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Brasil
Ano 2 - N° 73 - 14 de Setembro de 2008

CLAUDIA ROJAS
claudia@oconsolador.com.br
Curitiba, Paraná (Brasil)

 

Cosme Massi coordena em Curitiba mais um seminário sobre a Revue Spirite

O 3º Seminário alusivo ao Sesquicentenário da Revista Espírita foi, como os anteriores, um grande sucesso que teve por palco
o teatro da Federação Espírita do Paraná

Realizou-se com grande êxito no dia 31 de agosto, no Teatro da Federação Espírita do Paraná, em Curitiba, o 3º Seminário sobre o Sesquicentenário da Revista Espírita, coordenado pelo estudioso Cosme Massi (fotos)

Fizeram-se presentes ao Seminário, confrades de diversas regiões do Paraná, entre os quais os presidentes das Uniões Regionais Espíritas e conselheiros da FEP que, no dia anterior, haviam participado da Reunião do Conselho Federativo Estadual. 

Escrita e publicada por Allan Kardec de 1º de janeiro de 1858 a abril de 1869, a Revista Espírita foi reunida em doze volumes, um por ano, reunindo 136 fascículos mensais. Apesar da riqueza de conteúdo, fundamental para quem deseje efetivamente conhecer o Espiritismo, a obra ainda é pouco estudada pelos espíritas, razão pela qual Cosme Massi vem dedicando a maior parte dos seminários que coordena neste ano por todo o Brasil para sua divulgação. 

O próprio Codificador, em O Livro dos Médiuns, capítulo III, Do Método, aconselhou seu estudo, na seguinte ordem: 1º O que é o Espiritismo; 2º O Livro dos Espíritos; 3º O Livro dos Médiuns, e, 4º A Revue Spirite, a qual descreveu como sendo variada “coletânea de fatos, de explicações teóricas e de trechos isolados, que completam o que se encontra nas duas obras precedentes, formando-lhes, de certo modo, a aplicação. Sua  leitura  pode

fazer-se simultaneamente com a daquelas obras, porém, mais proveitosa será, e sobretudo, mais inteligível, se for feita depois de O Livro dos Espíritos.” 

Dando seqüência aos seminários anteriormente realizados, foram enfocados desta feita dois artigos da Revista Espírita: “Primeira Carta Ao Padre Marouzeau” (julho de 1863) e “O Que Ensina O Espiritismo” (agosto de 1865).

Carta ao Padre Marouzeau 

Ao discorrer sobre o texto “Primeira Carta Ao Padre Marouzeau”, Cosme Massi destaca o bom senso e equilíbrio do insigne Codificador, revelados já nas suas primeiras linhas. Tendo o Padre Marouzeau afirmado em sua brochura contra o Espiritismo que a mesma enterraria vivos os espíritas, Kardec aguardou o transcurso de dois anos para responder, a fim de possibilitar que se demonstrasse nesse interregno de tempo o que o Padre previra. 

Porém, transcorrido o período, o Espiritismo mostrava-se mais vivaz que antes e apesar das ofensivas e ameaças, durante os ataques o Espiritismo mais cresceu, como se esses ataques, ao invés de denegrir, acabassem por polir a Doutrina Espírita, conferindo-lhe maior brilho. Nas palavras de Allan Kardec: “o medo pode deter momentaneamente, mas é um laço frágil, que se parte no primeiro momento; os únicos laços sólidos são os do coração, cimentados pela convicção. Ora, a convicção não se impõe pela força.” 

Cosme Massi ponderou que à medida que se aprende a refletir o conhecimento toma lugar e as pessoas vão perdendo o medo, porque o medo é fruto da ignorância. Assim, o compromisso de Kardec era com o ensino e não ficar polemizando questões estéreis. 

A tática de atacar o Espiritismo de fora para dentro não deu certo, o que foi percebido pelas trevas, que passaram então a fazer como a ferrugem que corrói por dentro, levando pessoas com propostas estapafúrdias tentar dominá-la, esconder a verdade colocando em seu lugar uma pretensa verdade, que esconde o diamante e realça a bijuteria. Foi o que aconteceu com o Cristianismo. 

A verdade, se for realmente verdade, resistirá sempre. Quando Kardec trata das questões levantadas por alguém não é para convencer ninguém. Isso é orgulho nosso, a convicção não se impõe, seria desrespeito ao livre-arbítrio, o que nenhum espírita lúcido pode fazer – mas para esclarecer os espíritas, o argumento contrário é que dá solidez à verdade, quando não se é convencido de uma idéia, não se vive conforme ela, vive como qualquer materialista. 

Recorda ainda Cosme Massi que Allan Kardec fez questão de esclarecer que o que se refuta são os princípios, não o homem, enquanto que atualmente, muitas vezes, para mostrar a racionalidade da tese tenta destacar-se o homem, ou para combater a tese se ofende a pessoa. Combater um princípio atacando pessoas é muito frágil, pois os princípios ficam, os indivíduos desaparecem. A transformação moral que a Doutrina Espírita opera é o que lhe confere valor infinito, e, passados 150 anos, ainda não se viu crítico sério que tivesse bem fundamentado e refutado com lógica o que o Espiritismo ofereceu. 

Cosme Massi encerra a primeira parte do seminário conclamando os espíritas a impedir que esse diamante desapareça porque o expediente da ferrugem é insidioso, entra sem que se perceba e essa é a atual tática das sombras, deturpando por dentro o pensamento kardequiano. Esse o maior perigo, com deturpações, invenções, propostas superficiais, mágicas, ritualistas. Solução para os espíritas é o combate aos nossos vícios e não mecanismos fáceis que só tapeiam. Ressalta a importância de manter os trabalhos de Allan Kardec, na íntegra e em francês, tal como preservado pela Federação Espírita do Paraná, a qual disponibiliza em sua página eletrônica a imagem da Revista Espírita, em seu original, fotografada, para que não paire qualquer dúvida mesmo com traduções que podem deturpá-la, para preservação da solidez da Doutrina Espírita. 

O que o Espiritismo ensina 

Na segunda parte do seminário, Cosme Massi analisa o artigo publicado na Revista Espírita de agosto de 1865, intitulado “O que ensina o Espiritismo”. 

Nessa matéria Kardec discorre sobre duas críticas recebidas: que o Espiritismo não apresentava nada novo, feita por indivíduos que não o conheciam, e, dos adeptos, que o Espiritismo era muito lento. 

Embora a verdade seja a mesma, às vezes precisa ser repetida de diferentes formas. Exatamente por ser verdade, apareceu em todas as épocas, logo, tal argumento passa a ser um argumento favorável e não o contrário. 

“Nada há de novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1:9), porém, o Espiritismo se destaca por reunir idéias esparsas e construir um sistema científico. 

O expositor compara a idéia em germe com o pégaso, criatura mitológica que possuía asas de pássaro e corpo de cavalo. Estes, isolados, não constituem novidades, porém, não se havia falado em pégaso antes, uma figura que reunisse a uma só vez tais elementos. 

Antes esses fatos não se reuniram de forma a construir um sistema científico como feito por Allan Kardec e visto em 1857. Portanto, a Doutrina Espírita apresentou, sim, algo novo. 

Adverte, porém, Kardec que, antes de procurar coisas novas tem-se que fazer aplicação daquilo que se sabe. Passados 150 anos pouco se contribuiu, pouco se avançou. As novas idéias precisam de um tempo de maturação. Antes de adotar qualquer novidade, há que ler de novo Allan Kardec para daí extrair o que ainda não se conseguiu. 

Quer-se novidades, revolucionar, mas não há como alcançá-las sem avançar moralmente. Como bem exemplificou Cosme Massi, um Espírito que queira revolucionar a matemática não o fará por quem nem sequer sabe matemática. Espíritos auxiliam no desenvolvimento, mas segundo a lei de afinidade, daí a responsabilidade do médium em estudar para facilitar a comunicação com os Espíritos. 

Contribuições advindas do Espiritismo 

O essencial é a vivência. Em termos de essencial não é necessário nada novo. Apesar disso, a Doutrina Espírita trouxe contribuições novas: 

1. O Espiritismo trouxe a prova patente da existência e imortalidade da alma. Enquanto nos comportarmos como materialistas é mostra que não temos ainda certeza quanto à imortalidade da alma. 

2. Pela firme crença que desenvolve, exerce uma ação poderosa sobre o moral do homem; leva-o ao bem, consola-o nas aflições, dá-lhe força e coragem nas provações da vida e o desvia do pensamento do suicídio. 

3. Descobre-nos a vida futura e no-la mostra racional e conforme a justiça de Deus. 

4. Dá a conhecer o que se passa no momento da morte; este fenômeno, até hoje insondável, não mais tem mistérios; as menores particularidades dessa passagem tão temida são hoje conhecidas; como todo o mundo morre, tal conhecimento interessa a todo o mundo.  

5. Pela lei da pluralidade das existências. Lança a luz sobre as questões mais árduas da metafísica, da psicologia e da moral. É a melhor justificativa para a ética. 

6. Pela teoria dos fluidos perispirituais, dá a conhecer o mecanismo das sensações e das percepções da alma; explica os fenômenos da dupla vista, da visão à distância, do sonambulismo, do êxtase, dos sonhos, das visões, das aparições, etc.; abre um novo campo à fisiologia e à patologia. 

7. Provando as relações existentes entre os mundos corporal e espiritual, mostra neste último uma das forças ativas da natureza, um poder inteligente e dá a razão de uma porção de efeitos atribuídos a causas sobrenaturais, e que alimentaram a maioria das idéias supersticiosas. 

8. Revelando o fato das obsessões, faz conhecer a causa, até aqui desconhecida, de numerosas afecções, sobre as quais a ciência se havia equivocado, em detrimento dos doentes, e dá os meios de os curar. 

9. Dando-nos a conhecer as verdadeiras condições da prece e seu modo de ação. Embora Deus seja onipotente, deu-nos o livre-arbítrio, depende de nós querermos que os Espíritos bons nos auxiliem, pois estes não violentam nosso livre-arbítrio. Por isso oração não pode ser prática ritual, tem de ser a permissão, pedido de ajuda fundamental. Deus sabe o que precisamos mas respeita nossa vontade. 

10. Dando a conhecer a magnetização espiritual, que era desconhecida, abre ao magnetismo uma nova via e lhe traz um novo e poderoso elemento de cura.

Relembrou Cosme Massi a reflexão de Kardec, para que saibamos “soletrar o nosso alfabeto antes de querer ler correntemente no grande livro da natureza. Deus saberá bem no-lo abrir, à medida que avançarmos, mas não depende de nenhum mortal forçar sua vontade, antecipando o tempo para cada coisa. Se a árvore da ciência é muito alta para que possamos atingi-la, esperemos para voar sobre ela que as nossas asas estejam crescidas e solidamente pregadas, para não ter a sorte de Ícaro”.  

Em seguida, o expositor leu a questão nº 643 de O Livro dos Espíritos, encerrando o seminário: 

643. Haverá quem, pela sua posição, não tenha possibilidade de fazer o bem?

“Não há quem não possa fazer o bem. Somente o egoísta nunca encontra ensejo de o praticar. Basta que se esteja em relações com outros homens para que se tenha ocasião de fazer o bem, e não há dia da existência que não ofereça, a quem não se ache cego pelo egoísmo, oportunidade de praticá-lo. Porque, fazer o bem não consiste, para o homem, apenas em ser caridoso, mas em ser útil, na medida do possível, todas as vezes que o seu concurso venha a ser necessário.” 

À leitura seguiram-se os aplausos demorados do público que, em pé, demonstrava o agradecimento que lhes perpassava o íntimo, à Doutrina Espírita pela lucidez e conhecimento que possibilita; a Cosme Massi pela dedicação extremada no estudo e divulgação dos textos Kardequianos, de forma tão contagiante transmitida; à FEP por oportunizar tão rico estudo e disponibilizar em seu site (www.feparana.com.br), na Biblioteca Espírita Virtual, a Revue Spirite em seu original. O material multimídia utilizado por Cosme Massi em todos os seminários também lá pode ser encontrado, no tópico Estudo da Doutrina Espírita, material multimídia. 

Todos despediram-se na expectativa de um próximo encontro, já agendado para o dia 26 de outubro, durante o 4º Seminário sobre o Sesquicentenário da Revista Espírita, no Teatro da Federação Espírita do Paraná.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita