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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 69 - 17 de Agosto de 2008

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniamva@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 
 

Sobre a razão cordial


Bem lembrado que ninguém vive sozinho: toda vida humana reclama outras, que a seguem, que a fortificam. Ninguém vive só, ninguém age só. E talvez por isso mais e mais se conclua que o individualismo seja um defeito que deva ser superado por outra forma de convívio social: a que buscará a promoção de toda a vida em respeito aos ciclos da natureza e ao sentido de justiça, tal como está expressa na Carta da Terra

A Carta da Terra, assumida pela UNESCO em 2000, é um documento que propõe uma aliança de cuidado universal entre todos humanos e para com a Terra. Uma proposta que renuncia ao peso dos egoísmos e solicita de governos e de povos a coragem cotidiana de cada um, a vigilância de cada um para fazer o resgate da razão sensível e cordial no lugar da razão instrumental, que orientou uma economia produtora de desigualdades sociais vergonhosas e de depleção dos recursos naturais, ignorando o fato da interdependência entre o ser humano e os ecossistemas. 

A Carta da Terra elucida um paradigma de inclusão e articulação, cujo objetivo, embasado no novo modo sustentável de ser, está implicado com as nossas urgentes indagações sobre hospitalidade, convivência, tolerância e comensalidade. 

Haverá uma Terra multicivilizacional? Respeitadas as incontáveis diferenças, é possível um consenso de que os povos da Terra possam conviver pacificamente como irmãos e irmãs, respeitando a integridade dos ambientes, mas sem desprezar a meta principal de que sejam criadas, pelas nações da Terra, condições para que todos possam evoluir humana e espiritualmente. 

Não seria esse o desejo do Cristo? 

O desejo do Cristo de amor e fraternidade é exigente da substituição da sociedade industrial impessoal das massas, que torna os destinos biográficos das pessoas comuns insignificantes. Esta sociedade, infelizmente, é marcada pela forma de viver competitiva e estandardizada – basta observar os meios de comunicação massivos e recordar os incentivos ao consumo. Aqui, a competição corrói a cooperação, pois vige a lei do mais forte, segundo as regras do mercado.  

Além disso, livrar-se da posição de poder-dominação sobre a Terra leva-nos a reconhecer a necessidade da cultura do respeito de uns para com os outros e para com a Terra, morada comum. Esse reconhecimento nos solicita a prática da tolerância para com as diferenças e o exercício da compaixão pelos que sofrem, ajudando-os da maneira que nos for possível.  

A razão cordial. Quanto mais amamos a nós mesmos, mas temos necessidade dos outros. Conviver acende esperanças diante da fragilidade do mundo, mas também de suas belezas e possibilidades de avanço. O caminho? Juntos.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita