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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 78 - 19 de Outubro de 2008

LEDA MARIA FLABOREA
ledaflaborea@uol.com.br
São Paulo, SP (Brasil)

Observemo-nos

“Aquele que diz permanecer nele, deve também andar como ele andou.”
(I João, 2:6.) 

 
Essa passagem faz parte de uma carta na qual João pretende fornecer, àqueles que queriam caminhar com Jesus, o testemunho dos apóstolos, mostrando suas lutas íntimas para reformularem seus sentimentos. João conclama a todos a lutarem contra a fragilidade da natureza humana, e não se acomodarem a ela. Diz-nos, também, que o verdadeiro Cristianismo está na observância do mandamento do amor que o Mestre renovou, lançando novas luzes sobre ele, e que “aquele que diz conhecê-Lo, e não guarda os mandamentos, é mentiroso, pois não há nele a verdade”. Se pretendemos cooperar com o Cristo, e nos colocamos em posição de aprendizes, é imprescindível sintonizarmos a estação de nossa vida com o Seu Evangelho Redentor. 

Quando Jesus atribuiu a si próprio a qualidade de Caminho, Verdade e Vida, não fez, certamente, uma declaração de ordem pessoal, mas referiu-se à mensagem que trouxera ao mundo em nome de Deus, nosso Pai. Reportou-se aos ensinos, ao roteiro que traçava a moral que nos conduziria à perfeição, isto é, a tudo que Ele exemplificava. O Evangelho é o Caminho que o aprendiz segue, porque seguindo-o não nos perderemos nas estradas sombrias da incompreensão, do inconformismo, da injustiça e de tantos outros sentimentos que abrigamos ainda em nossos corações; é a Verdade, porque seus ensinamentos são verdadeiros e, portanto, eternos - podem passar séculos, milênios que as palavras nele contidas permanecerão vivas, atuais, para sempre; é Vida porque a alma se alimenta dele, e quem o pratica viverá para sempre, pois representa a vida que o seguidor de Jesus deve viver.  

Entretanto, agora perguntamos: quantos de nós que se propondo ser aprendizes do Evangelho conseguem, verdadeiramente, permanecer ao lado do Mestre e, principalmente, andando como ele andava, praticando, vivenciando e exemplificando cada ensinamento que transmitia?  Muitos de nós se encantam com as palavras do amado Mestre, emocionam-se ao ouvir as histórias de sua vida, mas quantos, realmente, sentem no coração, no íntimo do seu ser, o chamamento à prática desse Evangelho? Quando nos propomos a trabalhar em Seu nome é necessário que nos observemos, atentamente, e busquemos saber se falamos uma coisa e exemplificamos outra.  

Dessa maneira, muitas vezes, afirmamos viver com a bondade de Jesus e não hesitamos em nos atirar contra os semelhantes, através da maledicência e da crueldade. Muitos de nós garantem compreender o otimismo de Jesus através de sua fé inabalável nos desígnios de Deus; entretanto, diante dos problemas que nos afligem a existência, entregamo-nos ao pessimismo e ao desespero, na certeza de que o Pai nos abandonou e que estamos sozinhos. E o que dizer das vezes em que proclamamos a fraternidade do Cristo, dizendo da nossa admiração pelo amor que espalhava onde quer que fosse e, no entanto, incentivamos a discórdia e a separação? 

Jesus tinha uma vida simples e da mesma maneira passava seus ensinamentos. Admiramos essa simplicidade no Mestre, mas conseguimos complicar os problemas que nos surgem no caminho evolutivo. Emmanuel nos adverte que, se nos confessamos aprendizes do Evangelho, observemos nossos próprios passos, e busquemos escutar no íntimo do nosso ser as palavras do Mestre Condutor de nossa existência, convocando-nos a ter coerência entre o que prometemos e o que realizamos, entre o ideal e o esforço. Quem segue o Cristo vive seu apostolado. Entre o ideal que é viver Seu Evangelho e o esforço que despendemos para vivê-lo fica a pergunta que Jesus, incessantemente, nos faz: “Que buscais?” É imprescindível meditarmos sobre o que realmente buscamos, e qual é a qualidade do nosso esforço no cumprimento dos deveres que nos competem, não importa quais sejam eles. Lembremo-nos que o nome de Jesus está empenhado em nossas mãos. Procuremos compreendê-Lo para que possamos nos afeiçoar a Ele e, verdadeiramente, amá-Lo. 

Quando o apóstolo João declara: “aquele que diz permanecer nele, deve também andar como ele andou”, pretendeu dizer tão-somente que quem se afirma seguidor de Jesus deve imitar-lhe a conduta, buscando viver na exemplificação em que o Mestre viveu. Para que possamos, assim, vivenciar, mister se faz que analisemos o que fazemos; que observemos o que dizemos; que meditemos em torno das nossas aspirações mais ocultas, procurando a resposta à indagação do Mestre Amigo: “Que buscais?” 

Entretanto, mesmo que a dúvida nos assuste e o medo faça morada em nossos corações, continuemos sem temor, servindo e cooperando, porque, mesmo vacilantes, Ele espera que cada um de nós O ajude a melhorar o lugar onde vivemos. E a partir de nosso lar, das pessoas que estão mais próximas de nós, esforcemo-nos para não decepcionar esse Querido Amigo que sabe que, mais cedo ou mais tarde, com mais ou menos sofrimentos, estaremos ao Seu lado. Como sabemos que todo dia é tempo de renovar nossas aspirações, e que todo instante é recurso de começar o melhor, não vamos deixar para amanhã as renovações que possamos fazer hoje.  

E que renovações são essas? Vejamos. Dizemos, muitas vezes, que não agüentamos mais o clima de luta na experiência doméstica, entretanto, se fizermos força no cultivo da renúncia que beneficia a harmonia, transformaremos nossa casa em um refúgio de amor. Dizemos, tantas vezes, que não suportamos mais o amigo desajustado, mas, se fizermos força no exercício da tolerância, é possível consigamos convertê-lo, amanhã, em colaborador ideal. Desanimados, dizemos, muitas vezes, que não adianta ensinar o bem, no entanto, se fizermos força para exemplificar o que ensinamos, atingiremos realizações de valores incalculáveis. Dizemos estar desistindo da caridade ante os golpes da ingratidão, mas se fizermos força para prosseguir, encontraremos na caridade a perfeita alegria de servir.  

Como podemos sentir, não é fácil seguir o Mestre, mas, se já estamos a caminho, por que não fazê-lo? Meus irmãos, que Jesus nos ampare na nossa real vontade de seguir-lhe os passos, e, fortalecidos pelo Seu amor, que nunca nos abandonou, roguemos ao Pai que nos abençoe as propostas de mudança e de crescimento que buscamos a cada dia em nossas existências.  


Bibliografia:

EMMANUEL (Espírito) – Fonte Viva, [psicografado por] F.C.Xavier – FEB, Rio de Janeiro/RJ – 16 ed., Lições 134 e 167.

EMMANUEL (Espírito) – Religião dos Espíritos, [psicografado por F.C.Xavier] – FEB, Rio de Janeiro/RJ, 8 ed., “O Obreiro do Senhor”, p. 81.

AUTORES DIVERSOS – O Espírito da Verdade, [psicografado por] F.C.Xavier e Waldo Vieira - FEB - Rio de janeiro/RJ – 10 ed., Lições 35 e 54.


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