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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 68 - 10 de Agosto de 2008

WASHINGTON L. N. FERNANDES
washingtonfernandes@terra.com.br
São Paulo - SP (Brasil)


Gilberto Freyre escreveu sobre manifestações dos Espíritos

 
Gilberto de Melo Freyre (1900-1987), nascido em Recife/PE, é um dos mais destacados escritores, sociólogos e antropólogos brasileiros, reconhecido internacionalmente. Estudou nos EUA, morou em vários países da Europa e lecionou em várias Universidades americanas e da Alemanha. Foi reconhecido por instituições americanas, parisienses e belgas; recebeu prêmios na Inglaterra, Escócia, Espanha, França, Alemanha e Holanda. Realizou conferências em Londres, Coimbra, Lisboa, Porto, várias cidades dos EUA, em Roma, na Índia, na Nigéria/África e San Marcos, no Peru. Além de receber o reconhecimento da ONU, teve livros traduzidos para o inglês, francês, espanhol, japonês, italiano, alemão, sueco, norueguês e iugoslavo, chegando a ser indicado, em 1947, ao Nobel de Literatura. No Brasil foi distinguido por Universidades em Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. Sua biblioteca tinha cerca de 20 mil volumes. Em 1933 publicou seu principal livro, Casa Grande e Senzala, que foi a primeira parte de uma obra que se chamaria Introdução à História da Sociedade Patriarcal no Brasil; as outras partes foram Sobrados e Mocambos, de 1936, e Ordem e Progresso, 1959.
 

A ADMIRAÇÃO DOS AMIGOS E O INTERESSE PELO SOBRENATURAL

Admirado por outros grandes escritores brasileiros, que assim se referiram: Desde moço sou absolutamente fascinado pela prosa de Gilberto Freyre – João Cabral de Mello Neto (1920-1999); A essência dos livros de Gilberto Freyre é serem saborosos – Monteiro Lobato (1882-1948); Gilberto Freyre, homem de espírito e ciência. Sistematizador, descobridor, grande crítico e artista. – João Guimarães Rosa (1908-1967); Recria ante nossos olhos um tempo, um ambiente, uma sociedade, usando amplamente os seus poderes de artista e como artista nos interessando e apaixonando – Rachel de Queiroz (1910-2003).

Escreveu cerca de 80 livros e o que poucos comentam é que este grande pensador pernambucano escreveu também sobre fenômenos paranormais. Em 1951, escreveu Assombrações do Recife Velho, que foi relançado pela Top Books Universidade Editora, Recife/PE, em 2000. A obra registra crônicas locais, e nos últimos vinte anos de sua vida, quando dirigia o Jornal A Província, encarregou seu repórter policial de investigar as casas ditas mal-assombradas e os fatos inexplicáveis pelas leis conhecidas. Prefaciando a 2ª edição da obra, Gilberto Freyre comenta que os estudos indicavam que, em Paris/França, esta cidade estava seduzida pelo sobrenatural, pelo Espiritismo. A Doutrina Espírita que se propôs estudar os fatos considerados antes como bruxaria, demonstrando que eles são totalmente naturais, explicáveis pelas leis do mundo invisível.  

Com sua prosa fácil, Gilberto Freyre relata vários casos inusitados, descrevendo inúmeras aparições, vozes e fatos incomuns. Ele relata também que o escritor irlandês William Butler Yeats (1865-1939), de quem era amigo pessoal e com quem muito conversava quando morava na Inglaterra, era alguém interessado pelo sobrenatural. Ele contou-lhe que entre populações européias se dizia que luzinhas misteriosas eram vistas em antigos campos de batalha ou imediações. Com surpresa, Gilberto Freyre relatou que, no Recife, da mesma forma, havia esses relatos, e se diziam que eram as almas dos soldados, guerreiros que haviam morrido lutando.  

Interessante também é o relato de uma conhecida senhora pernambucana que foi fazer compras e voltou para casa, muita cansada. Estava repousando na cadeira quando, de repente, deu um grito de terror e desmaiou. A casa inteira acudiu ao acontecido e chamaram rapidamente o médico. Momentos depois ela acordou, dizendo ter visto seu tio, que residia em outra cidade, envolvido num lençol branco manchado de sangue. Acalmaram a senhora e tentaram tranqüilizá-la. Horas depois veio a notícia de que seu tio havia sido assassinado um pouco antes, num tiroteio ensejado por conflitos políticos.  

O próprio Gilberto Freyre descreveu um caso ocorrido no final do século XIX: um centro de sessões de Espiritismo que chegaram a ser freqüentadas por alguns doutores mais ilustres da cidade. Velho professor da Faculdade de Direito do Recife, que assistiu, já formado em Direito, a algumas das sessões, me informa: Freqüentei algumas vezes as tais sessões, e certa ocasião levei meu tio Tomás (refere-se ao médico Tomás de Carvalho) e o Ribeiro de Brito (o depois senador federal por Pernambuco, João Ribeiro de Brito)...  

Em outra sessão, passada no consultório de dois médicos ilustres dos primeiros anos da República, chegou-se a fazer Espiritismo experimental ou científico... Foi numa dessas sessões que se passou o caso que vai aqui fixado pela primeira vez: o encontro – segundo a interpretação de alguns – de Raul Pompéia (1863-1895) (OBS.: escritor carioca), já morto, com Martins Júnior (OBS.: advogado, mestre do Direito Positivo e da Poesia Científica), ainda vivo, que assombrou-se com a mensagem do amigo morto. Ulisses (o médium) então muito novo, nunca ouvira falar de Pompéia, nem sequer conhecia O Ateneu. (OBS.: livro de Raul Pompéia.)  

Ao final da sessão, Martins declarou acerca das comunicações do amigo: É o Pompéia, não há mais dúvida. E fez questão de ficar com a papelada da sessão... 

Gilberto Freyre conta também que no Palácio do Governo, na insurreição de 1930, ele mesmo atuava como secretário particular do Governador, e os que lá trabalhavam diziam estarem vendo havia meses um vulto etéreo no prédio, o que era premonitório de acontecimentos de coisas ruins, o que realmente se confirmou... 

Fica este interessante registro histórico, envolvendo outro dos mais notáveis intelectuais brasileiros, demonstrando que a atuação dos Espíritos é algo inevitável em nossa vida, ocorrendo em toda parte...


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita