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Ano 2 - N° 81 - 9 de Novembro de 2008

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br
Matão, São Paulo (Brasil)

 

Teresa Cristina Rossi:

“Não percam a oportunidade de conviver com o jovem”

Como o trabalho com a juventude espírita numa pequena cidade
do interior de Minas Gerais conseguiu produzir tanto na área
do estudo e da divulgação espírita

 

Natural e residente na pequena cidade de Monte Santo de Minas, em Minas Gerais, Teresa Cristina Rossi (foto) é servidora do TJ-MG e pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil. Espírita desde 1987, aproximou-se do Espiritismo para entender as razões e perguntas da própria vida. Na cidade em que mora, coordena a Mocidade Espírita do Centro Espírita Amor e Caridade, que completou seu primeiro centenário no início de 2008. Suas respostas revelam o dinamismo dessa valorosa companheira de ideal.
O Consolador: Situe a cidade de Monte Santo de Minas em seu Estado, região, economia e perfil do município.

Monte Santo de Minas é pequena cidade, localizada no sudoeste de Minas Gerais, com a população de 20.000 habitantes, sendo que grande parte ainda reside na zona rural. O forte da economia sempre foi o café, com algumas diversificações em cultivo de cereais, cana de açúcar, gado. Portanto é aí que está a base da economia, porque a cidade não tem indústrias. A sua renda per capita é baixa. Cidade dos antigos coronéis, grandes latifundiários que atuavam inclusive na política.

O Consolador: E no movimento espírita, como se apresenta a cidade? Quantas Instituições?

O movimento espírita é respeitado pelo trabalho sério que suas três Casas efetuam. A população, embora sendo de maioria católica, recebe do movimento espírita participação efetiva a nível assistencial, social, como é o caso do Lar Allan Kardec, que abriga menores de 7 a 14 anos, e a Vila Allan Kardec, que abriga 70 idosos, e por que não dizer cultural, não esquecendo que sua biblioteca oferece um grande acervo de livros espíritas que ficam à disposição da população.

O Consolador: Que significado tem para a cidade o Centro Espírita Amor e Caridade, que já atingiu seu primeiro centenário?

O Centro Espírita Amor e Caridade, fundado em 26 de junho de 1908, foi um marco na história de Monte Santo. Imagine que 50 anos depois da publicação de O Livro dos Espíritos, nossa cidade já lia O Evangelho segundo Espiritismo no início das reuniões. Pois os seus fundadores eram europeus, que vieram aqui trabalhar. Esta descrição foi a de uma espírita falando do seu significado, agora, para os montessantenses.

O Consolador: De onde vem o intenso movimento juvenil da cidade?

O movimento juvenil sempre existiu na Casa, com algumas interrupções, mas a semente já estava plantada. Por volta de 1990 notamos que faltava espaço para jovens nas reuniões, e a presidência da Casa nos incentivou a dar prioridade a eles, já que eu me identificava muito com esse trabalho. A partir daí buscamos informações junto à União Espírita Mineira, trouxemos o material, começamos aplicá-lo e com o tempo fomos adaptando-o às necessidades de nossos jovens.

O Consolador: Ele se integra a cidades da região também?

O movimento jovem foi se fortalecendo e começamos a visitar outros jovens de outras cidades vizinhas e foi dando certo. A Jussara e o pessoal de Passos formalizaram esses encontros, que passaram a chamar-se Encontro Regional de Mocidades Espíritas, realizado todos os anos. Já estamos no décimo ano consecutivo. O encontro maior, de dois dias, ocorre geralmente em outubro, e outros em quatro prévias em cidades diferentes para trabalhar o tema central, e por aí vai.

O Consolador: Qual a programação básica, os livros e as dinâmicas utilizadas?

A programação básica está nas abordagens de temas atuais fundamentados nas obras básicas. É importante tirar o personalismo e ar professoral, deixando claro que também aprendemos e não somos os donos da verdade. Dividimos experiências, por isso tentamos mostrar a eles a importância de acertar nas escolhas, e na grande oportunidade que estão tendo.

O Consolador: Você pode dizer que o jovem espírita da cidade tem vivo interesse pelo conhecimento espírita, apesar de todos os apelos mundanos? A que atribuir exatamente esse interesse?

O jovem é curioso, ele quer saber tudo que o rodeia, ele está aberto para conceitos e informações sem preconceito. E o jovem espírita também sofre com os apelos mundanos, só que ele tem um diferencial que é a responsabilidade de conhecer uma outra realidade. Por exemplo, sua atitude refletirá na sua felicidade ou infelicidade e também na daquele que com ele interage. Estamos vivendo uma experiência interessante. Todos queriam saber mais sobre mediunidade, criamos então um grupo de estudo teórico de mediunidade com a apostila da Therezinha Oliveira. Ficou legal.

O Consolador: Qual a faixa etária dos jovens? Casais também participam? E eles também estão integrados às demais atividades da instituição?


As nossas aulas são elaboradas para jovens de 14 a 21 anos. Essa é a faixa etária, mas freqüentam a mocidade pessoas de outras idades, inclusive casais, sem que isso comprometa as atividades. A integração do jovem em outras atividades da Casa ainda é pequena, mas acredito que uma nova consciência está nascendo.

O Consolador: A cidade possui clube do livro? Já realizou feira do livro?

O livro espírita tem muita aceitação em nossa cidade, e, como já disse, temos uma vasta biblioteca, com livros adquiridos através de doações e também de feiras de livros que ficam à disposição da comunidade diariamente, em forma de empréstimos. Aqui, ainda não temos o clube do livro, mas é uma proposta interessante a ser lançada.

O Consolador: Você considera que a internet exerceu influência para o crescimento do movimento espírita da cidade?

Sem dúvida, a internet é um veículo poderoso, por ser instantâneo e nos permitir o contato direto com o que há de melhor no meio espírita. É certo que primeiro é necessário a base, para saber discernir o que é realmente doutrina espírita. Com a internet podemos daqui de nossa cidadezinha acompanhar, por exemplo, um seminário na Bahia e ainda estar por dentro de lançamentos de livros e conhecer os trabalhos dos espíritas pelo mundo afora.

O Consolador: Cite um fato marcante na história espírita da cidade.

O nosso Centro Espírita tinha uma farmácia homeopática, onde eram fornecidos medicamentos para a população. O médium recebia o Espírito de um médico, era freqüente a presença do Dr. João Ribeiro, que aviava receitas que eram manipuladas no próprio centro. Consta em um jornal antigo da cidade que durante a gripe espanhola que assolou o mundo a nossa casa, o Centro Espírita Amor e Caridade, trabalhou muito para socorrer as pessoas infectadas.

O Consolador: Suas palavras finais.

Eu sugiro a todos que não percam a oportunidade de conviver com o jovem. Quando estiverem diante de um, olhem em seus olhos e verão que ali está a vida pulsante, a alegria, a espontaneidade. Acreditem em seu potencial e escutem com atenção o que ele tem a dizer. Com certeza irão se surpreender com sua sapiência.

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita