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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 69 - 17 de Agosto de 2008

LEONARDO MACHADO
leo@leonardomachado.com.br e www.leonardomachado.com.br
Recife, Pernambuco (Brasil)
 

Dividindo o tempo e a energia

“Que é feito do vosso santo entusiasmo?” (1)

 
Certamente, se se pudesse usar uma palavra para caracterizar o período da mocidade, energia cairia bem. Isto porque, neste período, “a alma, novamente ligada a um corpo cujos elementos são novos e fortes, se sente capaz de empreender vasta carreira e se promete a si mesma grandes esperanças”. (2)

Neste contexto, é comum a juventude se deixar invadir por um sentimento de “eu vou mudar o mundo”. Quem, em já sendo jovem um dia, nunca se deixou sonhar com grandes feitos em nome desta mudança? Particularmente, lembro-me bem dos meus treze, ou quatorze, anos. Com a minha velha guitarra, compunha baladas com esta finalidade. E sonhava... sonhava...

Do sonho, porém, a vida chama à realidade. E, quase que invariavelmente, os indivíduos deixam, com o passar dos anos, este entusiasmo juvenil esvaecer. E, daquele muito sonhado outrora, quase que não fazem nada no agora.

Importa, portanto, nunca deixar que esta força interior do começo se acabe por inteiro; que as obrigações do mundo jamais consigam engessar esta energia; e que as decepções da vida não direcionem o olhar para a tenebrosa senda do pessimismo.

Por outro lado, no entanto, muitas vezes, enquanto jovem, é comum observar a dificuldade em se medir esta empolgação. E, assim, rotineiramente, vê-se o moço indo daqui para ali, de uma para outra atividade, de começo para um novo recomeçar, sem se fixar em um lugar, ou em uma tarefa, dificultando, assim, a capacidade de desempenhar suas funções com maior eficácia.

É comum, portanto, colegas se queixarem para mim desta dificuldade em conseguir dosar a medida certa para se ter mais equilíbrio – “Ah! Ora, eu estou na faculdade a todo vapor nos estudos e aí vêm os problemas, relaxo no curso e procuro um trabalho na igreja, ou extra, mas depois melhoro e fico neste vai-e-vem” – dizem.

Natural, desse modo, é que, ao lado desta energia criadora, coloque-se outro elemento contra-balanceador: a disciplina. Esta tem a capacidade de equilibrar a balança de nossas vidas. E, ao contrário do que se pode pensar, ela não é o oposto do entusiasmo, mas, na verdade, a grande conselheira dele, que o santifica e o ilumina.

Já dizia com sabedoria, neste ínterim, o Dalai-Lama: “a disciplina é um supremo ornamento e, seja usada pelos velhos ou pelos moços, faz nascer apenas felicidade”. (3)

Sendo assim, é importante se lembrar do questionamento de Paulo aos cristãos da cidade da Galícia – “que é feito do vosso santo entusiasmo?” –, pois, naquela época, eles começavam a se deixar desempolgar pela mensagem do Cristo trazida, anteriormente, pelo apóstolo.

Dessa forma, colega de juventude, nunca deixes o teu entusiasmo esvaecer com o passar dos anos e com o suceder das decepções, ainda naturais neste mundo. Entretanto, santifica-o hoje com o benéfico auxílio da disciplina, dividindo, assim, teu tempo e energia, para que, mesmo não conseguindo fazer tudo o que sonhavas, possas, ao menos, realizar um pouco na construção da felicidade em ti e no mundo.


Fontes:

(1) Epístola de Paulo aos Gálatas, 4: 15.

(2) Denis, Léon. O grande enigma, 10ª. ed. Rio de Janeiro: FEB, parte III, capt. XV, p.200.

(3) Sua Santidade, o Dalai-Lama. Palavras de sabedoria. Rio de Janeiro: Sextante, 2001, p.32.

 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita