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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 74 - 21 de Setembro de 2008

CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

Espiritismo é vida

 
Aqui estou sentada diante do computador pensando no próximo artigo e no que escrever. Quem escreve e publica precisa pensar na utilidade do conteúdo, pois não escrevemos para nós mesmos, embora no começo eu o fizesse por puro prazer. Acho que é assim com todo escritor. Começa criando e armazenando um imenso baú, para só depois principiar a dar à luz alguns daqueles seus filhos mais preciosos, e então não parar mais... Afinal, criação é um vício – e, em dependendo do conteúdo, um dos poucos vícios saudáveis!

Mas voltemos a este conteúdo. Escrever sobre o quê?! Às vezes, até o escritor sente esvaziada a sua fonte mágica. Mas cada artigo é em si um pequeno livro, repleto de possibilidades de entendimento e de interpretações da parte de quem o lê; então há que se começar bem o livro... E, aqui, no caso, o “livro” é sobre o Espiritismo.

O Espiritismo é um campo fecundo e infindo para se discorrer, porque a sua essência é profundamente identificada na vida pulsante em todos e em tudo o que nos cerca. Todavia, temo que o assunto espírita esteja se fossilizando em muita polêmica e oratória estéril em seu mesmo seio. Que as vidas sucessivas são fatos incontestes para todos nós, obreiros da hora que passa, é ponto comum. Mas e daí?! Que fazer disso?!...

O ser humano possui uma tendência inadequada de usar tudo de que se apodera intelectualmente para criar, a partir disso, um palco de controvérsias monumental que, se de um lado favorece o crescimento e as descobertas em sincronia com o avanço da evolução, de outro, todavia, em se levada ao extremo, produz estagnação e não realiza benefício nenhum. É constatação que se evidencia em qualquer área do pensamento. Os "achismos", e as rivalidades conseqüentes das vaidades se sobrepondo à praticidade das revelações importantes que deveriam ser investigadas com base na liberdade científica, proporcionadora do alcance de conclusões a partir das vivências aliadas ao suporte imprescindível da lógica. Nada obstante, a solução contra isso seria a parceria do espírito científico com um tipo de mentalidade despojada de idéias preconcebidas e de dogmas – e não é o que se observa.

O centenário da Codificação celebrou o presente impagável oferecido pela Espiritualidade aos que se vêem mergulhados nos embates da vida corpórea a qualquer tempo. Mas, preciso que se diga, era impossível até mesmo àquela obra monumental abordar todo o universo infinito de nuances a este assunto vinculado – simplesmente porque a vida não é estagnada. Como um colossal caleidoscópio, surge renovada a cada momento, porque é processo ininterrupto de criação, e não ponto final. Todavia, há os que se demorem indefinidamente analisando trabalhos de teor espírita atuais, cujo conteúdo a lógica e o bom senso nos asseguram lídimo e irrefutável, prendendo-se à polêmica improfícua acerca de informações novas que supostamente não “se enquadram” no que Allan Kardec "disse".

Mas, o que Allan Kardec “disse”?! Com a devida vênia dos ilustres confrades partidários deste pensamento, quem “disse”, verdadeiramente, foi a Espiritualidade assistente do Codificador! E “disse” segundo os moldes aludidos pelo mesmo Jesus há dois milênios, quando asseverava que ainda não lhe era lícito dizer tudo, e que muito mais havia a ser revelado a Apóstolos quanto à humanidade, no tempo devido do seu amadurecimento; e ao lembrar que “a palavra é viva”, e não está confinada em nenhuma forma pétrea de expressão...

O ensinamento do Mestre é claro, e remonta aos tempos atuais, em que lidamos, triunfantes, com as verdades eternas da Terceira Revelação. Assim como aos contemporâneos de Jesus não era dado ainda, naqueles tempos recuados, apreender todo o alcance do que o Espírito do nosso governador planetário já alcançava, também à época da Codificação muito ainda seria desdobrado dos pilares preciosos legados pelas cinco magníficas obras da Doutrina. E é evidente que isto caberia aos sucessores dignos do patrono de Lion. Se, portanto, é fora de questão que muito joio existe a ser desconsiderado na seara contemporânea do Espiritismo – como em qualquer outra vertente da atuação e do pensamento humano, de vez que a nossa opção de jornada longe está de ser a única, e a única válida! –, que a grande família kardecista não perca de vista que a magnitude do trabalho a ser realizado em prol do avanço evolutivo terreno não deve se prender jamais a um sem fim de discussões sem proveito, mas à questão da transformação íntima segundo a nova compreensão da vida que progride com as incontáveis descobertas de cada dia; e que estas novas descobertas, sem erro, nos surgirão também com a colaboração de cada personalidade de valor na divulgação da Boa Nova na hora que passa, sujeitas a serem confundidas com o joio por conta destes excessos de rigorismo da parte de uma ortodoxia indesejável nos cenários espíritas brasileiros.
 
É este, portanto, o pequeno recado deste primeiro artigo: evitemos incorrer numa versão moderna de farisaísmo inquisitorial a fim de evitarmos os erros clamorosos do passado contra os objetivos luminosos da evolução para este mundo, porque o significado maior do Espiritismo é a Vida. Vida que não se repete num mesmo contexto e que, embora repousando sobre os pilares das Leis maiores regentes do Universo, requer mentes abertas e dotadas de destemor e desapego, a fim de nos anunciar progressivamente, à ainda acentuada pequenez interior, a grandiosidade infinita de todas as suas maravilhas. 
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita