas físicas, a fim de buscarmos patrimônios mais altos do ser; nem por isso, contudo, tais percalços nos impedem a exteriorização do sublime sentimento..." O amigo espiri­tual disse-lhe ainda que é o egoísmo feroz que faz com que não saiba­mos perder por alguns dias, para ganhar na eternidade, ou ceder valo­res transitórios para conquistar os dons definitivos da vida. Antonina o contemplava, embevecida, e ele continuou a estimulá-la a prosseguir na experiência carnal, conclamando-a à renúncia. Depois, aludindo ao noivo perjuro, que um dia também conheceria o desencanto da carne, propôs: "Se não podes ser o cântaro de água pura para o viajor que­rido, por que não ser o oásis que o aguardará no deserto das ilusões inevitáveis?", acrescentando que no mundo espiritual eles a aguarda­vam, ávidos de sua afeição e de seu carinho. (Cap. 13, pp. 187 a 189) 

102. Uma outra mulher - Observando o salutar efeito de suas palavras animadoras, Márcio acariciou os cabelos de Antonina e aditou: "Por que razão esperar os rebentos da carne para exemplificar o verdadeiro amor? Jesus não os teve, e, no entanto, todos nos sentimos tutelados de sua infinita abnegação. Prometes, Antonina, modificar as dispo­sições mentais doravante? A mulher digna e generosa, excelsa e cristã, olvida o mal e ama sempre..."  Antonina ajoelhou-se de novo e respon­deu solenemente: "Comprometo-me a modificar minha atitude, em nome de Deus". Nesse instante, o emissário espalmou as mãos sobre a fronte da enferma, envolvendo-a em jactos de luz que não tocaram tão-somente a matéria perispirítica, mas se estenderam além, até no corpo denso, fi­xando-se particularmente nas zonas do encéfalo, do tórax e dos órgãos feminis. Logo após, Antonina, conduzida pela mãe e por Márcio, afas­tou-se para agradável e repousante excursão. Na manhã seguinte Calde­raro incumbiu-se de auxiliá-la a retomar o corpo denso. Ele e André retornaram ao aposento da moça. Entre seis e sete horas, Mariana a trouxe. Antonina apresentava então na fisionomia uma ignota e incom­preensível felicidade. Calderaro ajudou-a a reapossar-se do corpo fí­sico, cuidando, por meio de emanações fluídicas anestesiantes, para que não lhe fosse permitido o júbilo de recordar, em todas as suas parti­cularidades, a experiência da noite. A lembrança integral do ocorrido provavelmente a enlouqueceria de ventura. Daí a minutos Antonina des­pertou, como que outra criatura; ela sentia-se inexplicavelmente rea­nimada, quase feliz. Um dos sobrinhos penetrou o aposento, chamando-a. A generosa tia contemplou-o, enlevada. Algo prodigioso, que ela não sabia explicar, religara-a ao interesse pela vida. Que importava in­significante malogro do coração diante dos trabalhos sublimes que po­deria executar, na sua posição de mulher sadia e jovem? (Cap. 13, pp. 189 a 191) 

103. A bênção da enfermidade - Calderaro foi solicitado a atender, a pedido de um amigo espiritual, um homem que estava, de novo, às voltas com o alcoolismo. Era Antídio, que o Assistente já tratara anterior­mente. A sede escaldante, provocada pela própria displicência e pela instigação dos vampiros vorazes que o cercavam, everteu-lhe o sistema nervoso. A organização perispirítica, semiliberta do corpo denso pelos perniciosos processos da embriaguez, povoava-lhe a mente de atros pe­sadelos, agravados pela atuação das entidades perversas que o seguiam passo a passo. O Assistente estudou o caso em silêncio e decidiu: se da outra vez o socorro consistiu em restituir Antídio ao equilíbrio orgânico possível, era preciso, agora, agir em contrário. "Convém mi­nistrar-lhe provisória e mais acentuada desarmonia ao corpo. Neste, como em outros processos difíceis, a enfermidade retifica sempre", de­clarou Calderaro. O benfeitor de Antídio concordou. Rumaram então os amigos para o local onde Antídio poderia ser localizado. O recinto era servido de amplas janelas e abundantemente iluminado, mas o ambiente sufocava e desagradáveis emanações se faziam cada vez mais espessas, à medida que avançavam. No salão principal do edifício, algumas dezenas de pares dançavam, tendo as mentes absorvidas nas baixas vibrações que a atmosfera vigorosamente insuflava. Uma multidão de desencarnados vi­ciosos e conturbados ali se movia. Os dançarinos não bailavam sós, mas correspondiam, inconscientemente, a ridículos gestos dos companheiros irresponsáveis que lhes eram invisíveis. (Cap. 14, pp. 192 a 194) (Continua no próximo número.)
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita