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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 67 - 3 de Agosto de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

No Mundo Maior

André Luiz

(5a Parte)

Damos prosseguimento ao estudo da obra No Mundo Maior, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Os cérebros são idênticos ou variam conforme a pessoa?

R.: Eles variam de criatura a criatura, em virtude da multiplicidade das posições na escala evolutiva. Nem os símios ou os antropóides, a caminho da ligação com o gênero humano, apresentam cé­rebros absolutamente iguais entre si. Cada indi­vidualidade revela-o consoante o progresso efetivo realizado. O selva­gem apresenta um cérebro perispiritual com vibrações muito diversas das que o homem civilizado apresenta. O encé­falo de um santo emite ondas que se distinguem das que são emitidas pela fonte mental de um cientista. (No Mundo Maior, cap. 4, pp. 55 e 56.)

B. Como se processa a evolução espiritual ou anímica?

R.: A evolução espiritual ou anímica requer fixação, aproveitamento e continuidade. O princípio espiritual, desde o obscuro momento da criação, ca­minha sem detença para frente. Afastou-se do leito oceânico, atingiu a superfície das águas protetoras, moveu-se em direção à lama das mar­gens, debateu-se no charco, chegou à terra firme, experimentou na flo­resta copioso material de formas representativas, ergueu-se do solo, contemplou os céus e, depois de longos milênios, durante os quais aprendeu a procriar, alimentar-se, escolher, lembrar e sentir, con­quistou a inteligência. Segundo Calderaro, ele viajou do simples impulso para a irritabi­lidade, da irritabilidade para a sensação, da sensação para o ins­tinto, do instinto para a razão. Inúmeros milênios transcorreram desde então. Estamos, em todas as épocas, abandonando esferas inferiores, a fim de escalar as supe­riores. “O cérebro é o órgão sagrado de manifestação da mente, em trân­sito da animalidade primitiva para a espiritualidade humana." (Obra citada, cap. 4, pp. 56 a 59.)

C. Quando teremos a reminiscência integral do nosso passado?

R.: Essa faculdade só será adquirida mais tarde, quando nossa alma estiver escoimada de todo e qualquer resquí­cio de sombra. No momento, o cérebro físico não suportaria a carga de uma dupla vida e desempenha, assim, função amortecedora, como quebra-luzes, atuando beneficamente para que a alma encarnada trabalhe e evolva. Nascimento e morte, na esfera carnal, são, para a generalidade das criaturas, choques biológicos, imprescindíveis à renovação. O instrutor Calderaro lembra, porém, que não há total esquecimento na Crosta Terrestre, nem restauração imediata da memória nas províncias da exis­tência, que se seguem ao campo da atividade física. Todos os homens conservam tendências e faculdades, que quase equivalem a efetiva lembrança do passado; e nem todos, ao atravessarem o sepulcro, podem readquirir, repentinamente, o patrimônio de suas reminiscên­cias. "Quem demasiado se materialize, demorando-se em baixo padrão vibratório, no campo de matéria densa, não pode reacender, de pronto, a luz da memória.” (Obra citada, cap. 4, pp. 60 e 61.)

Texto para leitura

24. O obsessor agia por vingança - Logo que serenados os ânimos, o ho­micida retirou-se, discreto, para grande centro industrial, onde apli­cou os recursos econômicos em atividades lucrativas. O rapaz conse­guira ludibriar os homens, mas não pôde iludir a si mesmo, nem à enti­dade desencarnada, que, concentrando a mente na idéia de vingança, passou, perseverante, a segui-lo e aferrou-se à sua organização psí­quica, à maneira de hera sobre muro viscoso. Tudo fez o homicida para atenuar esse assédio constante. Desdobrou-se nos empreendimentos mate­riais, ansiando esquecimento de si mesmo e pondo em prática iniciati­vas que lhe fizeram afluir ao cofre enormes quantias; contudo, a boa situação econômica não lhe arrefecia a intranqüilidade e o sofrimento. Decidiu então casar-se, desposando uma jovem de alma extremamente ele­vada, que lhe deu cinco filhos. No clima espiritual da mulher esco­lhida, conseguiu de certo modo equilibrar-se, conquanto a vítima nunca o largasse. As leis divinas, porém, jamais falecem. O desventurado ho­micida manteve enclausuradas, no porão da personalidade, todas as im­pressões destruidoras recolhidas no instante da queda. Repugnava-lhe a idéia de confessar publicamente o crime cometido, o que de certo modo lhe mitigaria a angústia, liberando energias nefastas, que arquivara. (Cap. 4, pp. 52 e 53) 

25. O problema do remorso - A mente criminosa, assediada pela presença invariável de sua vítima, passou a fixar-se na região intermediária do cérebro, porque a dor do remorso não lhe permitia fácil acesso à es­fera superior do organismo perispirítico. Vivendo mentalmente na re­gião intermediária do cérebro, em caráter quase exclusivo, só sentia alguma calma agindo e trabalhando, de qualquer maneira, mesmo desorde­nadamente. Ele intentava a fuga através de todos os meios ao seu al­cance. Deitava-se, extenuado pela fadiga do corpo, levantando-se, no dia seguinte, abatido e cansado de inutilmente duelar com o persegui­dor invisível, nas horas de sono. Como conseqüência, provocou o dese­quilíbrio da organização perispiritual, o que se refletiu na zona mo­tora, implantando o caos orgânico. Examinando atentamente o doente, André Luiz teve a impressão de que o córtex fosse um robusto dínamo em funcionamento: parecia um aparelho elétrico de estrutura complicada. Calderaro falou-lhe então sobre o corpo perispiritual, explicando que todo o campo nervoso da criatura constitui a representação das potên­cias perispiríticas, vagarosamente conquistadas pelo ser, através de milênios e milênios. Na encarnação, o corpo sutil – que é no mundo espiritual de extrema leveza e extraordinária plasticidade  – sub­mete-se às leis de recapitulação, hereditariedade e desenvolvimento fisiológico, em conformidade com o mérito ou demérito da pessoa e com a missão ou o aprendizado necessários. (Cap. 4, pp. 53 a 55) 

26. O cérebro varia de pessoa a pessoa - Calderaro lembrou a complexi­dade do cérebro real, que varia de criatura a criatura, em virtude da multiplicidade das posições na escala evolutiva. Nem os símios ou os antropóides, a caminho da ligação com o gênero humano, apresentam cé­rebros absolutamente iguais entre si, afirmou o Instrutor. Cada indi­vidualidade revela-o consoante o progresso efetivo realizado. O selva­gem apresenta um cérebro perispiritual com vibrações muito diversas das que o homem civilizado apresenta. Sob esse ponto de vista, o encé­falo de um santo emite ondas que se distinguem das que são emitidas pela fonte mental de um cientista. Na realidade, todo o aparelhamento nervoso é de ordem sublime. A célula nervosa é entidade de natureza elétrica, que diariamente se nutre de combustível adequado. "Há neurô­nios sensitivos, motores, intermediários e reflexos", asseverou Calde­raro. "Existem os que recebem as sensações exteriores e os que reco­lhem as impressões da consciência", acrescentou. E a mente é a orien­tadora desse universo microscópico, em que bilhões de corpúsculos e energias multiformes se consagram a seu serviço. Dela emanam as cor­rentes da vontade, determinando vasta rede de estímulos, reagindo ante as exigências da paisagem externa, ou atendendo às sugestões das zonas interiores. (Cap. 4, pp. 55 e 56) 

27. Evolução anímica - Indagações diversas povoavam a mente de André Luiz. Calderaro falou-lhe então sobre a química espiritual, que existe do mesmo modo que existe a química fisiológica, havendo, contudo, ex­trema dificuldade em definir-lhes os pontos de ação independente. Era tarefa quase impossível determinar-lhes a fronteira divisória, por­quanto, asseverou o Instrutor, "o espírito mais sábio não se animaria a localizar, com afirmações dogmáticas, o ponto onde termina a matéria e começa o espírito". No cérebro – informou Calderaro – inicia-se o império da química espiritual. Os elementos celulares são, aí, difi­cilmente substituíveis, porque o trabalho da alma requer fixação, aproveitamento e continuidade. O Instrutor fazia aí uma alusão à evo­lução anímica: "O princípio espiritual acolheu-se no seio tépido das águas, através dos organismos celulares, que se mantinham e se multi­plicavam por cissiparidade. Em milhares de anos, fez longa viagem na esponja, passando a dominar células autônomas, impondo-lhes o espírito de obediência e de coletividade, na organização primordial dos múscu­los. Experimentou longo tempo, antes de ensaiar os alicerces do apa­relho nervoso, na medusa, no verme, no batráquio, arrastando-se para emergir do fundo escuro e lodoso das águas, de modo a encetar as expe­riências primeiras, ao sol meridiano". (Cap. 4, pp. 56 a 58) 

28. A evolução constitui uma longa viagem - As informações causavam em André enorme perplexidade. O que Calderaro queria, contudo, dizer é que o princípio espiritual, desde o obscuro momento da criação, ca­minha sem detença para frente. Afastou-se do leito oceânico, atingiu a superfície das águas protetoras, moveu-se em direção à lama das mar­gens, debateu-se no charco, chegou à terra firme, experimentou na flo­resta copioso material de formas representativas, ergueu-se do solo, contemplou os céus e, depois de longos milênios, durante os quais aprendeu a procriar, alimentar-se, escolher, lembrar e sentir, con­quistou a inteligência... "Viajou do simples impulso para a irritabi­lidade, da irritabilidade para a sensação, da sensação para o ins­tinto, do instinto para a razão", acrescentou o Instrutor. Inúmeros milênios transcorreram desde então. "Estamos, em todas as épocas, – disse ele – abandonando esferas inferiores, a fim de escalar as supe­riores. O cérebro é o órgão sagrado de manifestação da mente, em trân­sito da animalidade primitiva para a espiritualidade humana". (Cap. 4, pp. 58 e 59) 

29. Lá ou cá, o trabalho construtivo é uma bênção - O homem das últimas dezenas de séculos representa a humanidade vitoriosa, emergindo da bestialidade primária. Dessa condição participam milhões de desencar­nados, espíritos ainda pesados, por não haverem alijado todo o con­teúdo de qualidades inferiores de sua organização perispiritual, o que os compele a viverem, após a morte física, em formações afins, em so­ciedades realmente avançadas, mas semelhantes aos agrupamentos terres­tres. Nesses dois lados da existência – acentuou o Instrutor Calde­raro – o trabalho construtivo é a nossa bênção, aparelhando-nos para o futuro divino. A atividade na esfera espiritual é, para quantos se conservam quites com a Lei, mais rica de beleza e de felicidade, pois a matéria é mais rarefeita e mais obediente às solicitações de índole superior. Passando, porém, o rio do renascimento, somos todos surpre­endidos pelo duro trabalho de recapitulação para a necessária aprendi­zagem. Semeamos na Crosta para colhermos no mundo espiritual, aprimo­rando, reajustando e embelezando, até atingir a messe perfeita, o ce­leiro farto de grãos sublimes, de modo a nos transferirmos, aptos e vitoriosos, para "outras terras do céu". (Cap. 4, pp. 59 e 60) 

30. Esquecimento do passado - O problema do esquecimento do passado in­trigava André. Calderaro lembrou-lhe que eles mesmos, que possuíam re­lativa condição de espiritualidade, não dominavam o processo de remi­niscência integral dos caminhos percorridos. Não estamos, disse o Ins­trutor, munidos de suficiente luz para descer com proveito a todos os ângulos do abismo das origens. Essa faculdade só será adquirida mais tarde, quando nossa alma estiver escoimada de todo e qualquer resquí­cio de sombra. No momento, o cérebro físico não suportaria a carga de uma dupla vida e desempenha, assim, função amortecedora: são quebra-luzes, atuando beneficamente para que a alma encarnada trabalhe e evolva. Nascimento e morte, na esfera carnal, são, para a generalidade das criaturas, choques biológicos, imprescindíveis à renovação. "Em verdade, – afirmou Calderaro – não há total esquecimento na Crosta Terrestre, nem restauração imediata da memória nas províncias da exis­tência, que se seguem, naturais, ao campo da atividade física. Todos os homens conservam tendências e faculdades, que quase equivalem a efetiva lembrança do passado; e nem todos, ao atravessarem o sepulcro, podem readquirir, repentinamente, o patrimônio de suas reminiscên­cias". "Quem demasiado se materialize, demorando-se em baixo padrão vibratório, no campo de matéria densa, não pode reacender, de pronto, a luz da memória. Despenderá tempo a desfazer-se dos pesados envoltó­rios a que inadvertidamente se prendeu." (Cap. 4, pp. 60 e 61) (Continua no próximo número.)
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita