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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 80 - 2 de Novembro de 2008

WILSON CZERSKI
wilsonczerski@brturbo.com.br
Curitiba, Paraná (Brasil)  

O homem e a casa planetária – animais, ancestrais e irmãos


Oportunas e necessárias as preocupações com a ecologia. E apesar das resistências encontradas em certas coletividades e mesmo países que insistem em sobrepor seus interesses particularistas acima dos da sociedade globalizada, muito já se tem feito no sentido de se criar verdadeiramente uma relação de respeito para com a natureza. Governos, instituições públicas e privadas, universidades e cientistas, ONGs e indivíduos em diversas partes do mundo têm oferecido estudos, alertas, iniciativas, programas e cuidados para não comprometer ainda mais a nossa casa planetária.

Os Espíritos Superiores ensinam-nos duas coisas básicas a esse respeito. Na questão 185 de O Livro dos Espíritos asseveram que não só os seres vivos evoluem do ponto de vista físico e moral, mas também os mundos, incluindo a Terra, estão submetidos à lei de progresso. “Sofrerá ela uma transformação semelhante, tornando-se um paraíso terrestre, quando os homens se fizerem bons”. E isto, de certa forma, nos tranqüiliza, contrariando as previsões catastrofistas. A outra observação extraímos da mesma obra, questão 540, onde somos informados que “tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo”. Temos, então, que desde os primeiros esforços de organização celular, por trás está presente um princípio inteligente que nela atuará, buscando um desenvolvimento contínuo e simultâneo que lhe permitirá, de um lado, possuir um instrumento biológico cada vez mais aperfeiçoado, propiciando condições sempre melhores de expressão no plano material e, de outro, expandir o seu campo de experiências, incorporando ao seu patrimônio espiritual as aquisições obtidas graças a este mesmo desenvolvimento.

Deus não criou a alma humana pronta como a vemos manifestar-se hoje, dotada de inteligência, capacidade de raciocínio, memória, etc. Ao contrário, teve ela origem, segundo o autor espiritual André Luiz, há cerca de 1,5 bilhão de anos, habitando as mais rudimentares formas de vida biológica e desde então, num processo lento e difícil, acumulando experiências cada vez mais significativas, ascendeu à escala superior de desenvolvimento até atingir as faculdades que hoje caracterizam o ser humano. E irá além, trilhando os caminhos da razão em transição para a intuição, adquirindo recursos intelectuais e morais, seguirá sempre para frente em busca da sua auto-realização e cumprindo a destinação que lhe foi posta por Deus ainda naquele momento longínquo no tempo quando a criou. Nesta jornada infinita, avizinha-se da época predita pelo Cristo em que faria coisas tais quais Ele fizera e ainda muito mais. “Sois deuses”, declarou em resumo.

Pois, muito bem. Como dissemos, no início, a total ignorância sobre essa destinação do homem, dos demais seres viventes e do próprio globo que deve, em breve – para a escala universal do tempo – abrigar uma sociedade renovada em seus valores, substituindo a classificação de mundo de provas e expiações pela condição de regenerado, é que ainda nos deparamos com atitudes absurdas que agridem o meio ambiente. Aqui é o presidente da maior e única superpotência mundial a pisar em tratados que visam limitar a emissão de gases poluentes na atmosfera. Acolá, países atrasados cuja economia combalida depende do uso de recursos agressivos como fonte de energia. Razões econômicas, sociais, culturais e até religiosas, como o rio Ganges, determinam ações nefastas que comprometem em pequena, média e grande escalas a paisagem e a qualidade de vida do planeta. Mas fundamentalmente as causas de destruição estão no egoísmo e na ambição desenfreada. Desmatamento, queimadas, esgotos lançados nos rios e oceanos, produtos químicos no ar, espécies da flora e da fauna em extinção.

Recentemente, tomamos conhecimento que no Círculo Polar Ártico, os esquimós cobram de turistas 6 000 dólares para cada autorização de abate de morsas. É bem verdade que eles só fazem transferir um direito que lhes é conferido pelas leis canadenses. Mas há outras matanças periódicas como a das focas, lá mesmo nas geleiras, em chocante espetáculo sanguinolento já mostrado em fotografias e imagens de televisão. Também no Ártico, ursos polares são abatidos ao preço de 20 000 dólares por cabeça.

Nas savanas africanas, além da caça clandestina nas reservas, há os safáris promovidos pelos próprios governos para atender a sede de morte de estrangeiros endinheirados. Como o americano Pete Studwell que se orgulha de já ter matado 11 ursos, 13 alces, um bisão, 300 veados e outros animais. No Zimbábue, a matança de leões, zebras, leopardos e elefantes rende 40 milhões de dólares por ano. Na Grã-Bretanha persiste a polêmica sobre a caça à raposa e o Japão se nega a suspender em definitivo a captura de baleias.

Se já não bastasse criarmos - com auxílio da recente engenharia genética -  milhões de animais para nos servir de alimento, matamos para satisfação de desejos mórbidos e, diga-se, herdados do nosso próprio passado de ser que já estagiou pelo reino animal. É o instinto que ainda não cedeu completamente à razão. Por outro lado, milhares de pessoas dedicam-se com extremo desvelo à pesquisa e salvação de espécies ameaçadas de extinção e mesmo de indivíduos submetidos à ameaça de vida.

Há esperanças com os avanços importantes na legislação brasileira quanto à preservação de espécies nativas através do IBAMA. Ou a lei no Rio de Janeiro que concede aposentadoria a animais que tenham prestado serviços ao homem durante muitos anos. Em São Paulo, todo dono de cão tem que providenciar seu registro, garantindo com isso que não será recolhido para ser sacrificado inutilmente e também se possa exercer controle sobre condições de saúde evitando danos à população humana.

Allan Kardec, ao preparar o Livro dos Espíritos, dedicou o capítulo XI da segunda parte quase inteiro, só para tratar de temas envolvendo as plantas e os animais. Destacamos a questão 597 onde se afirma que os animais possuem um princípio independente da matéria que sobrevive ao corpo; a 601, que diz estarem eles também submetidos à lei do progresso e a 607, onde, entre outras coisas, somos esclarecidos de que é neles, os animais, que o princípio inteligente se elabora e se individualiza, ensaiando para a vida humana, quando, então, passará à condição de ESPÍRITO. E finalizam os Benfeitores Espirituais dizendo que “Crer que Deus pudesse ter feito qualquer coisa sem objetivo e criar seres inteligentes em futuro, seria blasfemar contra a sua bondade, que se estende sobre todas as suas criaturas”.

Respeitemos, pois, não só os companheiros humanos, mas estendamos o nosso carinho a todos aqueles que, mesmo movidos por impulsos inconscientes, anelam atingir o grau de adiantamento que hoje já desfrutamos. Irmãos menores como se referia Francisco de Assis, eles colaboram conosco, seja alimentado-nos, alegrando-nos, ornamentando o ambiente ou contribuindo de outras formas para tornar nossa passagem pela Terra mais agradável. Plantas e animais, sob tutela justa e bondosa dos homens, podem transformar a casa planetária em lugar muito saudável e feliz.


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita