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Ano 2 - N° 69 - 17 de Agosto de 2008

WASHINGTON L. N. FERNANDES
washingtonfernandes@terra.com.br
São Paulo - SP (Brasil)

A psicografia do médium Divaldo Franco e suas possíveis explicações 
 

Dedicaremos alguns artigos para nos ocupar da psicografia do médium Divaldo Franco, enfocando vários de seus aspectos e especificidades. Este é o primeiro de uma série que terá continuidade nesta mesma revista.

Considerando que Divaldo – do interior da Bahia, que nem o ginásio cursou, e que, desde 1964, quando publicou o primeiro livro, até 2007 –, nessas décadas de publicações psicográficas, produziu e publicou mais de duzentas obras, com mais de 8 milhões de exemplares vendidos, dos quais houve mais de noventa traduções, para 17 idiomas, e onde existe referência de cerca de duzentos e sessenta Espíritos comunicantes,  tal  realidade  faz com que

ele se constitua num verdadeiro fenômeno editorial. Todos esses fatores merecem ser estudados para melhor se compreender o que ocorre neste caso. É certo que este tipo de ocorrência (a psicografia, isto é, a autoria de livros atribuída aos Espíritos) não é nenhuma novidade, porque casos semelhantes há muitos anos têm ocorrido no Brasil e em todo o mundo, desde meados do século XIX.

Em primeiro lugar é pertinente conhecermos as explicações que se apresentam para este fenômeno e façamos uma análise de cada uma delas para se tentar chegar a um julgamento.  

Possíveis explicações para o fenômeno da psicografia: o
plágio, a fraude, o pasticho e o animismo
 

Cumpre analisar o fenômeno da psicografia em si mesmo, pois proliferam em todo o mundo textos e livros que são atribuídos aos Espíritos, desde 1857. Naturalmente, diante do fenômeno psicográfico, hipóteses se levantam para explicar tal fato. Desde 1948 Divaldo tem psicografado mensagens mediúnicas de Espíritos que tiveram vivências carnais como pessoas que se tornaram mais ou menos conhecidas. A primeira coisa que deve chamar a atenção é que Divaldo não faz a mínima questão para convencer quem quer que seja da identidade do autor da mensagem, que foi o Espírito fulano de tal, e ele jamais se preocupou em querer demonstrá-lo para ninguém, pois ele não tem nenhum interesse em que acreditem na sua psicografia. Para que então ele faria isto? O que ele teria a ganhar? Para que simular ou imitar a redação, o estilo de um autor? O que o levaria a agir assim?

Isso é muitíssimo importante a destacar porque é difícil tentar explicar algo para quem nada tem a ganhar com a situação e é totalmente desinteressado...

Vejamos as explicações que em geral são utilizadas, as mais comuns, e que tentam explicar o fenômeno da psicografia.

As quatro explicações mais freqüentes para justificar este fato são: o plágio (que é a imitação implícita ou explícita de uma obra intelectual); o pasticho (que é a imitação declarada de uma obra para fundamentar os próprios escritos ou somente por uma simples brincadeira; em ambos estes casos se tratam de coisas breves, frases ou mesmo curtas mensagens, mas jamais de livros inteiros); a fraude (quando o médium se utiliza de farsa ou enganação) e o animismo (quando a psicografia resultaria da atuação do inconsciente ou do subconsciente do próprio médium, ou seja, decorrente de explicações psicanalíticas, ou da telepatia, em que o médium captaria o inconsciente ou subconsciente de outras pessoas, da criptomnésia e da consciência subliminal.

Para defender qualquer uma dessas explicações não é necessário muito conhecimento literário ou psicológico e, por isso, em geral, são as explicações mais utilizadas e muito facilmente aceitas.  

Não é nada fácil conseguir imitar o estilo de
centenas de Espíritos
 

Nestas hipóteses, ou o médium tiraria de sua própria mente lembranças de conhecimentos adquiridos no passado, necessitando portanto que ele algum dia tenha tido contato com a vida e a obra do Espírito quando este estivesse encarnado; ou Divaldo teria que possuir conhecimentos ou conteúdo psíquico para demonstrar as características literárias destes Espíritos.

Em outras palavras, quem rejeitar a possibilidade da psicografia (que é a mente dos Espíritos que transmite aos médiuns os livros e as informações), para argumentar que todo o conteúdo da mensagem provém do médium, está admitindo, no mínimo, que Divaldo é mais que extraordinário e genial, pois devemos reconhecer que não é nada fácil conseguir imitar o estilo e a linguagem de centenas de Espíritos!!!

Para afastar esta natureza de argumentos, relembremos em primeiro lugar que o médium Divaldo, do interior da Bahia, tem instrução elementar, sem ter cursado nem o ginásio, aposentou-se como escriturário e possui há sessenta anos uma agenda repleta de palestras e entrevistas, viajando mais de 220 dias por ano há várias décadas, fazendo cerca de 300 conferências anuais (incluídas as que realiza em Salvador, no Centro Espírita Caminho da Redenção, fundado por ele em 1947).

Completamente impossível e improcedente pensar que ele pudesse estudar ou pesquisar algo sobre os Espíritos que psicografa para conhecer e habilitar-se a escrever livros inteiros em diferentes estilos, características e peculiaridades literárias de vários e diferentes autores.

As outras hipóteses levantadas são que o médium imitaria, bem ou mal, conscientemente ou não, o estilo e a forma literária do Espírito, pois Divaldo teria a capacidade de captar o psiquismo de outras pessoas (telepatia) que estivessem necessariamente presentes no momento em que ele estivesse psicografando o texto, pessoas estas que tivessem o conhecimento necessário para transmitir mentalmente a Divaldo o conteúdo do livro e as informações.

Lembremos que não basta dizer que uma pessoa que esteja presente durante uma psicografia tenha tido contato com o Espírito Missivista quando encarnado, para pretender justificar e explicar a psicografia. Esta pessoa deveria, sim, conhecer a fundo a vida e a obra do Espírito, seu estilo literário, suas características etc.; esta pessoa teria mesmo que ser uma especialista nas obras do Espírito que estivesse ditando o texto, no momento em que Divaldo estivesse psicografando, para que o médium pudesse captar telepaticamente e psiquicamente o pensamento, as informações, a forma literária e as peculiaridades do Espírito.  

Freud também atribuía o fenômeno psicográfico ao
próprio médium
 

Diga-se de passagem, se isso pudesse acontecer (esta telepatia), não deixaria de ser um fato deveras extraordinário essa transferência virtual (mental, telepática) de conhecimentos, informações, estilo, o que seria superior à mais avançada cibernética humana conhecida. Seria algo realmente maravilhoso e revolucionaria a produção editorial, pois supermultiplicaria a produção de livros. Um fato sui generis como esse mereceria da mesma forma muita atenção e pesquisa. A bem dizer, nunca houve alguém na história humana que tivesse passado por esta situação e com tal capacidade telepática, com habilidade de escrever centenas de livros em diferentes estilos. Este tipo de explicação é tipicamente de negação, tentando buscar algo para justificar o fenômeno, mas sem nenhuma base fática.

E é isso o que não se passa de modo algum com relação à psicografia de Divaldo, com relação aos escritores conhecidos e aos Espíritos ditando mensagens para seus familiares, porque muitas vezes não há nenhuma dessas pessoas (especialistas na vida e obra do Espírito) presente quando Divaldo psicografa o texto (mensagem ou livro); muitas vezes não há ninguém presente nem que tenha conhecido o Espírito missivista, muito menos que seja um especialista na obra deste Espírito, como teremos oportunidade de demonstrar no próximo artigo.

Com relação à teoria anímica da Psicanálise, o médico e psiquiatra austríaco Sigmund Freud (1856-1939) também atribuía o fenômeno psicográfico ao próprio médium, porque Freud só teve oportunidade de conhecer médiuns não capacitados a psicografar. Infelizmente Freud não tomou conhecimento do trabalho de médiuns sérios que podiam receber realmente mensagens dos Espíritos e que podiam compor livros; os argumentos anímicos que Freud utilizou, pretendo atribuir sempre a psicografia ao próprio médium, revelam que ele não teve oportunidade de conhecer e estudar a psicografia. Suas hipóteses anímicas, portanto, não podem ter aplicação.

Comentamos que Divaldo tem intenso trabalho na área social desde 1947, voltado à prática da beneficência de doentes, crianças e jovens carentes, atendendo atualmente três mil e quinhentos deles diariamente, de modo totalmente gratuito. Além do que, repetimos, ele tem uma imensa agenda de palestras, entrevistas e homenagens que sempre tomaram integralmente seu tempo, mental e materialmente.

Fica evidenciado, pois, o absoluto desinteresse de Divaldo para querer provar que seus livros psicografados procedam dos Espíritos que os ditam e assinam, já que todos os direitos autorais de suas obras são doados integralmente, ficando totalmente descartadas essas alternativas de plágio, fraude, pasticho e animismo, pois elas não têm o mínimo enquadramento e cabimento.

Outro fator muito importante é que nos livros e mensagens que foram psicografados pelo médium Divaldo Franco existem peculiaridades e características próprias dos seres que os ditaram (que, como dissemos, veremos em futuros artigos), o que vale como mais um reforço à tese da imortalidade da alma. 

Escrita provinda de inteligência extrafísica 

A explicação que se apresenta como mais plausível para o fenômeno psicográfico é que as mensagens realmente provenham de consciências que sobreviveram à morte, ou seja, que provenham dos Espíritos, ou qualquer outro nome que se dê a eles, conforme o contexto cultural e religioso do lugar.

Interessante que esta hipótese da sobrevivência da alma, ou da personalidade após a morte, tem sido constatada por vários cientistas, psicólogos e médicos psiquiatras dos EUA e também da Europa. A esta conclusão eles chegam independentemente de discussões religiosas, ou do estudo da discussão do tema da psicografia em si mesma. Estes cientistas apenas apresentam a conclusão das pesquisas científicas que desenvolvem e realizam.

A hipótese imortalista gradativamente está sendo constatada pela ciência, e ela pode explicar perfeitamente todos os fatos que intrigam qualquer pessoa que deles se ocupe, fatos estes que a Doutrina Espírita antecipou e explicou como se processam, desde 1857.

No próximo artigo traremos um impressionante acontecimento que ocorreu há alguns anos com o médium Divaldo Franco e que envolveu um reconhecido jornalista e político do sul do país, para o qual não há nenhuma possibilidade de ser aplicada alguma das hipóteses animistas, que comentamos acima, para tentar explicar a psicografia.

Este jornalista político prestou um depoimento em público, perante três mil pessoas, depoimento este que se encontra gravado em DVD, para quem quiser assistir.

Em futuros artigos, faremos uma rigorosa e muito interessante análise literária e estilística de alguns dos Autores Espirituais que ditaram livros e mensagens através do médium Divaldo, oferecendo subsídios para que cada um chegue ao seu veredicto.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita