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Correio Mediúnico
Ano 2 - N° 72 - 7 de Setembro de 2008
 

O ensinamento vivo

Neio Lúcio

 
Em observando qualquer edificação ou serviço, Maria Cármen não faltava à crítica.

Ante um vestido das amigas, exclamava sem-cerimônia:

— O conjunto é tolerável, mas as particula­ridades deixam muito a desejar. A gola foi extremamente malfeita e as mangas estão defei­tuosas.

Perante um móvel qualquer, rematava as observações irônicas com a frase:

— Não poderiam fazer coisa melhor?

E, à frente de qualquer obra de arte, encon­trava traços e ângulos para condenar.

A Mãezinha, preocupada, estudou recursos de dar-lhe proveitoso ensinamento.

Foi assim que, certa manhã, convidou a filha a visitar, em sua companhia, a construção de um edifício de vastas linhas. A jovem, que não podia adivinhar-lhe o plano, seguiu-a, surpreendida.

Percorreram algumas ruas e pararam diante do arranha-céu a levantar-se.

A senhora pediu a colaboração do enge­nheiro-chefe e passou a mostrar à filha os vários departamentos. Enquanto muitos servidores abriam acomodações para os alicerces, no chão duro, manobrando picaretas, veículos pesados transportavam terra daqui para ali, com rapidez e segurança. Pedreiros começavam a erguer pa­redes, suarentos e ágeis, sob a atenciosa vigilân­cia dos técnicos que orientavam os trabalhos. Caminhões e carroças traziam material de mais longe. Carregadores corriam na execução do dever.

O diretor das obras, convidado pela matrona a pronunciar-se sobre a edificação, esclareceu, gentil:

— Seremos obrigados a inverter volumoso capital para resgatar as despesas. Requisitare­mos, ainda, a colaboração de centenas de traba­lhadores especializados. Carpinteiros, estucado­res, vidraceiros, pintores, bombeiros e eletricis­tas virão completar-nos o serviço. Qualquer cons­trução reclama toda uma falange de servos de­dicados.

A menina, revelando-se impressionada, respondeu:

—  Quanta gente a pensar, a cooperar e servir!...

— Sim — considerou o chefe, sorrindo expressivamente —, edificar é sempre muito difícil.

Logo após, mãe e filha apresentaram as despedidas, encaminhando-se, agora, para velho bairro.

Vararam algumas travessas e praças menos agradáveis e chegaram à frente de antiga casa em demolição. Viam-se-lhe as linhas nobres, no estilo colonial, através das alas que ainda se achavam de pé. Um homem, apenas, ali se en­contrava, usando martelo de tamanho gigan­tesco, abatendo alvenaria e madeirame. Ante a queda das paredes a ruírem com estrondo, de minuto a minuto, a jovem observou:

— Como é terrível arruinar, deste modo, o esforço de tantos!

A Mãezinha serena interveio, então, e falou, conselheiramente:

— Chegamos, filha, ao fim do ensinamento vivo que buscamos. Toda a realização útil na Terra exige a paciência e o suor, o trabalho e o sacrifício de muita gente. Edificar é muito difícil. Mas destruir e eliminar é sempre muito fácil. Bastará uma pessoa de martelo à mão para prejudicar a obra de milhares. A crítica destru­tiva é um martelo que usamos criminosamente, ante o respeitável esforço alheio. Compreendeu?

A jovem fez um sinal afirmativo com a cabeça e, daí em diante, procurou ajudar a todos ao invés de macular, desencorajar e ferir.


 

Página psicografada por Francisco Cândido Xavier, constante do cap. 19 do livro Alvorada Cristã, de Neio Lúcio, publicado pela Federação Espírita Brasileira.
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita