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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 80 - 2 de Novembro de 2008

EDUARDO BATISTA DE OLIVEIRA
ebatistadeoliveira@ig.com.br

Juiz de Fora, Minas Gerais (Brasil)


O que o Espiritismo
espera de nós?
 

 
O Espiritismo pode ser definido como uma doutrina científica de cujo entendimento emana conseqüências morais e religiosas. Ele trata do espírito humano, suas características, poderes e potencialidades, e de suas vidas sucessivas a caminho do progresso. 

Pela acepção tradicional da palavra, o Espiritismo não poderia ser considerado uma religião. Faltam-lhe, para tanto, os ritos, os dogmas, os sacerdotes, os templos, que são os elementos classicamente caracterizadores de uma religião. 

No entanto, nada obsta de concebermos outro nível de religiosidade, diferente do tradicional, sem expressões exteriores. Nessa hipótese, o Espiritismo é religião, sim, porquanto assevera a existência de um Poder Supremo uno, criador e mantenedor de tudo o que existe, propugna pelo respeito às leis inerentes a este Poder e à vida em geral, bem como pelo progresso incessante de toda a criação, em especial, dos Espíritos. Talvez seja uma religião de natureza interior, vale dizer, mais próxima, em sua origem, do cristianismo, uma doutrina ético-religiosa

Originário da Europa, é no Brasil que o Espiritismo encontra maior compreensão de sua função reformadora-moral. Aqui, o viés evangélico foi mais acentuado, tanto na literatura quanto na prática do bem, do atendimento fraterno ao próximo. Muitas entidades e instituições foram e ainda são constituídas por espíritas brasileiros para acolher e cuidar dos que se encontram mais necessitados. 

O Espiritismo-Cristão, como, por suas características, é chamado, tem como finalidade o esclarecimento e a reforma moral, pela prática do bem, visando ao adiantamento espiritual dos homens. Segundo mensagem ditada pelo Espírito São Luiz, transcrita por Allan Kardec na Revista Espírita, número 9, do ano de 1866, “O Espiritismo não é senão a aplicação legítima dos princípios de moral ensinados por Jesus”. 

Assim, seus adeptos têm apenas três obrigações de natureza essencialmente moral. A primeira: buscar o esclarecimento pela aquisição de conhecimentos. A segunda: esforçar-se para ser melhor, lutando contra as próprias imperfeições (é o auto-aperfeiçoamento). Por fim: exemplificar, ou seja, viver de modo que suas atitudes suscitem nos demais o desejo da evolução. Como afirma Emmanuel, em Vinha de Luz, “pregar é revelar a grandeza dos princípios de Jesus nas próprias ações diárias”. Simples, mas nada fácil. Todavia, não é impossível. Basta melhorar um pouco a cada dia, ou a cada mês, ou a cada ano.


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita