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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 73 - 14 de Setembro de 2008

RENATO COSTA
rsncosta@terra.com.br

Rio de Janeiro, RJ (Brasil)

Bezerra de Menezes e o
ideal do Boddishatva

 
O Budismo Mahayana possui um conceito que interessa muito a nós, espíritas, pela semelhança que tem com o que a Doutrina nos ensina.


Para o Budismo Mahayana, a roda dos renascimentos se encerra quando o ser atinge a iluminação, o nirvana. Para essa nobre religião, um Boddishatva é um ser que alcançou a iluminação, mas, movido por imensa compaixão, continua renascendo na Terra para ajudar aqueles que ficaram para trás. Assim, tornar-se um Boddishatva é o ideal mais alto de qualquer seguidor dessa milenar tradição religiosa.

Para a Doutrina Espírita, nascemos simples e ignorantes e iremos todos atingir a perfeição, evoluindo em sabedoria e bondade até o grau máximo que nos é possível enquanto criaturas, através de sucessivas reencarnações.

Alguns irmãos e irmãs que já ouviram repetidas vezes a verdade acima descrita ainda ignoram que é impossível a qualquer um de nós evoluir só, isoladamente. O que é, afinal, a evolução em bondade senão o aumento gradativo do nosso amor pelo próximo, independente de quem ele seja? A meta da evolução em bondade é o amor incondicional, o amor “ágape”, aquele mesmo amor que, posto em prática, é conhecido como caridade, no sentido mais amplo e puro da palavra.

Sabemos, pela memorável mediunidade de Chico Xavier, que, um dia, Celina, enviada de Maria, viera trazer a Bezerra de Menezes, já desencarnado e trabalhando, como sempre, em prol dos necessitados, a notícia de que ele havia sido designado para uma tarefa mais nobre em uma esfera mais alta. Emocionado e agradecido, o médico dos pobres teria, então, pedido a Celina que levasse a Maria a sua humilde súplica para que ele pudesse continuar junto aos seus irmãos terrestres que lhe eram tão agradecidos, no que teria sido atendido.

Ora, o que Bezerra de Menezes fez foi o que se poderia esperar de um Espírito em seu grau de evolução. Na cosmologia budista ele agiu como um Boddishatva. Seu coração, tomado do mais puro amor incondicional pela humanidade, não poderia escolher ir em frente como o melhor caminho a tomar, esquecendo-se dos que ficaram para trás. Por outro lado, é certo que Maria esperava dele o pedido que fez. Afinal, nem ela nem o próprio Mestre Jesus até hoje se afastaram de nós, não é mesmo? Por que o haveriam de fazer aqueles que os seguem?

Não se deve pensar que os nobres Espíritos que nos orientam e protegem, desde o mais elevado deles, nosso Mestre Jesus, até os seus mais humildes servidores, estão fazendo um sacrifício por nós. Não, eles não estão. Eles estão agindo de acordo com seus instintos, pois eles não avaliam mais se o que fazem é voltado ou não para o bem. Fazer o bem é algo tão natural para eles como respirar é para nós, um ato involuntário, um estágio natural na evolução da bondade já por eles alcançado e do qual eles jamais irão retroceder.

Que o exemplo de Bezerra de Menezes, Joanna de Ângelis, Emmanuel e todos esses Espíritos luminares que nos guiam e protegem, sob a inspiração e a liderança maior de nosso amado Mestre Jesus, nos sirvam de exemplo para quando, na pequena escala que nos é possível atuar, ensaiemos nossos tímidos passos na prática da caridade cristã.

Não nos orgulhemos nem nos vangloriemos de quantas pessoas julgarmos ter ajudado, de quantas coisas acreditarmos nos ter privado para tal ou de quão bem nos houvermos portado em tais ocasiões. Quando ensaiamos esses primeiros e tímidos passos na prática da caridade cristã é normal que nosso coração orgulhoso queira cantar louvores a nós mesmos. No entanto, nossa razão, educada pelo estudo da Doutrina, tem o dever de mandar o coração silenciar, tem a obrigação de lhe dizer que o que fizemos não foi em benefício dos outros, mas, antes, em favor de nós próprios. Aprende-se a amar, amando e a ação no bem, em benefício dos necessitados do corpo e da alma, é a única forma de exercitamos em nós o verdadeiro amor.

Como, em nossos esforços no caminho da caridade cristã ocorrerão obstáculos de toda natureza, é bom termos em mente a orientação de Joanna de Ângelis, no início da mensagem intitulada “Teu Recomeço”, que pode ser lida na íntegra no poético e inspirado opúsculo “Filho de Deus”, pela abençoada mediunidade de Divaldo Franco:

"A cada momento podes recomeçar uma tarefa edificante que ficou interrompida. Nunca é tarde para fazê-lo; todavia, é muito danoso não lhe dar prosseguimento.

Parar uma atividade por motivos superiores às forças é fenômeno natural. Deixá-la ao abandono é falência moral."

Pratiquemos a caridade cristã com o melhor que existe dentro de nós. Muitos serão os tropeços no caminho, mas que nenhum deles nos impeça de prosseguir na marcha.  Estejamos confiantes de que um dia, no perder dos milênios que se abrem à nossa frente, seremos nós a pedir, emocionados, a Maria, permissão para ficar e a ouvir da amorável mãe de Jesus um terno e esperado “Sim”.


Bibliografia:

GAMA, Ramiro. Lindos Casos de Bezerra de Menezes. Rio de Janeiro: LAKE, 1995.

SMITH, Huston. The World’s Religions. New York: Harper Collins, 1991.
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita