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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 78 - 19 de Outubro de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

No Mundo Maior

André Luiz

(Parte 16)

Damos prosseguimento ao estudo da obra No Mundo Maior, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. As lesões da alma podem ser tratadas apenas com remédios?

R.: Não. A medicina tradicional pode inventar mil modos de auxiliar o corpo en­fermo, mas foge à sua competência a prática da medicina da alma, que ampare o espírito enleado nas sombras. Haja mais amor ante os vales da demência, e as quedas cederão lugar a experiências santificantes. O amor espiritualizado, filho da renúncia cristã, é a chave capaz de abrir as portas do abismo para onde rolaram e rolam milhares de cria­turas, todos os dias. Distribuamos a bênção do entendimento entre os homens; estendamos mão forte a todos os espí­ritos que se encontram prisioneiros do distúrbio das sensações, fa­zendo-lhes sentir que as oficinas do trabalho renovador permanecem abertas a todos os filhos de Deus, aperfeiçoando-lhes os sentimentos, sublimando-lhes os impulsos, dilatando-lhes a capacidade espiritual. (No Mundo Maior, cap. 11, pp. 160 a 162.)

B. Como nos libertar do cativeiro do sexo atormentado?

R.: O cativeiro dos tormentos do sexo é questão pertinente à alma e demanda processo individual de cura, que o espírito resolverá no tribunal da própria consciência. Os escra­vos das perturbações do campo sensorial só por si mesmos serão libera­dos, dilatando o entendimento, compreendendo os sofrimentos alheios e as dificuldades próprias, e aplicando, enfim, o "amai-vos uns aos ou­tros", tanto na doutrinação, como no imo da alma, com as melhores energias do cérebro e com os melhores sentimentos do coração. (Obra citada, cap. 11, pp. 162 e 163.)

C. Que faltou à teoria de Freud?

R.: Freud centralizou seu ensino no impulso sexual, a que conferiu caráter absoluto, enquanto duas correntes de psicologistas, inicialmente filiadas a ele, se diferenciaram na inter­pretação. A primeira delas estuda o anseio congênito da criatura, no que se refere ao relevo pessoal, enquanto a segunda proclama que, além da satisfação do sexo e da importância individualista, existe o im­pulso da vida superior que tortura o homem terrestre mais feliz. An­gústia sexual, aquisição de poder e idéia de superioridade, eis as três vertentes, que se identificam e são dotadas de uma certa dose de razão. Falta-lhes, porém, o conhecimento básico do reen­carnacionismo. Não podemos afirmar que tudo, nos círculos carnais, constitua sexo, desejo de importância e aspiração superior; mas, chegados à compreensão de agora, po­demos assegurar que tudo, na vida, é impulso criador. (Obra citada, cap. 11, pp. 164 e 165.)

Texto para leitura

85. As angústias afetivas - Vários aspectos constituem essa jornada sublimadora: desejo, posse, simpatia, carinho, devotamento, renúncia, sacrifício. Por vezes, a criatura demora-se anos, séculos, existências diversas de uma estação a outra. Raros conseguem manter-se no posto da simpatia, com o equilíbrio indispensável. Poucos atravessam a provín­cia da posse sem duelos cruéis com os monstros do egoísmo e do ciúme, aos quais se entregam desvairadamente, e reduzido número percorre os departamentos do carinho sem se algemarem, por largo trecho, aos gno­mos do exclusivismo. Muitas vezes, só após milênios de provas crucian­tes e purificadoras, consegue a alma alcançar o zênite luminoso do sa­crifício para a suprema libertação, no rumo de novos ciclos de unifi­cação com a Divindade. "O êxtase do santo foi, um dia, mero impulso, como o diamante lapidado viveu na aluvião, ignorado entre seixos bru­tos", asseverou o palestrante. "Claro está que, assim como se submete o diamante ao disco do lapidário, para atingir o pedestal da beleza, assim também o instinto sexual, para coroar-se com as glórias do êx­tase, há que dobrar-se aos imperativos da responsabilidade, às exigên­cias da disciplina, aos ditames da renúncia", ponderou o iluminado Instrutor. Ele não queria, com isso, sugerir a execução de programas de santificação compulsória no mundo carnal, porque nenhum homem con­seguiria negar a fase da evolução em que se encontra. O hotentote in­culto não pode, só por usar a beca de um catedrático, dar aula sobre Direito Romano. Não desejam os Benfeitores Espirituais, portanto, pre­conizar no mundo regras rigoristas de virtude artificial, nem favore­cer qualquer regime de relações inconscientes. A bandeira deles é, so­bretudo, a do entendimento fraternal. Seu trabalho visa a que a luz da compreensão se faça entre os encarnados, a fim de que as angústias afetivas não arrojem tantas vítimas à voragem da morte, intoxicadas de paixões criminosas. São incontáveis os crimes que campeiam na Terra, devidos à incompreensão sexual, determinando perigosos e estranhos processos de loucura, em toda parte. Milhões de pessoas se conservam semiloucos nos lares ou nas instituições, porque se tornaram incapazes do devotamento e da renúncia, e submergem, pouco a pouco, no tenebroso charco das alucinações. O ciúme, a insatisfação, o desentendimento, a incontinência e a leviandade alastram terríveis fenômenos de desequi­líbrio,  e para tratar tão complexo problema não é suficiente o re­curso da Medicina, sem atingir-se a intimidade das causas. (Cap. 11, pp. 158 e 159) 

86. O amor espiritualizado - O Instrutor mostrou, em seguida, o porquê da insuficiência dos recursos médicos no tratamento do problema. "A personalidade não é obra da usina interna das glândulas, mas produto da química mental", asseverou. As lesões do pensamento não podem ser sanadas com a injeção de hormônios. A genética poderá, um dia, deter­minar o sexo ao embrião, mas não é capaz de atingir a zona mais alta da mente, que manterá característicos próprios, independentemente da forma exterior. A medicina inventará mil modos de auxiliar o corpo en­fermo, mas foge à sua competência a prática da medicina da alma, que ampare o espírito enleado nas sombras... Haja mais amor ante os vales da demência, e as quedas cederão lugar a experiências santificantes. "O amor espiritualizado, filho da renúncia cristã, é a chave capaz de abrir as portas do abismo para onde rolaram e rolam milhares de cria­turas, todos os dias", declarou o palestrante. "Distribuamos a bênção do entendimento entre os homens; estendamos mão forte a todos os espí­ritos que se encontram prisioneiros do distúrbio das sensações, fa­zendo-lhes sentir que as oficinas do trabalho renovador permanecem abertas a todos os filhos de Deus, aperfeiçoando-lhes os sentimentos, sublimando-lhes os impulsos, dilatando-lhes a capacidade espiritual. Lembremos aos corações desalentados que tal é o sexo em face do amor, quais são os olhos para a visão, e o cérebro para o pensamento: não mais do que aparelhamento de exteriorização", acrescentou o Instrutor. O campo do amor é infinito em sua essência e manifestação, mas é pre­ciso fugir às aberrações e aos excessos, reconhecendo, porém, que to­dos os seres nasceram no Universo para amar e serem amados. Por vezes, é certo, vigoram para muitos, temporariamente, os imperativos da prova benéfica, os deveres expiatórios, as exigências do serviço, em que es­tudantes, devedores e missionários se obrigam a longas fases de fome e sede do coração. Mas isso não constitui obstáculo ao amor. Jesus não partilhou o matrimônio normal na Terra, e sua família cresce todos os dias... "A construção da felicidade real não depende do instinto sa­tisfeito", ajuntou o palestrante. (Cap. 11, pp. 160 a 162) 

87. A solução definitiva - A conduta do Mestre comprovou que é possí­vel cooperar na extensão do Infinito Bem, amando e abnegando-se, com exclusão do egoísmo e do propósito inferior de sermos amados, conforme os caprichos próprios. A permuta de células sexuais entre os seres en­carnados, garantindo a continuidade das formas físicas em processo evolucionário, é apenas um aspecto das multiformes permutas de amor. O intercâmbio de forças simpáticas, de fluidos combinados, de vibrações sintonizadas entre almas que se amam, paira acima de qualquer exterio­rização tangível de afeto, sustentando obras imperecíveis de vida e de luz. É preciso, pois, desenvolver carinhosa assistência aos que se desesperam no mundo, ensinando-os a libertar a mente das malhas do instinto, abrindo-lhes o caminho aos ideais do amor santificante e re­cordando-lhes que fixar o pensamento no sexo torturado, com desprezo dos demais departamentos da realização espiritual, é estacionar, inu­tilmente, no trilho evolutivo e entregar-se, inerme, à influência de perigosos monstros da imaginação, quais o despeito, a inveja, o deses­pero e a amargura, que podem levar à inconsciência e à loucura. O amor, por sua vez, encontra sempre mundos novos e, para isso, basta à criatura o abandono da ociosidade. O cativeiro nos tormentos do sexo é questão da alma e demanda processo individual de cura, que o espírito resolverá no tribunal da própria consciência. Compreendamos: os escra­vos das perturbações do campo sensorial só por si mesmos serão libera­dos, dilatando o entendimento, compreendendo os sofrimentos alheios e as dificuldades próprias, e aplicando, enfim, o "amai-vos uns aos ou­tros", tanto na doutrinação, como no imo da alma, com as melhores energias do cérebro e com os melhores sentimentos do coração. (Cap. 11, pp. 162 e 163) 

88. O que falta à teoria de Freud - Finda a preleção, foram propostas ao Instrutor diversas questões. A primeira versou sobre a doutrina es­posada por Freud, para quem quase todas as perturbações psíquicas se radicam no sexo desviado, pensamento esse que foi modificado por al­guns discípulos do grande médico austríaco. O sábio instrutor elucidou a dúvida, esclarecendo que Freud centralizou seu ensino no impulso sexual, a que conferiu caráter absoluto, enquanto duas correntes de psicologistas, inicialmente filiadas a ele, se diferenciaram na inter­pretação. A primeira delas estuda o anseio congênito da criatura, no que se refere ao relevo pessoal, enquanto a segunda proclama que, além da satisfação do sexo e da importância individualista, existe o im­pulso da vida superior que tortura o homem terrestre mais feliz. An­gústia sexual, aquisição de poder e idéia de superioridade, eis as três vertentes. "Diremos, por nossa vez, – acentuou o Instrutor – que as três escolas se identificam, portadoras todas elas de certa dose de razão, faltando-lhes, todavia, o conhecimento básico do reencarnacionismo". Representam elas belas e preciosas casas de princípios científicos, sem, contudo, o telhado da lógica. "Não podemos afirmar que tudo, nos círculos carnais, constitua sexo, desejo de importância e aspiração superior; no entanto, chegados à compreensão de agora, po­demos assegurar que tudo, na vida, é impulso criador. Todos os seres que conhecemos, do verme ao anjo, são herdeiros da Divindade, que nos confere a existência, e todos somos depositários de faculdades criado­ras", asseverou o sábio Instrutor. "A fera olvida a índole selvagínea, ao lamber, com ternura, um filho recém-nato. E mais da metade dos milhões de espíritos encarnados na Crosta da Terra, de mente fixa na região dos movimentos instintivos, concentram suas faculdades no sexo, do qual se derivam naturalmente os mais vastos e freqüentes distúrbios nervosos", acrescentou o Instrutor. (Cap. 11, pp. 164 e 165) 

89. Rumo à angelitude - O Instrutor lembrou, em seguida, que grande parte das criaturas, havendo conquistado a razão, acima do instinto, permanecem nos desatinos da prepotência, seduzidas pelo capricho do autoritarismo, famintas de evidência e realce, ainda que ligadas a trabalho proveitoso e a paixões nobres, muitas vezes... Pequeno grupo de pessoas, por fim, após atingir o equilíbrio sexual na zona instin­tiva do ser e depois de obter os títulos que seu trabalho lhes con­fere, e com os quais dominam na vida, em pleno regime de responsabili­dade individual, passam a fixar-se na região sublime, na supercons­ciência, não mais encontrando a alegria integral no contentamento do corpo físico ou na evidência pessoal, e procuram alcançar os círculos mais altos da vida, absorvidos em idealismo superior. "Para esses, – acentuou o Instrutor – o sexo, a importância individual e as vanta­gens do imediatismo terrestre são sagrados pelas oportunidades que oferecem aos propósitos de bem fazer; entretanto, no santuário de suas almas resplandece nova luz..." Eles cresceram em sentimentos; pressen­tem a Divindade e anseiam por sua identificação com ela. São os homens e as mulheres que, havendo realizado os mais altos padrões humanos, se candidatam à angelitude... De um modo ou de outro, porém, tudo isso decorre das faculdades criadoras, herdadas de Deus, em jogo permanente nos quadros da vida... (Cap. 11, pp. 165 e 166) (Continua no próximo número.)
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita