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Brasil
Ano 2 - N° 77 - 12 de Outubro de 2008

JOSÉ MIGUEL SILVEIRA
jmiguel@cnpso.embrapa.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 

Cosme Massi examina em Londrina os temas mediunidade e educação
moral da criança

Grande público compareceu ao Centro Espírita Nosso Lar
nos dias 4 e 5 de outubro, para assistir ao seminário
e à palestra que Cosme Massi realizou, a
convite da 5ª União Regional Espírita

Foi em comemoração aos 204 anos de nascimento de Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, que o confrade Cosme Massi, atualmente radicado em Curitiba, esteve em Londrina para realização de dois importantes seminários. Os eventos ocorreram no Centro Espírita Nosso Lar (fotos).

No seminário, realizado no dia 4 de outubro, tendo como tema central “Mediunidade e Moral”, Cosme fundamentou seus comentários iniciais no Livro dos Médiuns, enfocando médiuns e a faculdade mediúnica; em seguida, analisou aspectos da ética e da moral contidos em algumas partes da obra básica da Doutrina Espírita, O Livro dos Espíritos e, por fim, discorreu sobre o tema fluidos, que está bem estudado por Kardec em capítulo específico do livro A Gênese, fazendo, assim, a ponte necessária entre a mediunidade e a moral.

A expressão mediunidade vem da palavra médium cujo significado vem do latim que significa meio, intermediário, de algo que está entre duas coisas; Kardec se reportará à pessoa que serve de intermediário entre os Espíritos e os homens.   No   item 59  de  O  Livro  dos

Médiuns serão, então, apresentados dois significados para a palavra médium: o primeiro como sendo o da pessoa que sente num grau qualquer a influência dos Espíritos; neste caso, pode-se dizer que todos somos médiuns, porque é aplicado num sentido lato, amplo. Há, porém, o segundo sentido, stricto, restrito, onde a faculdade mediúnica está muito bem caracterizada, com certa intensidade, e que depende de uma organização mais ou menos sensitiva; aqui a pessoa sente num grau específico, mais intenso, determinado para o tipo de fenômeno que vai acontecer com aquele médium – neste caso, nem todas as pessoas são médiuns. Desse modo, nota-se a importância do uso das palavras e que elas devem expressar as idéias claramente; no caso observado, a palavra médium pode, assim, ser entendida num sentido geral ou em um específico. A partir daí, de maneira sintética, Kardec vai dividir os tipos de médiuns em dois grandes grupos – os de efeitos físicos e os de efeitos intelectuais. Nos de efeitos físicos destaca-se a matéria, o elemento material, enquanto que no de efeitos intelectuais é o conhecimento, a inteligência, o intelecto, a mensagem, o pensamento que se sobressai.

Os médiuns podem ser agrupados como os de efeitos
físicos e os de efeitos intelectuais

Apesar de ser apenas uma separação didática, ambos os efeitos apresentam pontos de contato, o que permite dizer que um efeito físico tem em si algo de intelectual e vice-versa, o que dificulta uma separação absoluta entre ambos; um bom exemplo disto é o dia e a noite – às 15 horas da tarde, é dia, às 21 horas é noite, mas às 18 horas está terminando o dia e começando a noite, o que fica complicado dizer se é um ou outro, ou seja, determinar os limites entre os dois efeitos.

O processo envolvido no efeito físico está relacionado com algo que o médium fornece, um fluido, que se combina com algo do Espírito; estes envolvem o elemento físico ou material que se submete à vontade do Espírito - e o objeto se desloca. Do mesmo modo que o pensamento atua sobre o cérebro e o braço se move. Por outro lado, os médiuns de efeitos intelectuais são aqueles que estão aptos a receber ou transmitir comunicações inteligentes. Finalizando esta primeira parte, Cosme apresentou uma classificação didática da mediunidade obtida de informações contidas em O Livro dos Médiuns, na Revista Espírita e em A Gênese, a saber: os médiuns podem ser agrupados como os de efeitos físicos e os de efeitos intelectuais, com qualidades próprias e comuns aos dois tipos e que serão chamados de sensitivos, naturais ou inconscientes, facultativos ou voluntários. Nos de efeitos físicos estão os tiptólogos, motores, de translações e suspensões, de efeitos musicais, de aparições, de transportes, pneumatógrafos, curadores e excitadores; nos de efeitos intelectuais encontram-se os audientes, falantes, videntes, inspirados, pressentidores, sonâmbulos, estáticos, proféticos, de possessão ou de incorporação, pintores, desenhistas, músicos, escreventes ou psicógrafos.

“O desenvolvimento da mediunidade guarda relação com o desenvolvimento moral do médium?”, pergunta Kardec em O Livro dos Médiuns. As Entidades Superiores responderam: “Não; a faculdade propriamente dita se radica no organismo, independe da moral. O mesmo não se dá com o seu uso, que pode ser bom ou mal, conforme as qualidades do médium.”

Para que uma comunicação seja boa é necessário que provenha de um Espírito bom

Na Revista Espírita, Kardec dá exemplos de médiuns espetaculares que se perderam nas suas condutas, o que mostra que não basta ter a faculdade, mas sim, fazer bom uso dela. O fluido do Espírito perturbado se combina bem com o fluido do médium desequilibrado, por isso torna-se muito difícil que um Espírito bom consiga transmitir seu pensamento por meio de um médium com pouco desenvolvimento moral. Para que uma comunicação seja boa é necessário que provenha de um Espírito bom, e para que esse bom Espírito a possa transmitir, indispensável lhe é um bom instrumento.

Quando se fala em moral, se fala de conduta humana, ou seja, como se deve agir. Neste contexto devem ser identificados dois aspectos fundamentais: a natureza do homem que age e o motivo da conduta, ou seja, quem é o indivíduo que age e porque ele age. Na questão 629 de O Livro dos Espíritos encontramos a definição de moral como sendo a regra de bem proceder, ou seja, a distinção entre o bem e o mal. Fundamenta-se na observância da Lei; o homem procede bem quando tudo faz pelo bem de todos porque, então, cumpre a Lei de Deus. O homem vai aprendendo a Lei de acordo com o caminhar no processo evolutivo, e de acordo com sua evolução intelecto-moral vai se tornando virtuoso. A sublimidade da virtude está no sacrifício do interesse pessoal pelo bem do próximo, sem pensamento oculto. A mais meritória virtude é aquela que se assenta na mais desinteressada caridade. O desinteresse é a chave para o entendimento da moral. Quando a minha atitude é interessada, eu estou fazendo uma relação de troca, nada tendo a ver com conduta moral ou virtuosa. A maior parte das nossas condutas são não morais, de interesse; agora, uma conduta de interesse não significa que ela é imoral, contra a moral. Têm-se condutas humanas morais, imorais e amorais, estas últimas não tendo nenhuma relação com a moral. Assim, se eu não consigo servir pelo puro prazer de servir, eu não conquistei virtude.

De todas as chagas morais da sociedade, parece que o egoísmo é a mais difícil de desarraigar

No domingo, dia 5 de outubro, a palestra intitulada “Primeiras lições de moral da infância” teve como texto base matéria apresentada por Allan Kardec na Revista Espírita de Fevereiro de 1864. Diz o codificador do Espiritismo que “de todas as chagas morais da sociedade, parece que o egoísmo é a mais difícil de desarraigar. Com efeito, ela o é tanto mais quanto mais é alimentada pelos mesmos hábitos da educação. Parece que se toma a tarefa de, desde o berço, excitar certas paixões que, mais tarde tornam-se uma segunda natureza. E admiram-se dos vícios da sociedade, quando as crianças os sugam como o leite. Eis um exemplo que, como cada um pode julgar, pertence mais à regra do que à exceção.” Ali serão observados os costumes de jovens em duas famílias com as quais o Codificador teve a oportunidade de conviver. A análise precisa e pontual permite estabelecer uma ponte com o tema moral abordado no dia anterior, destacando o que é de interesse para a criança, por necessidade ou gosto, diferenciando daquilo que está relacionado ao seu comportamento moral, da índole do Espírito imortal. Kardec esclarece que para o desenvolvimento de um caráter reto, ilibado, baseado na mais pura virtude cristã, não convém estabelecer vínculo ou ligação com situações cotidianas de troca entre os indivíduos. Estas ocorrem como parte da vida de relação, e na maioria das vezes são amorais, ou seja, não exigem ou não embutem um componente de ordem moral para a sua realização normal. Ao não entender essa separação, pais e educadores transformam a formação moral em objeto de barganha, prometendo um doce ou um passeio como recompensa ao bom comportamento da criança; equivocam-se, porque a moral deve ser inerente ao Ser Espiritual, independente da situação que se apresente no exterior. A inteligência, assim falseada pela má educação, proporcionará o desenvolvimento de vícios e desequilíbrios, como o egoísmo, o orgulho, a inveja, a falsidade etc. Kardec ainda destaca no texto que “é bom dizer que os pais pecam, muitas vezes, mais por ignorância do que por má vontade. Em muitos há, incontestavelmente, uma culposa despreocupação, mas em muitos outros a intenção é boa, é o remédio que nada vale, ou que é mal aplicado. Sendo os primeiros médicos da alma dos filhos, deveriam ser instruídos, não só de seus deveres, mas dos meios de os cumprir. Não basta ao médico saber que deve procurar curar, é preciso saber como agir.”  

A União Regional Espírita da 5ª Região da Federação Espírita do Paraná gravou tanto o seminário como a palestra, e está disponibilizando o DVD ao preço de R$ 5,00 (cinco) reais, com encomenda na livraria do Centro Espírita “Nosso Lar” (Rua Santa Catarina, 429 – Centro – Londrina, Estado do Paraná, Brasil - fone (43) 3322-1959).
 


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