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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 62 - 29 de Junho de 2008

ORSON PETER CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br

Matão, São Paulo (Brasil)
 

Ausência de compaixão 


Lamentável o escândalo que a mídia está fazendo com o caso da menina assassinada e supostamente jogada do quinto andar de um prédio em São Paulo.

Independente dos resultados da investigação, da ocorrência lamentável do assassinato, da violência perpetrada contra uma criança, não se justifica o assédio da imprensa, a valorização exagerada do infeliz acontecimento.

Apesar de tudo, a família merece compaixão. Já enfrentam, por si só, os envolvidos na questão, um drama onde não podemos imaginar, nem julgar, a origem, o fato em si e os desdobramentos que virão da violência, com morte, contra a menina.

Precipitamo-nos em julgar, condenar, massacrar. A mídia, por sua vez, exagerando no noticiário, com inserções, várias vezes ao dia, do andamento de prisões, depoimentos, libertação, testemunhas etc., apenas tornam o fato mais cruel do que já é.

Para que tudo isso? Fico a pensar...  Para que divulgar o mal? Para exigir justiça? Para valorizar o momento infeliz vivido pelos personagens do difícil drama?

O mal não merece comentário. Claro que os fatos geram notícias, que são necessárias até para que nos preservemos da violência, para que vigiemos o próprio comportamento para igualmente não nos envolvermos nesses lamentáveis acontecimentos. Todavia, para que infernizar ainda mais a vida dessa família?

Para que alimentar um clima de violência, exercendo pressões sobre o já conturbado ambiente do planeta? Já não é hora de voltarmos os olhos com compaixão para esses sofridos personagens?

É verdade, violaram a lei. Alguém cometeu a violência de um assassinato. A lei humana tem o dever de esclarecer o caso. As leis morais já possuem mecanismos próprios de reparação. Mas o inconcebível é mesmo o exagero da informação como se esse fosse o mais importante assunto do país e da atualidade.

Milhares de crianças morrem diariamente de fome no mundo; violências são perpetradas contra mulheres; a dengue virou epidemia no Rio de Janeiro, igualmente causando mortes. Por outro lado, porém, igualmente nascem diariamente milhares de crianças no Brasil, trazendo o cuidado e competência de profissionais da medicina e de instituições hospitalares, que oferecem estrutura para que mais seres humanos sejam recepcionados no país, apesar de todas as dificuldades que o país enfrenta na área da saúde.

Não é melhor buscar, selecionar e divulgar o quanto de bom acontece diariamente? Não seria bom mostrar reportagens e fazer inserções de salas de aula, de crianças especiais amparadas pelas APAEs, do cotidiano das empresas com seus funcionários em atividades? Não seria muito mais motivador para a mentalidade brasileira assistir diariamente aos eventos de cultura, de arte? Não seria mais saudável que a TV e os jornais destacassem nobres iniciativas de diferentes profissionais e voluntários em todo o país, trabalhando para o bem da coletividade?

Ah! Nossa tendência humana de valorizar o lado ruim dos acontecimentos!

E nesse lamentável fato, existe um lado bom? Não seria hora de pensar nisso? Há algum lado positivo a extrair dessa história toda? Se o Mestre da Humanidade se defrontasse com a ocorrência, como reagiria? Ele não abraçaria o autor da desdita, com olhos de compaixão e tolerância, convidando-o à reparação do mal e à melhora de si mesmo? Como procedeu com a mulher adúltera, não julgaria e nos convidaria igualmente a não julgar...

Afinal, não conhecemos a íntegra da história, razões que, embora não justifiquem, expressam a carência e fragilidade de nossa condição humana, aprendizes da ciência de viver.
 


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O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita