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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 68 - 10 de Agosto de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

No Mundo Maior

André Luiz

(6a Parte)

 
Damos prosseguimento ao estudo da obra
No Mundo Maior, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Por que Jesus nos recomendou amar aos inimigos e orar por quem nos persegue?

R.: O Mestre recomendou o amor aos inimigos e a oração pelos que nos perseguem e caluniam porque tais medidas não constituem mera virtude, mas princípio científico de libertação do ser, de progresso da alma, de amplitude espiritual. É que no pensamento residem as causas da perturbação e também da libertação da criatura humana. (No Mundo Maior, cap. 4, pp. 63 e 64.)

B. É possível doutrinação sem amor?

R.: Segundo o instrutor Calderaro, não é possível doutrinação sem amor, porque, se o conhecimento auxilia por fora, só o amor socorre por dentro. "Com a nossa cultura – diz Calderaro - retificamos os efeitos, quanto possível, e só os que amam conseguem atingir as causas profundas." (Obra citada, cap. 4, pp. 64 e 65.)  

C. Que ensinamento podemos tirar da ação de Cipriana relatada nesta obra?

R.: Como refere o livro, Cipriana acercou-se dos dois adversários e pôs-se em atitude de oração. A prece saturava-se de sublime poder, porquanto em breve suave luz descia do alto sobre sua fronte venerável e ela tornava-se gradativamente mais bela. Os raios divinos a fluírem dos mananciais invisíveis, envolvendo-a, transfiguravam-na toda. Escoados alguns momentos, circundava-a refulgente halo. Dos olhos, do tórax e das mãos efluíam irradiações de frouxa e suave luz. Ela, então, estendeu as mãos para os dois desventurados, atingindo-os com o seu amoroso magnetismo, que lhes modificava o campo vibratório, e ambos sentiram-se desfalecer, oprimidos por uma força que os compelia à quietação. Parecia-lhes que Maria de Nazaré em pessoa ali se encontrava. O ensinamento que extraímos desse caso é bem claro: só o amor consegue atingir as causas profundas e modificar o campo vibratório dos infelizes do caminho. (Obra citada, cap. 5, pp. 66 a 68.)  

Texto para leitura

31. O problema da fixação mental - Nervos, zona motora e lobos fron­tais, no corpo físico, traduzem, respectivamente, impulsividade, expe­riência e noções superiores da alma, e constituem campos de fixação da mente encarnada ou desencarnada. A demora excessiva num desses planos, com as ações que lhe são conseqüentes, determina a destinação do indi­víduo. A criatura estacionária na região dos impulsos perde-se num la­birinto de causas e efeitos, desperdiçando tempo e energia; quem se entrega, de modo absoluto, ao esforço maquinal, sem consulta ao pas­sado e sem organização de bases para o futuro, mecaniza a existência, destituindo-a de luz edificante; os que se refugiam exclusivamente no templo das noções superiores sofrem o perigo da contemplação sem as obras, da meditação sem trabalho, da renúncia sem proveito. "Para que nossa mente prossiga na direção do alto, – asseverou Calderaro – é indispensável se equilibre, valendo-se das conquistas passadas, para orientar os serviços presentes, e amparando-se, ao mesmo tempo, na es­perança que flui, cristalina e bela, da fonte superior do idealismo elevado". Como nos encontramos ligados aos que se afinam conosco, em obediência a indefectíveis desígnios universais, quando nos desequili­bramos, pelo excesso de fixação mental num dos mencionados setores, entramos em contacto com as inteligências encarnadas ou desencarnadas em condições análogas às nossas. Era esse precisamente o caso do homi­cida e de seu verdugo desencarnado. (Cap. 4, pp. 62 e 63) 

32. No pensamento residem as causas - Os dois enfermos tinham a mente fixada na região dos instintos primários. O encarnado, depois de rei­teradas vibrações no campo de pensamento, em fuga da recordação e do remorso, arruinara os centros motores, desorganizando também o sistema endócrino e perturbando os órgãos vitais. O desencarnado converteu to­das as energias em alimento da idéia de vingança, acolhendo-se ao ódio em que se mantinha foragido da razão e do altruísmo. "Outra seria a si­tuação de ambos – asseverou o Instrutor – se houvessem esquecido a queda, reerguendo-se pelo trabalho construtivo e pelo entendimento fraternal, no santuário do perdão legítimo". Jesus tinha, pois, razão ao recomendar-nos o amor aos inimigos e a oração pelos que nos perse­guem e caluniam. Isto não é mera virtude, mas princípio científico de libertação do ser, de progresso da alma, de amplitude espiritual: no pensamento residem as causas. Enquanto Calderaro falava, prosseguia a ação magnética em favor do enfermo, que acabou se entregando a sono tranqüilo, como se sorvera suavíssimo anestésico. Em breve, sua alma se desprendeu, afastando-se do corpo físico, mas era visível seu pavor diante do verdugo implacável, que se mantinha sentado, impassível, num dos ângulos do leito. (Cap. 4, pp. 63 e 64) 

33. O amor socorre por dentro - As entidades enfermas não notavam a presença de André e Calderaro e parecia que o perseguidor se erguia mais agressivo, para agredir o doente aflito. Por que Calderaro não aproveitava a situação para doutrinar a ambos? Sua resposta foi ime­diata: "Falaríamos em vão, André, porque ainda não sabemos amá-los como se fossem nossos irmãos ou nossos filhos. Para nós ambos, espíri­tos de raciocínio algo avançado, mas de sentimentos menos sublimes, são eles dois infortunados, e nada mais". O Instrutor explicou-lhe en­tão que não é possível doutrinação sem amor, porquanto, se o conheci­mento auxilia por fora, só o amor socorre por dentro. "Com a nossa cultura retificamos os efeitos, quanto possível, e só os que amam con­seguem atingir as causas profundas", esclareceu. De fato, os conten­dores reclamavam intervenção no íntimo, para modificar atitudes men­tais em definitivo... Mas eles, André e o Instrutor, apenas conheciam, sem saber amar... Foi então que assomou à porta de entrada uma sublime mulher, em cujos olhos esplendia brilho meigo e enternecedor. Era Ci­priana, a entidade que vinha oferecer aos dois enfermos da alma o amor fraternal que Calderaro e André Luiz ainda não podiam oferecer. (Cap. 4, pp. 64 e 65) 

34. O poder da prece - Cipriana agradeceu a Calderaro o socorro pres­tado aos dois infelizes. O Assistente disse que seu esforço foi quase nenhum, resumindo-se em meros preparativos. Cipriana, sorrindo, obser­vou: "Como atingiríamos o fim sem passar pelo princípio?" Calderaro acentuou, porém, que o conhecimento pode pouquíssimo, comparado com o muito que o amor pode sempre. A amiga, sem perda de tempo, acercou-se dos infelizes e pôs-se em atitude de oração. A prece saturava-se de sublime poder, porquanto em breve suave luz descia do alto sobre sua fronte venerável. Cipriana tornava-se gradativamente mais bela. Os raios divinos a fluírem dos mananciais invisíveis, envolvendo-a, transfiguravam-na toda. Escoados alguns momentos, circundava-a reful­gente halo. Dos olhos, do tórax e das mãos efluíam irradiações de frouxa e suave luz... Estava formosa, radiante, qual se fora a mate­rialização da madona de Murilo, em milagrosa aparição. Cipriana esten­deu as mãos para os dois desventurados, atingindo-os com o seu amoroso magnetismo, que lhes modificava o campo vibratório. Ambos sentiram-se desfalecer, oprimidos por uma força que os compelia à quietação. En­treolharam-se com espanto. Seus olhos espelhavam silenciosa perquiri­ção, quando a mensageira, avizinhando-se, tocou-os de leve na região visual, produzindo neles abalo forte e indisfarçável. Os enfermos pas­saram então a ver os benfeitores espirituais presentes, com indescritível assombro, e, gritando violentamente, empolgados pela surpresa, cuidaram estivessem sendo visitados pela excelsa Mãe de Jesus. (Cap. 5, 66 a 68) 

35. Cipriana fala a Pedro, o homicida - O doente encarnado, parcial­mente liberto do corpo, ajoelhou-se de súbito, dominado por incoercí­vel comoção, e desfez-se em copioso pranto. O verdugo desencarnado, porém, embora perplexo e abalado, manteve-se ereto. O primeiro, cho­rando convulsivamente, perguntava a Cipriana: "Mãe dos Céus! como vos dignais de visitar o criminoso, que sou eu? Sinto vergonha de mim mesmo, sou imperdoável pecador, abatido pela minha própria miséria... Vossa luz revela-me toda a extensão das trevas em que me debato! con­doei-vos de mim, Senhora!..."  Havia uma sinceridade imensa naquelas palavras de angústia e arrependimento. Cipriana acercou-se dele, de olhos faiscantes e úmidos. Tentou soerguê-lo, sem, no entanto, lograr que ele deixasse a postura genuflexa. Contudo, enlaçando-o maternal­mente, chamou-o pelo nome e lhe disse que não era quem ele julgava. Era tão-somente uma irmã na eternidade que, tendo sido mãe na Terra, sabia o quanto ele sofria. Pedro (o doente encarnado) manteve-se em posição reverente e humilde e confessou seu crime. Cipriana afagou-lhe o rosto e acrescentou saber de tudo. Passados alguns instantes, contemplando a ambos os infelizes, dirigiu-se a Pedro, de maneira in­tencional, de modo a se fazer ouvida pelo companheiro vingador: "Por que destruíste, Pedro, a vida de teu irmão? como te julgaste com for­ças e direito para quebrar a harmonia divina?" E prosseguiu: "Supunhas fazer justiça pelas próprias mãos, quando só fazias expandir a cólera aniquiladora. Por que razão, meu filho, pretendeste equilibrar a vida, provocando a morte? como conciliar a justiça com o crime, quando sabe­mos que o verdadeiro justo é aquele que trabalha e espera no Pai, o Supremo Doador da Vida?" (Cap. 5, pp. 68 e 69) 

36. Pedro é envolvido pelo amor da missionária - Cipriana lembrou ao enfermo os momentos de desdita que ele vivera desde o crime, apren­dendo que o mal jamais se coadunará com o bem e que a Lei cobra dobra­dos tributos àquele que se antepõe aos seus ditames sábios e sobera­nos. Ele destruíra a paz de um companheiro e perdera a própria tran­qüilidade. Temendo a si mesmo, por se sentir um delinqüente em toda a parte, buscara refúgio no trabalho atabalhoado e mecanizante; conse­guira dinheiro que nunca lhe pacificara o ser; alcançara posição so­cial culminante, mas nada disso resolveu os efeitos do ato impen­sado... Como não lhe ocorrera a oração santificante? como não buscara penitenciar-se diante da vida, humilhando-se aos pés da sua vítima, no sincero propósito de regeneração? Mas não: ele preferira a corrida louca atrás das sensações externas, a fuga para a região do ganho ma­terial, a transitória ascensão para posições de domínio enganoso, pen­sando assim escapar ao tribunal íntimo. Nunca é tarde, porém, para le­vantar o coração e curar a consciência ferida. Exausto de sofrer, ce­dera à enfermidade e aproximara-se da loucura. De alma contundida e corpo em desordem, apelara para a Misericórdia Divina, e ela ali es­tava, não para fustigar-lhe o espírito, mas para estimulá-lo à regene­ração. Quem poderá condenar alguém, depois da comunhão de vicissitudes na carne? quem estará suficientemente santificado para atirar a pri­meira pedra? Cipriana lembrou-lhe então que o fundamento da obra di­vina é de amor incomensurável e que só o amor salva e constrói para sempre. "Lembra-te das tuas próprias necessidades, interrompe a marcha da aflição, reconsidera a atitude e faze novo compromisso perante a Divina Justiça", propôs-lhe a missionária. Assim dizendo, conchegou-o ao coração, e havia tanta meiguice naquele amplexo, que outros pensa­riam estar presenciando o reencontro de carinhosa mãe com o filho au­sente, após longa separação. (Cap. 5, pp. 70 e 71) (Continua no próximo número.)
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita