GERSON SIMÕES MONTEIRO 
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Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

Aborto aumentará a criminalidade

 
Diante dos que advogam o controle da natalidade utilizando a criminosa prática do aborto, em razão do aumento demográfico, baseando-se na tese defendida em 1798 pelo inglês Thomas Malthus, ao escrever “Um Ensaio sobre o Princípio da População”. Malthus preconizou que as populações desapareceriam se não fosse imposto um controle à sua multiplicação. Segundo ele, a produção dos recursos essenciais à sobrevivência do homem cresce em uma progressão aritmética (2, 4, 6, 8, 10, 12, 14...), ao passo que o aumento populacional segue o ritmo de uma progressão geométrica (2, 4, 8, 16, 32, 64, 128...). 

Foi por essa razão que Allan Kardec formulou a questão 687 de O Livro dos Espíritos: “Indo sempre a população na progressão crescente que vemos, chegará tempo em que seja excessiva na Terra?”. E a resposta dos benfeitores espirituais foi: “Não. Deus a isso provê e mantém sempre o equilíbrio. Ele coisa alguma inútil fez. O homem, que apenas vê um canto do quadro da Natureza, não pode julgar da harmonia do conjunto.” 

E como o governador Sérgio Cabral defende o aborto por motivos econômicos entre as famílias mais carentes da população, para combater a violência, podemos afirmar que neste sentido ele está totalmente equivocado. Afinal, segundo um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), intitulado "Droga de Elite", divulgado no mês passado, com base em dados do IBGE, os maiores consumidores de drogas no Brasil e, portanto, financiadores do atual quadro de violência urbana existente no Rio e no país são, na realidade, jovens brancos, solteiros de alta instrução e renda, pertencentes à chamada "Classe A". 

Portanto, os meninos pobres, na realidade, são vítimas do poder econômico dessa classe de elite. Na prática, o governador quer combater o efeito, e não a causa da criminalidade. Os pais precisam investir na Educação do Espírito de seus filhos, que visa a formacão do caráter deles.   

A posição espírita contra o aborto, alicerçada na sua filosofia espiritualista e reencarnacionista, encontra fundamentos em Allan Kardec no capítulo XI de A Gênese, ao descrever o processo da encarnação do Espírito, dando idéia clara e precisa de que a vida já começa na concepção. 

De forma alguma aquele praticado por motivo eugênico, no caso em que o nascituro apresenta graves e irreversíveis anomalias físicas ou mentais. 

Sobre isso, destacamos ainda do parecer do renomado jurista, José Naufel, argumentos totalmente desfavoráveis à prática do aborto eugênico: 

“Não é justo, em nome de uma simples probabilidade, destruir uma vida nascente. Por outro lado, no estado evolutivo atual da tecnologia médica, não se pode falar em graves e irreversíveis anomalias físicas ou mentais. Será lícito ao homem policiar o plano de criação divina, eliminando ainda que prematuramente do orbe os portadores de anomalias físicas? Não seria o mesmo que o Estado mandar eliminar todos os paralíticos, cegos, surdos-mudos, leprosos etc., que encontramos no caminho da vida?”. 

A questão inclui a gravidez de fetos anencefálicos. Ora, como o feto sem cérebro não ameaça a integridade física da gestante e não coloca em risco a sua vida, é evidente que, ao abortá-lo antes do nascimento, fica configurada a prática de um crime. Por que então não deixar as leis biológicas agirem normalmente, determinando os prazos de nascimento e morte do feto? 

ANTICONCEPCIONAL E CHICO XAVIER 

É ponto pacífico que os espíritas são radicalmente contrários ao aborto, excluindo-se, é claro, o terapêutico. Já em relação ao uso dos anticoncepcionais como método de controle da natalidade, a opinião ponderada do médium Francisco Cândido Xavier, a nosso ver, elucida devidamente a difícil questão: 

“Acreditamos que o anticoncepcional é um recurso que nos foi concedido na Terra pela Divina Providência para que a delinqüência do aborto seja sustada, uma vez que a criatura humana, por necessidade de revitalização de suas próprias forças orgânicas, naturalmente precisará do relacionamento sexual, entre os parceiros que estão compromissados no assunto, mas usarão esse agente anticoncepcional para que o crime do aborto seja devidamente evitado em qualquer parte do mundo”. 

CONCLUSÃO 

Uma única certeza dos espíritas: o Homem vai, por necessidade imperiosa de seu destino, reencontrar em si as chaves da bondade e da solidariedade. Cedo ou tarde, acabará por abdicar do egoísmo, do imediatismo e da brutalidade, realizando o planejamento reencarnatório e familiar responsável, e, principalmente, eliminando o crime do aborto da face da Terra.