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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 66 - 27 de Julho de 2008

CHRISTINA NUNES
cfqsda@yahoo.com.br
Rio de Janeiro, RJ (Brasil)
 

A mola mestra da obsessão

 
Brechas na defesa energética. Nunca me cansarei de bater nesta mesma tecla, ao abordar assuntos atinentes ao espiritualismo e aos seus efeitos na nossa vida cotidiana, porque é esta a exata diretriz à qual devemos nossa máxima atenção, através do aprimoramento interior, no sentido de depurar nosso padrão vibratório a um patamar tão elevado, que jamais processos obsessivos de qualquer ordem possam vir a nos atingir. 

Mas que quero dizer com "brechas na defesa energética"? 

Analisemos com imparcialidade. Nas situações de angústia; de raiva ou ressentimento; de atritos graves com o próximo, durante as trocas de ofensas ou injúrias, há alguém em condições de afirmar com honestidade que se sente bem, feliz e bem-disposto nestes instantes críticos de desavenças, ou de aguda preocupação ou ansiedade? Procede a ilusão de que aquele a quem pretendemos atingir com o nosso descontrole é o único prejudicado? Ou o mal que lhe dirigimos não afeta antes de tudo a nós mesmos, piorando a qualidade do nosso humor; acabando com um dia mais das vezes salutar antes da crise irada; ou levando-nos lamentavelmente a descontar naqueles nossos afeiçoados mais íntimos a sobrecarga amarga dos dissabores experimentados no decorrer de um dia? 

Creio que não; há que não se confundir, antes de qualquer consideração precipitada, a baixa sensação de saciedade raivosa, bem próxima à provocada pelos desagravos da vingança, com a genuína felicidade proporcionada pela paz na consciência, e pela serenidade de quem se acha à vontade na vida dentro das contingências corriqueiras, identificando a fonte da tranqüilidade, acima de tudo, em si mesmo, e no modo equilibrado como se costuma reagir usualmente às situações. Alguém disse certa vez que a felicidade, como realização pessoal, prende-se indiscutivelmente à nossa maneira de reagir aos fatos, e à nossa visão da vida, naquela referência clássica dos "óculos coloridos", que emprestam a uma paisagem a cor das lentes escolhidas para servirem de anteparo entre nós mesmos e o que nos circunda. Ponhamos lentes cinzas, e o dia nos parecerá chuvoso, por mais ensolarado esteja. Usemos lentes azuis, e guardaremos a impressão enganosa de flutuar nos céus, ignorando porventura alguma intempérie iminente; escolhamos, entretanto, as translúcidas, e veremos a realidade mais fiel ao que se apresenta às nossas vistas, emprestando-nos condições mais adequadas de interagir com a noção mais aproximada das circunstâncias. 

Menciono estes exemplos para delinear as condições nas quais os arrastamentos emotivos nos lançam perigosamente a uma falta de prumo emocional que, em termos de espiritualidade, lamentavelmente nos situam em faixas vibratórias dissonantes para com o padrão desejável, se o que almejamos é a sintonia e a comunhão com aquelas esferas da vida invisível isentas da conturbada turbulência característica da materialidade, na difícil época de transição que ora atravessamos. Ninguém duvide que a lei de atração entre os semelhantes é draconiana, em se tratando daquelas influências que atrairemos em regime de compatibilidade com as nossas condições íntimas. O que já aqui constatamos, em observando que artistas se compatibilizam com artistas, crianças com crianças, indivíduos amorosos com indivíduos amorosos, e malfeitores com malfeitores, inapelavelmente encontra seu paralelo num universo onde o padrão energético individual, como já pude mencionar em artigos anteriores, se comprova como a "impressão digital" do Espírito, inconfundível, ao atrair para si aqueles seres que irão comungar com as nossas tendências, idéias e atitudes, sem remissão. 

As brechas na defesa energética, portanto, naqueles que já anseiam um padrão de vida mais purificado do profundo desequilíbrio reinante nos dias de hoje, e causadoras dos lamentáveis processos obsessivos são exatamente aqueles momentos infelizes em que nos permitimos baixar a guarda, dominados por qualquer estado emocional ou psicológico deprimente, ou inferior àquela paz desejável para qualquer situação da nossa vida. Porque é justo neste instante de invigilância que os "desocupados" do astral circundante se acasalam, por sintonia, ao estado de alma desprevenido ao qual nos abandonamos, dando início a um processo de "simbiose de energias” (1) que pode se mostrar mais ou menos extenso, dependendo da nossa perseverança em não nos deixarmos dominar por sentimentos ou emoções pungentes. 

Disso se infere, portanto, que, a par do auxílio precioso oferecido pelas casas espiritualistas bem-intencionadas, durante a aplicação do tratamento desobsessivo, é vital a tomada de consciência de que o principal tratamento, e a medida profilática imprescindível, com vistas a prevenir um mal que pode se agravar ao ponto do comprometimento de toda uma encarnação do indivíduo, é o trabalho de aprimoramento íntimo, através do esforço de sintonia com a espiritualidade sã que povoa o universo, por meio de iniciativas condizentes com uma qualidade de vida mais elevada, e pelo estudo das verdades espirituais, indispensável à evolução e ao crescimento de todo ser humano. 

Sem embargo, as humanidades elevadas que povoam o cosmos só lograram a vida na luz após atravessarem a árdua lição de expurgo, que escorraçou a ignorância e as trevas, em primeiro lugar, de si mesmas. 


(1)
Trocas de energias em comum, com comunhão de intenções.

 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita