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Clássicos do Espiritismo
Ano 2 - N° 64 - 13 de Julho de 2008

ANGÉLICA REIS
a_reis_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)
 

Cristianismo e Espiritismo

 Léon Denis

(1a parte)
 

Iniciamos hoje o estudo do clássico Cristianismo e Espiritismo, de Léon Denis, conforme a 6a edição publicada pela Federação Espírita Brasileira com base em tradução de Leopoldo Cirne.

Questões preliminares  

A. Como será no futuro a crença universal das almas deste planeta?

R.: O ideal religioso evolverá, como todas as manifestações do pensamento. A futura fé não será nem católica nem protestante; será a crença universal das almas, que reina em todas as sociedades adiantadas do espaço, mediante a qual não há antagonismo entre a ciência e a religião. (Cristianismo e Espiritismo, Introdução, p. 14.)

B. Que mudança experimentou a Igreja a partir do seu reconhecimento pelo Império Romano?

R.: No dia em que foi oficialmente reconhecida pelo Império, a partir da conversão de Constantino, a Igreja tornou-se a amiga dos Césares e, algumas vezes, a cúmplice dos grandes e dos poderosos. (Obra citada, prefácio, p. 18.)

C. Em que época surgiram, nas comunidades cristãs, as doutrinas da predestinação e da graça?

R.: Foi a partir de Paulo que surgiram as doutrinas da graça e da predestinação, seguidas depois pela divindade do Cristo, a queda e a redenção, a crença em Satanás e no inferno, o que alterou a pureza e a simplicidade dos ensinamentos de Jesus. (Obra citada, cap. I, p. 27.)

D. Existe alguma diferença essencial entre os evangelhos de Marcos, Lucas e Mateus e o de João?

R.: Sim. Os evangelhos de Marcos, Lucas e Mateus, designados sinóticos, acham-se fortemente impregnados do pensamento judeu-cristão dos apóstolos. O evangelho de João inspirou-se em influência diferente. Encontra-se nele um reflexo da filosofia grega, rejuvenescida pelas doutrinas da escola de Alexandria. (Obra citada, cap. I, p. 28.) 

Texto para leitura

1. Uma das objeções mais sérias feitas modernamente ao Cristianismo é que sua doutrina repousa sobre fatos ditos “miraculosos” que o homem esclarecido não poderia hoje admitir. (Introdução, p. 9)

2. Por um aprofundado estudo das manifestações do além-túmulo, o Espiritismo demonstra que esses fatos ocorreram em todas as épocas e que uma perfeita comunhão une os habitantes do espaço ao mundo terrestre. (P. 10)

3. O objetivo do homem na Terra não é levar uma vida faustosa e sensual. Um povo não é grande, um povo não se eleva senão pelo trabalho, pelo culto da justiça e da verdade. (P. 11)

4. Contra as doutrinas de negação e morte falam os fatos. Uma experimentação metódica, prolongada, nos conduz à certeza de que o ser humano sobrevive à morte e o seu destino é obra sua. (P. 12)

5. A vida tem um objetivo; a lei moral tem uma realidade e uma sanção; não há sofrimentos inúteis, trabalho sem proveito, nem provas sem compensação. Tudo é pesado na balança do Divino Justiceiro. (P. 12)

6. O homem tem tanta necessidade de uma crença como de uma pátria, como de um lar. Há no coração humano tendências e necessidades que nenhum sistema negativista poderá satisfazer. Mau grado à dúvida que a oprime, desde que a alma sofre, instintivamente ela se volta para o céu. (P. 13)

7. O ideal religioso evolverá, como todas as manifestações do pensamento. A futura fé, que já emerge dentre as sombras, não será nem católica nem protestante; será a crença universal das almas, que reina em todas as sociedades adiantadas do espaço, mediante a qual não há antagonismo entre a ciência e a religião. (P. 14)

8. O Moderno Espiritualismo, em que renascem tantas verdades há séculos ocultas, ressurge sob mais imponentes formas, para encaminhar a um novo ciclo ascensional a Humanidade em marcha. (P. 15)

9. A Igreja só foi verdadeiramente popular e democrática em suas origens, durante os tempos apostólicos. No dia em que foi oficialmente reconhecida pelo Império, a partir da conversão de Constantino, tornou-se a amiga dos Césares e, algumas vezes, a cúmplice dos grandes e dos poderosos. (P. 18)

10. Grande e bela, no entanto, foi outrora a Igreja de França, asilo dos mais elevados espíritos e das mais nobres inteligências. Os grandes mosteiros, as abadias célebres tornaram-se os refúgios do pensamento humano. (P. 19)

11. Onde estão hoje, na Igreja, os pensadores e os artistas, os verdadeiros sacerdotes e os santos? Eles cederam lugar aos políticos combativos e negocistas. (P. 19)

12. Jesus não fundou a religião do Calvário para dominar os povos e os reis, mas para libertar as almas do jugo da matéria e pregar, pela palavra e pelo exemplo, o único dogma de redenção: o Amor. (P. 21)

13. Esqueçamos os despotismos solidários dos reis e da Igreja, a Inquisição e suas vítimas, e voltemos aos tempos atuais, em que ela cometeu um de seus maiores erros: a definição do dogma da infalibilidade papal. (P. 21)

14. O vestuário do Papa, seus gestos e atitudes, o cerimonial e o fausto de sua cúria, tudo recorda as pompas cesarianas, o que levou o orador espanhol Emílio Castelar a exclamar, vendo Pio IX carregado na sédia, a caminho de S. Pedro: “Aquele não é o pescador da Galiléia, é um sátrapa do Oriente!” (PP. 21 e 22)

15. Na Igreja a teologia aniquilou o Evangelho, como nas Sinagogas o Talmude havia desnaturado a Lei. (P. 22)

16. A doutrina revelada pelos Espíritos é bem mais ampla que os dogmas exclusivos das Igrejas agonizantes e, se o futuro pertence a alguém, há de o ser indubitavelmente ao espiritualismo universal. (P. 23)

17. O Cristo nada escreveu. Suas palavras, disseminadas ao longo dos caminhos, foram transmitidas de boca em boca e, posteriormente, transcritas em diferentes épocas, muito tempo depois da sua morte. (P. 25)

18. Não é senão entre os anos 60 e 80 que aparecem as primeiras narrações escritas, a de Marcos a princípio, que é a mais antiga, depois as de Mateus e Lucas [1]. Foi entre os anos 80 e 98 que surgiram os evangelhos de Lucas e de Mateus. Entre 98 e 110, apareceu em Éfeso o evangelho de João. Embora a Igreja só reconheça esses quatro, são conhecidos cerca de vinte evangelhos. (P. 26)

19. Os primeiros apóstolos limitavam-se a ensinar a paternidade de Deus e a fraternidade humana, e demonstravam a necessidade da penitência, isto é, da reparação das nossas faltas. (P. 27)

20. Com Paulo, e depois dele, surgem doutrinas confusas no seio das comunidades cristãs. Sucessivamente, a predestinação e a graça, a divindade do Cristo, a queda e a redenção, a crença em Satanás e no inferno serão lançadas nos espíritos, alterando a pureza e a simplicidade dos ensinamentos de Jesus. (P. 27)

21. Os evangelhos de Marcos, Lucas e Mateus, designados sinóticos, acham-se fortemente impregnados do pensamento judeu-cristão dos apóstolos; o evangelho de João se inspira, porém, em influência diferente. Encontra-se nele um reflexo da filosofia grega, rejuvenescida pelas doutrinas da escola de Alexandria. (P. 28)  (Continua na próxima edição.)

 


[1] Os historiadores e Léon Denis, se confiarmos nas informações de Emmanuel, estão errados. Em Paulo e Estêvão, livro psicografado por Francisco Cândido Xavier, Emmanuel diz que as anotações de Levi, ou Mateus, já circulavam e eram copiadas quando Marcos nem havia começado suas tarefas.
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita