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Brasil
Ano 2 - N° 68 - 10 de Agosto de 2008

ANTONIO AUGUSTO NASCIMENTO
acnascimento@terra.com.br
Santo Ângelo, Rio Grande do Sul (Brasil)


"Como poderei entender se alguém não me ensinar?"(1)

Promovido pela Federação Espírita Brasileira, o III Encontro Nacional de Coordenadores do Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (ESDE) congregou representantes de todas as 27 federativas Estaduais
 

Durante todo o dia 25 de julho, sexta-feira, chegaram à sede da FEB, em Brasília (Brasil), caravanas dos mais distantes pontos do nosso Brasil continental, com coordenadores e monitores do ESDE e do Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita (EADE), alegres e ansiosos pela oportunidade da tarefa proposta: avaliar o estágio atual do ESDE no Brasil, trocar experiências e propor ações para sua dinamização e sustentabilidade. Tivemos a honra e a responsabilidade de integrar a comitiva do Rio Grande do Sul e participar ativamente do evento (fotos).

Às 19h, com a presença do presidente da FEB, Nestor João Masotti, dos vice-presidentes Altivo Ferreira, José Carlos da Silva Silveira e Cecília Rocha, a quem coube a abertura do evento, fazendo uma breve retrospectiva dos 25 anos de vigência do ESDE, que, em se tornando campanha nacional, transpôs suas fronteiras. Tivemos no evento a presença de companheiras de Portugal (2), Argentina (3) e Paraguai (1), como convidadas.

Em seguida, Cecília Rocha comentou a entrevista realizada com o Espírito Angel Aguarod sobre o "ESDE na Visão do Plano Espiritual", através de mensagem psicografada pelo dedicado médium Divaldo Pereira Franco e que foi publicada no Reformador n° 2.136, de março de 2008, páginas 86 a 89. Esse mesmo Espírito foi o inspirador da idéia, através de duas mensagens recebidas pela médium Cecília Rocha, em Reuniões de Orientação Espiritual realizadas na Federação Espírita do Rio Grande do Sul (FERGS), em 1976 e 1977: 

Mensagem de 1976: “Cabe, pois, aos espíritas, responsáveis pelo Movimento Espírita, uma ampla tarefa de divulgação das obras básicas da Doutrina, promovendo um estudo sistemático, com chamada de atenção para os aspectos que estão colocados à margem, com graves prejuízos para a assimilação correta dos princípios e bases do Espiritismo e de sua missão.

Recomendaríamos, portanto, o estudo de um plano amplo no sentido de esclarecer os mais responsáveis pela dinamização do Movimento Espírita, da importância do estudo, da interpretação e da vivência do Espiritismo.”

 

Mensagem de 1977: “Não é possível erigir um monumento doutrinário, como é o da Revelação Espírita, deixando-nos, levar, a cada dia, por idéias que sopram de todos os lados, sem direção, qual vendaval que tudo derruba na sua passagem. Estamos sendo alertados do plano Mais Alto sobre esse aspecto do nosso Movimento, pois dizem nossos superiores, se não nos fizermos vigilantes nesse sentido, em pouco tempo o Movimento Espírita, embora conservando o nome, nada terá de Espiritismo.

Reiterando despretensiosa sugestão, recomendaríamos uma GRANDE CAMPANHA, para usar nomenclatura moderna, em torno da importância do estudo das obras básicas da Doutrina Espírita.”

Cecília Rocha, também, referiu-se à inserção no evento do Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita (EADE), cujo surgimento se deve ao gosto dos espíritas em estudar a Doutrina Espírita de forma sistematizada e participativa, tal qual acontece no ESDE, em que o estudo, em conjunto com várias pessoas, favorece o aprendizado, estabelecendo, ainda, sólidos laços de amizade.

É um prolongamento do ESDE e com este se identifica pela metodologia adotada e pela organização dos programas de estudo.

Ainda na noite de 25 de julho foram apresentados dados da pesquisa realizada pela FEB, por meio das federativas Estaduais, sobre a abrangência do ESDE nos Centros Espíritas adesos. Sob a coordenação de Túlia Bertoni (MS), verificamos que ainda temos muito que avançar em termos de números, para que o ESDE cumpra com a finalidade proposta pela Espiritualidade que a lucidez do codificador Allan Kardec já antecipara no Projeto 1868, encontrado em Obras Póstumas, quando se refere ao Ensino Espírita.

Fátima Guimarães (DF) apresentou uma análise das principais dificuldades detectadas para o bom funcionamento dos cursos, na qual, dentre tantas outras identificadas, destacaram-se: a resistência de dirigentes e dos próprios trabalhadores ao estudo e a carência de recursos materiais.

No início da manhã de sábado, visando a analisar propostas e soluções para as dificuldades apresentadas, os cerca de 150 participantes foram divididos em 10 grupos temáticos, onde houve a discussão dos seguintes temas propostos:

  • Auto-sustentabilidade do ESDE nas Casas Espíritas
  • Importância do Trabalho em Equipe
  • Comprometimento com a Tarefa
  • Resistência ao Aperfeiçoamento do Trabalho
  • Curso de Capacitação de Monitores do ESDE.

Ao final da manhã, reunidos no auditório do cenáculo, procedeu-se à apresentação dos resultados dos trabalhos em grupo.

Durante o almoço e os lanches dos intervalos pudemos estreitar laços de fraternidade e conhecer melhor as realidades e as distâncias que abnegados obreiros enfrentam para levar a Doutrina Espírita às mais recônditas localidades. Ainda nos intervalos, tivemos a oportunidade de desfrutar dos belos jardins, que estão sob a atenção da incansável Cecília Rocha.

Na tarde de sábado, prosseguimos no cenáculo assistindo às apresentações de Marta Antunes (FEB), Rute Ribeiro (FEB), Inês de Carvalho de Mário (RJ) e Regina Severino (MG), que enfocaram os seguintes tópicos:

·        Apresentação do atual programa do ESDE

·       Como organizar cursos de capacitação de coordenador/monitor do ESDE

·        Caracterização da população-alvo

·       Definição de conteúdos para os cursos, considerando as características dessa população-alvo

·       Modalidades de cursos (preparação e aperfeiçoamento a curto e médio prazos)

·       Critérios para seleção de expositores e de bibliografia para esses cursos

·       Apresentação do programa do Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita – EADE

·        A busca da qualidade no ESDE.

Domingo pela manhã, retornamos aos grupos temáticos, onde discutimos as metas para o IV Encontro, programado para daqui a 5 anos.

Novamente reunidos em Assembléia, para finalizar o encontro, deliberamos pelas metas para 2013:

1.     Realização do IV Encontro Nacional de Coordenadores de ESDE e EADE

2.     Sugerir as Comissões Regionais (Norte, Nordeste, Centro e Sul) que realizem, a cada 4 anos, Encontros Regionais de Coordenadores de ESDE

3.    Implantar o ESDE, em todos os Centros Espíritas adesos ao movimento federativo, até 2013.

Cecília Rocha esclareceu que o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita não se caracteriza somente pela utilização do Roteiro para o ESDE, programa de estudos oferecido pela FEB, na forma de apostilas, como base às Instituições Espíritas, mas sim de uma filosofia de Ensino espírita que atenda aos seguintes requisitos:

  • Estudo sério, regular e contínuo da Doutrina Espírita
  • Base nas obras da Codificação e no Evangelho de Jesus
  • Programa estabelecido organizado, lógico e sistemático
  • Estudo em grupo
  • Objetivo de melhoria moral do homem.

As Comissões Regionais realizaram emocionante homenagem à grande incentivadora do ESDE e coordenadora geral do III Encontro, Cecília Rocha, que nos ofereceu reflexões de profunda lucidez e estimulante exemplo de comprometimento com a tarefa.

Todos, além do material que serviu de base para os estudos em grupos e nas exposições, receberam um CD-Rom com o endereçamento dos participantes do evento.

Ao retornarmos aos nossos Estados, além das energias renovadas, enchemo-nos de entusiasmo pela tarefa do Ensino espírita, através do ESDE e do EADE, a começar pela recomendação de Paulo ao Romanos (2;21): "Tu, pois, que ensinas a outro não te ensinas a ti mesmo?".  

O III Encontro Nacional de Coordenadores de ESDE foi transmitido ao vivo pela TVCEI – www.tvcei.com. 


(1)
 Atos dos Apóstolos, 8:31.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita