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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 64 - 13 de Julho de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

No Mundo Maior

André Luiz

(2a Parte)

Damos seguimento ao estudo da obra No Mundo Maior, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, publicada em 1947 pela Federação Espírita Brasileira. O estudo será aqui apresentado em 20 partes.

Questões preliminares

A. Onde situar a gênese da loucura e da desarmonia mental que verificamos na atualidade em nosso mundo?

R.: No próprio comportamento da criatura humana, porque o que temos feito é cevar e expandir o egoísmo, a ambição, a vaidade e a fantasia na Crosta Plane­tária, contraindo, assim, pesados débitos e escravizando-nos aos tristes resultados de nossas obras. No passado mais remoto, as cidades desapareciam pelo massacre, ao gládio dos conquistadores sem entranhas, ou estacionavam sob a onda mortífera da peste desconhecida. Hoje, as coletividades ainda sofrem o assédio da espada homicida e as guerras entre povos continuam; mas, no lugar de doenças terríveis que a Ciência conseguiu erradicar ou controlar, como a febre amarela, a cólera, a varíola, a tuberculose, a lepra, existe nova ameaça à humanidade terrena, que é o profundo desequilíbrio, a desarmonia generalizada, as moléstias da alma, que se ingerem, sutis, solapando a sua estabilidade. (No Mundo Maior, cap. 2, pp. 27 a 29.) 

B. O que é essencial ao Espírito que deseja progredir?

R.: A lição vem-nos do instrutor Eusébio: "Impossível é progredir no século, sem atender às obrigações da hora. Torna-se imprescindível, na atualidade, recompor as energias, reajustar as aspirações e santificar os desejos". "Não basta crer na imortalidade da alma. Inadiável é a iluminação de nós mesmos, a fim de que sejamos claridade sublime." Para colimar esse objetivo, diz ele de modo peremptório e direto: "Antes de mais nada, importa elevar o coração, romper as muralhas que nos encerram na sombra, esquecer as ilusões da posse, dilacerar os véus espessos da vaidade, abster-se do letal licor do personalismo aviltante, para que os clarões do monte refuljam no fundo dos vales, a fim de que o sol eterno de Deus dissipe as transitórias trevas huma­nas". O Plano Superior, diz Eusébio, espera de nós muito mais: "Nossa meta, meus amigos, não se compadece com o exclusivismo ególatra. A Porta Divina não se abre a espíritos que se não divinizaram pelo trabalho incessante de cooperação com o Pai Altíssimo". (Obra citada, cap. 2, pp. 30 a 32.) 

C. A ascensão espiritual depende de quê?

R.: Não devemos intentar o vôo sem haver aprendido a marcha. Nos caminhos da carne é necessário transitar com a devida prudência. Não indaguemos de direitos prováveis que nos caberiam no banquete divino, antes de liquidar os compromissos humanos. Impossível o título de anjos para quem não se transformar, primeiro, em criatura ponderada. Soberanas e indefectíveis leis nos presidem aos destinos. Deus prodigaliza oportunidades a todos os seus filhos, mas o aproveitamento é obra nossa. As máquinas terrestres podem al­çar-nos o corpo físico a consideráveis alturas, mas o vôo espiritual, com que nos libertaremos da animalidade, jamais o desferiremos sem asas próprias. Não devemos cobiçar o repouso das mãos e dos pés; antes de abrigar semelhante propósito, procuremos a paz interior na suprema tranqüilidade da consciência. Abandonemos a ilusão, antes que a ilusão nos abandone. Somente os servos que trabalham gravam no tempo os marcos da evolução; só os que se banham no suor da responsabilidade conseguem cunhar novas formas de vida e de ideal renovador. (Obra citada, cap. 2, pp. 34 e 35.)

Texto para leitura

9. Nossas quedas e fracassos - Com tal comportamento – prosseguiu Eu­sébio – fazemo-nos réprobos das leis soberanas, que nos enredam aos escombros da morte, como náufragos piratas por muito tempo indignos do retorno às lides do mar. A conseqüência é inevitável: enquanto milhões de almas desfrutam bons ensejos de emenda e reajustamento, de novo en­tregues ao esforço regenerativo nas cidades terrestres, milhões de ou­tras deploram a própria derrota, perdidas no atro recesso da desilusão e do padecimento. "Referimo-nos às bastas multidões de almas indecisas – disse Eusébio –, presas da ingratidão e da dúvida, da fraqueza e da dissipação, almas formadas à luz da razão, mas escravizadas à tira­nia do instinto". "Estudamos a ciência da espiritualidade consoladora desde os primórdios da razão, e, todavia, desde as épocas mais remo­tas, consagramo-nos ao aviltamento e ao morticínio."  O Instrutor re­portou-se então às várias etapas evolutivas da humanidade terrestre, lembrando que, ao mesmo tempo em que cantávamos hinos de louvor com Krishna, descíamos logo depois ao vale do Ganges, matando e destruindo para gozar e possuir. O mesmo se deu à época de Sidarta Gautama, bem como nos tempos distantes da Esfinge, no Nilo, ou entre os hebreus e depois na Grécia. "Chorávamos de comoção religiosa em Atenas e assas­sinávamos nossos irmãos em Esparta. Admirávamos Pitágoras, o filósofo, e seguíamos Alexandre, o conquistador. Em Roma, conduzíamos oferendas valiosas aos deuses, nos maravilhosos santuários, exaltando a virtude, para desembainhar as armas, minutos depois, no átrio dos templos, dis­seminando a morte e entronizando o crime" – rememorou Eusébio, acen­tuando que mesmo sob a égide do Cristianismo não tem sido diferente. Primeiro imolamos os mártires, armando as fogueiras do sectarismo re­ligioso. Depois, quando Constantino nos abriu as portas da dominação política, "convertemo-nos de servos aparentemente fiéis ao Evangelho em criminosos árbitros do mundo". "Pouco a pouco esquecemos os cegos de Jericó, os paralíticos de Jerusalém, as crianças do Tiberíades, os pescadores de Cafarnaum, para afagar as testas coroadas dos triunfado­res, embora soubéssemos que os vencedores da Terra não podem fugir à peregrinação do sepulcro." (Cap. 2, pp. 25 a 27) 

10. Nossos celeiros de luz estão vazios - Hoje ainda, lembrou Eusébio, passados quase vinte séculos desde a crucificação de Jesus, benzemos baionetas e canhões, metralhadoras e tanques de guerra, em nome do Pai, que faz refulgir o sol da misericórdia sobre justos e injustos. "É por esta razão que nossos celeiros de luz permanecem vazios. O vendaval das paixões fulminantes de homens e de povos passa ululante, de um a outro pólo, a semear maus presságios", asseverou o Instrutor, relembrando que o Cristo nos exortou a buscar as manifestações do Pai em nosso próprio íntimo, mas o que temos feito é cevar e expandir uni­camente o egoísmo, a ambição, a vaidade e a fantasia na Crosta Plane­tária. Contraímos, assim, pesados débitos e escravizamo-nos aos tris­tes resultados de nossas obras, deixando-nos ficar, indefinidamente, na messe dos espinhos. Eis a gênese da loucura e da desarmonia mental que se verificam nos tempos atuais em nosso mundo. No passado mais re­moto, as cidades desapareciam pelo massacre, ao gládio dos conquista­dores sem entranhas, ou estacionavam sob a onda mortífera da peste desconhecida. Atualmente, as coletividades ainda sofrem o assédio da espada homicida e as guerras entre povos continuam; mas, no lugar de doenças terríveis que a Ciência conseguiu erradicar ou controlar, como a febre amarela, a cólera, a varíola, a tuberculose, a lepra, existe nova ameaça à humanidade terrena, que é o profundo desequilíbrio, a desarmonia generalizada, as moléstias da alma, que se ingerem, sutis, solapando a sua estabilidade. (Cap. 2, pp. 27 a 29) 

11. O problema da alienação mental - Eusébio estabeleceu estreita cor­relação entre as hostilidades que se viam então na Terra e o nosso passado sombrio, caracterizado pela opressão e pela maldade, em que o homem sempre viveu, odiando-se uns aos outros. "Homens e nações perse­guem o mito do ouro fácil; criaturas sensíveis abandonam-se aos distúrbios das paixões; cérebros vigorosos perdem a visão interior, enceguecidos pelos enganos da personalidade e do autoritarismo", asseverou o palestrante, advertindo que, conduzidos por ambições desvairadas, os filhos da Terra abeiram-se de novo abismo, que o olhar conturbado não lhes permite perceber. "Esse hiante vórtice, meus irmãos, – acentuou o palestrante – é o da alienação mental, que não nos desintegra só os patrimônios celulares da vida física, senão também nos atinge o tecido sutil da alma, invadindo-nos o cerne do corpo perispiritual". "Quase todos os quadros da civilização moderna se acham comprometidos na es­trutura fundamental." O Instrutor explicou, então, ser preciso mobili­zar todas as forças ao nosso alcance, a serviço da causa humana. O trabalho salvacionista não constitui exclusividade da religião: é mi­nistério comum a todos, porque virá um dia em que o homem há de reco­nhecer a presença divina em toda a parte. É preciso, porém, que todos os que buscam orientação para esse trabalho sublime, não esqueçam a luz própria. Não devemos contar com archotes alheios para a jornada, lembrando-nos de que, nos planos do sofrimento regenerador, nas vizi­nhanças da carne, choram amargamente milhões de criaturas que abusaram do concurso dos bons, precipitando-se nas trevas ao demandarem o mundo espiritual, porque, displicentes e recalcitrantes, esquivaram-se a to­das as oportunidades de acender a própria lâmpada. "Aborreciam os atritos da luta, elegeram o gozo corporal como objetivo supremo de seus propósitos na Terra; e, quando a morte lhes cerrou as pálpebras saciadas, passaram a conhecer uma noite mais longa e mais densa, re­ferta de angústias e de pavores", acrescentou o Instrutor. (Cap. 2, pp. 29 e 30) 

12. O que é essencial ao homem - Eusébio aludiu, em seguida, ao motivo que levava os amigos ali presentes a buscar orientação espiritual para seus trabalhos. Todos desejavam cooperar na sementeira do porvir. O Instrutor asseverou que, sem dúvida, a intenção não podia ser mais no­bre. Era, contudo, indispensável considerar a necessidade de integra­ção, por parte de todos, no dever de cada dia. "Impossível é progredir no século, sem atender às obrigações da hora. Torna-se imprescindível, na atualidade, recompor as energias, reajustar as aspirações e santi­ficar os desejos", esclareceu o Instrutor. "Não basta crer na imorta­lidade da alma. Inadiável é a iluminação de nós mesmos, a fim de que sejamos claridade sublime." Eusébio foi, então, peremptório e direto: "Antes de mais nada, importa elevar o coração, romper as muralhas que nos encerram na sombra, esquecer as ilusões da posse, dilacerar os véus espessos da vaidade, abster-se do letal licor do personalismo aviltante, para que os clarões do monte refuljam no fundo dos vales, a fim de que o sol eterno de Deus dissipe as transitórias trevas huma­nas". Dos vanguardeiros da fé viva, exige-se a cabal demonstração de estarem certos da espiritualidade divina. O Plano Superior não quer a incorporação de devotos famintos de um paraíso beatífico. Espera-se de nós muito mais. "Nossa meta, meus amigos, não se compadece com o ex­clusivismo ególatra. A Porta Divina não se abre a espíritos que se não divinizaram pelo trabalho incessante de cooperação com o Pai Altís­simo", advertiu o palestrante. O solo do Planeta representa o círculo de colaboração que o Senhor nos confia. "Recolhei o orvalho celeste no escrínio do coração sedento de paz; contemplai as estrelas que nos acenam de longe, como sublimes ápices da Divindade; todavia, não olvi­deis o campo de lutas presentes", complementou Eusébio. (Cap. 2, pp. 30 a 32) 

13. O amor que atende supera a crença que espera - O Instrutor Eusébio referiu-se, na seqüência de sua palestra, à necessidade de não res­tringirmos Deus entre as paredes de um templo qualquer da Terra, por­que a nossa missão essencial é converter todo o planeta no templo au­gusto de Deus. Para os obreiros realmente decididos e valorosos, já passou a fase de experimentação fútil, de investigações desordenadas, de raciocínios periféricos. "Vivemos – disse Eusébio – a estrutura­ção de sentimentos novos, argamassando as colunas do mundo vindouro, com a luz acesa em nosso campo íntimo". Por isso ele não se dirigia aos que ainda sonham na clausura do "eu", enredados nos mil obstáculos da fantasia que lhes cristaliza as impressões. "Alimentemos a espe­rança renovadora – propôs Eusébio. – Não invoqueis Jesus para justi­ficar anseios de repouso indébito. Ele não atingiu as culminâncias da Ressurreição sem subir ao Calvário, e as suas lições referem-se à fé que transporta montanhas". "Não reclamemos, pois, ingresso em mundos felizes, antes de melhorar o nosso próprio mundo." A seguir, ele alu­diu aos sopros da onda evolucionista que varrem os ambientes da Terra, fazendo ruir princípios convencionais tidos antes como invioláveis. A mente humana estava sendo compelida a transições angustiosas. A sub­versão de valores, a experiência social e o processo acelerado de se­leção pelo sofrimento coletivo perturbam os tímidos e os invigilantes, que representam esmagadora maioria em toda parte. Para atendê-los, é preciso ter, primeiro, harmonia interior, aquisição espiritual somente acessível no templo do Espírito. "Faz-se, pois, mister acendamos o co­ração em amor fraternal, à frente do serviço. Não bastará, em nossas realizações, a crença que espera; indispensável é o amor que confia e atende, transforma e eleva, como vaso legítimo da Sabedoria Divina", acentuou o Instrutor, que em seguida conclamou: "Sejamos instrumentos do bem, acima de expectantes da graça. A tarefa demanda coragem e su­prema devoção a Deus. Sem que nos convertamos em luz, no círculo em que estivermos, em vão acometeremos a sombra, aos nossos próprios pés". (Cap. 2, pp. 32 a 34) 

14. A evolução requer esforço e trabalho - A seguir, Eusébio destacou a importância da evangelização das relações entre as esferas visíveis e invisíveis, que ele considerava, naquele momento, tão necessária quanto a evangelização das pessoas. Mostrou também a necessidade da oração e do trabalho construtivo, que nos permitem vincular-nos aos planos superiores, que suprem a cada um de nós segundo a justa neces­sidade. Era preciso ter compreensão melhor da vida. As ordenações que nos prendem na paisagem terrena, por mais ásperas ou desagradáveis, representam a Vontade Suprema. Os obstáculos não podem ser contornados pela fuga deliberada: é preciso vencê-los, utilizando a vontade e a perseverança, que ensejam crescimento de nossos próprios valores. Nos caminhos da carne é necessário transitar com a devida prudência. "Atendei – disse o Instrutor – as exigências de cada dia, rejubi­lando-vos por satisfazer as tarefas mínimas. Não intenteis o vôo sem haver aprendido a marcha. Sobretudo, não indagueis de direitos prová­veis que vos caberiam no banquete divino, antes de liquidar os compro­missos humanos. Impossível é o título de anjos, sem serdes, antes, criaturas ponderadas. Soberanas e indefectíveis leis nos presidem aos destinos". E o palestrante reportou-se a uma verdade em que raramente meditamos: "As facilidades concedidas aos espíritos santificados, que admiramos, são prodigalizadas a nós, por Deus, em todos os lugares. O aproveitamento, porém, é obra nossa. As máquinas terrestres podem al­çar-vos o corpo físico a consideráveis alturas, mas o vôo espiritual, com que vos libertareis da animalidade, jamais o desferireis sem asas próprias". Eusébio lembrou ainda que a consolação e a amizade dos ben­feitores nos enriquecerão de conforto, como suaves e abençoadas flores da alma; contudo, fenecerão como as rosas de um dia, se não fertili­zarmos o coração com a fé e o entendimento, com a esperança inquebran­tável e o amor imortal, sublimes adubos que permitirão o seu desenvol­vimento no terreno de nosso esforço sem tréguas. "Não cobiceis o re­pouso das mãos e dos pés; antes de abrigar semelhante propósito, pro­curai a paz interior na suprema tranqüilidade da consciência", adver­tiu Eusébio. "Abandonai a ilusão, antes que a ilusão vos abandone. Em­polgando a chefia da própria existência, deixai plantado o bem na es­teira de vossos passos. Somente os servos que trabalham gravam no tempo os marcos da evolução; só os que se banham no suor da responsa­bilidade conseguem cunhar novas formas de vida e de ideal renovador." (Cap. 2, pp. 34 e 35) (Continua no próximo número.)
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita