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Estudando a série André Luiz
Ano 2 - N° 62 - 29 de Junho de 2008

MARCELO BORELA DE OLIVEIRA
mbo_imortal@yahoo.com.br
Londrina, Paraná (Brasil)  

Obreiros da Vida Eterna
 

(Parte 18 e final)

André Luiz

Concluímos hoje o estudo da obra Obreiros da Vida Eterna, de André Luiz, psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier, ao qual se seguirá o estudo do livro No Mundo Maior, do mesmo autor, publicado em 1947 pela Federação Espírita Brasileira.

Questões preliminares

A. Que ensinamentos ensejou a eutanásia praticada em Cavalcante?

R.: O principal ensinamento foi verificar que a injeção sedativa, veiculando anestésicos em dose alta, afetara-lhe o corpo perispirítico, como se fora choque elétrico. Devido a isso, ele permanecia quase inerte, ignorando-se a si mesmo. Qualquer droga, no campo infinitesimal dos núcleos celulares, se faz sentir por propriedades elétricas específicas. Todo remédio está  saturado de energias eletromagnéticas em seu raio de ação. É por isso que o veneno destrói as vísceras e o entorpecente modifica a natureza das células em si, impondo-lhes incapacidade temporária. A gota medicamentosa tem princípios elétricos, como também acontece às associações atômicas que vão recebê-la. Em plano algum a Natureza age aos saltos. O perispírito, formado à base de matéria rarefeita, mobiliza igualmente trilhões de unidades unicelulares que abandonam o corpo físico saturadas da vitalidade que lhe é peculiar. Daí os sofrimentos e angústias de determinadas criaturas, além do decesso. Os suicidas costumam sentir, durante longo tempo, a aflição das células violentamente aniquiladas, enquanto os viciados experimentam tremenda inquietação pelo desejo insatisfeito. Na eutanásia fenômeno semelhante se dá. (Obreiros da Vida Eterna, cap. 19, pp. 282 a 286.)

B. Que pedido fez Zenóbia aos colaboradores da instituição dirigida por Adelaide?

R.: Zenóbia primeiro lembrou a todos que Adelaide, depois de muito cooperar nas obras do bem, necessitava agora de passagem livre a caminho da espiritualidade superior. Não havia, pois, qualquer sentido nos pensamentos de angústia que, partindo dos seus colaboradores, a envolviam. A aflição com que eles intentavam reter a missionária do bem, era filha do egoísmo e do medo. Era indispensável, assim, não reter, com suas lamúrias, a companheira prestes a regressar à verdadeira pátria. (Obra citada, cap. 19, pp. 289 a 294.)

C. Como se deu a desencarnação de Adelaide?

R.: Aproximando-se o momento da desencarnação, Adelaide rogou a Jerônimo lhe fosse concedido o obséquio de tentar, ela própria, a sós, a desencarnação. E assim se fez. André e Jerônimo se mantiveram em câmara próxima, em vigilância, durante as longas horas que a benfeitora consumiu no trabalho complexo e persistente da própria liberação. Jerônimo esclareceu que a cooperação do plano espiritual é indispensável no ato conclusivo da liberação, mas o serviço preliminar do desenlace, no plexo solar e mesmo no coração, pode, em vários casos, ser levado a efeito pelo próprio interessado, quando este haja adquirido o preciso treinamento com a vida espiritual mais elevada. No caso de Adelaide, com efeito, Jerônimo interveio apenas no derradeiro minuto, para desatar o apêndice prateado, com o que a agonizante estava finalmente livre. (Obra citada, cap. 19 e 20, pp. 294 a 304.) 

Texto para leitura

114. Efeitos da droga no perispírito - O caso Cavalcante ofereceu a André amplo ensejo a infatigáveis pesquisas. A injeção sedativa, veiculando anestésicos em dose alta, afetara-lhe o corpo perispirítico, como se fora choque elétrico. Devido a isso, ele permanecia quase inerte, ignorando-se a si mesmo. Jerônimo esclareceu: "Qualquer droga, no campo infinitesimal dos núcleos celulares, se faz sentir pelas propriedades elétricas específicas. Combinar aplicações químicas com as verdadeiras necessidades fisiológicas, constituirá, efetivamente, o escopo da Medicina no porvir. O médico do futuro aprenderá  que todo remédio está  saturado de energias eletromagnéticas em seu raio de ação. É por isso que o veneno destrói as vísceras e o entorpecente modifica a natureza das células em si, impondo-lhes incapacidade temporária". E o Assistente continuou: "A gota medicamentosa tem princípios elétricos, como também acontece às associações atômicas que vão recebê-la. Segundo sabemos, em plano algum a Natureza age aos saltos. O perispírito, formado à base de matéria rarefeita, mobiliza igualmente trilhões de unidades unicelulares da nossa esfera de ação, que abandonam o corpo físico saturadas da vitalidade que lhe é peculiar. Daí os sofrimentos e angústias de determinadas criaturas, além do decesso. Os suicidas costumam sentir, durante longo tempo, a aflição das células violentamente aniquiladas, enquanto os viciados experimentam tremenda inquietação pelo desejo insatisfeito". André foi compreendendo, pouco a pouco, a importância do desapego às emoções inferiores para os homens e mulheres encarnados na Crosta. Matéria e espírito, vaso e conteúdo, forma e essência, confundiam-se aos seus olhos como a chama da vela e o material incandescente. Integrados um no outro, produziam a luz necessária aos objetivos da vida. O Espírito, eterno nos fundamentos, vale-se da matéria, transitória nas associações, como material didático, sempre mais elevado, no curso incessante da experiência para a integração com a Divindade Suprema. Prejudicando a matéria, complicaremos o quadro de serviços que nos é indispensável e estacionaremos, em qualquer situação, a fim de restaurar o patrimônio sublime posto à nossa disposição pela Divindade. Ninguém se colocará vitorioso no cume da vida eterna, sem aprender o equilíbrio com que deve elevar-se. Daí as atividades complexas do caminho evolutivo, as diferenciações inumeráveis, a multiplicidade das posições, as escalas da possibilidade e os graus da inteligência, nos variados planos da vida. (Cap. 19, pp. 282 e 283)

115. Cavalcante indaga se é possível uma audiência com Deus - Padre Hipólito fora designado por Jerônimo para orientar Cavalcante em seu processo de renovação. O convalescente fixava os Espíritos, receoso, crendo-se vítima de pesadelo, em hospital diferente. Dizia-se interessado em continuar no corpo terrestre e chamava a esposa insistentemente, repetindo descrições do passado com admirável expressão emotiva. Ao lado de Hipólito, porém, ele se aquietava, humilde. Influíam nele o respeito e a confiança que se habituara a consagrar aos sacerdotes, e Hipólito possuía sobre ele importante ascendente espiritual. Cavalcante ia despertando devagarinho. Seus colóquios com padre Hipólito eram impressionantes, porque ele fazia interrogações intempestivas. Queria saber onde se localizavam o céu e o inferno. Pedia notícias dos santos. Rogava explicações sobre o limbo e, por aí afora, chegando um dia ao cúmulo de perguntar se não lhe seria possível obter uma audiência com Deus, na Corte Celeste. Hipólito precisou mobilizar infinita boa-vontade para tratar com respeito e proveito tamanha boa-fé, ao que um dia, vendo esses surpreendentes diálogos, irmã Zenóbia comentou: "Nossa antiga Igreja Romana, tão venerável pelas tradições de cultura e serviço ao progresso humano, é, de fato, na atualidade, grande especialista em crianças espirituais...". André e Jerônimo tinham agora pela frente o caso Adelaide e vinte e cinco dias já  haviam transcorrido desde o início da tarefa. Adelaide, devido ao avançado enfraquecimento do corpo físico, abandonava-o com a maior facilidade, ao primeiro sinal da presença de André e Jerônimo. Na antevéspera do desenlace, o abnegado doutor Bezerra de Menezes veio visitá-la, como fazia freqüentemente. Ele lhe disse, então, que morrer é muito mais fácil que nascer, pois em ocasiões como esta a resolução é quase tudo. "Ajude a você mesma, libertando a mente dos elos que a imantam a pessoas, acontecimentos, coisas e situações da vida terrena. Não se detenha. Quando for chamada, não olhe para trás" – aconselhou-lhe o venerável benfeitor espiritual. (Cap. 19, pp. 284 a 286)

116. A morte é o melhor antídoto da idolatria - Adelaide revelou ao doutor Bezerra de Menezes que sentia o socorro dos amigos, mas tinha medo de si mesma. Bezerra disse-lhe compreender sua ansiedade: "Também passei por aí. Creia, entretanto, que a lembrança de Jesus, ao pé de Lázaro, foi ajuda certa ao meu coração, em transe igual. Busquei insular-me, cerrar ouvidos aos chamamentos do sangue, fechar os olhos à visão dos interesses terrenos, e a libertação, afinal, deu-se em poucos segundos. Pensei nos ensinamentos do Mestre, ao chamar Lázaro, de novo, à existência, e recordei-lhe as palavras: – Lázaro, sai para fora! Centralizando a atenção na passagem evangélica, afastei-me do corpo grosseiro sem obstáculo algum". A simplicidade de doutor Bezerra encantava. Adelaide sorriu, sem no entanto disfarçar a preocupação íntima. Jerônimo destacou para André as condições excepcionais em que Adelaide partia da Crosta, dizendo que os semeadores do bem, os que se consagram à preparação do futuro com a vida eterna, através de manifestações de espiritualidade superior, instintivamente aprendem todos os dias a morrer para a existência inferior. Pouco tempo depois, Adelaide foi conduzida por Jerônimo a breve excursão na Casa Transitória, onde Zenóbia desejava vê-la, antes do desenlace. No instituto, Adelaide era alvo do carinho geral. E depois revelou a Zenóbia que, quanto menos se via presa ao corpo, mais se ampliava a exigência de parentes e amigos...Como portar-se ante essa situação? como fazer-lhes sentir a realidade? Ela enlaçara-se em vastos compromissos, tornando-se, involuntariamente, a escora espiritual de muitos. Zenóbia escutou-a, atenta, e observou: "Reconheço os obstáculos, mas não se amofine. A morte é o melhor antídoto da idolatria. Com a sua vinda operar-se-á  a necessária descentralização do trabalho, porque se dará  a imposição natural de novo esforço a cada um. Alegre-se, minha amiga, pela transformação que ocorrerá  dentro em pouco. Reanime-se, sobretudo, para que a sua situação se reajuste naturalmente sem qualquer ponto de interrogação ao término da experiência atual". Zenóbia silenciou alguns momentos e avisou: "Temos ainda a noite de amanhã. Aproveitá-la-ei  para dirigir-me aos seus colaboradores, em apelo à compreensão geral. Amigos nossos contribuirão para que se reúnam em assembléia, como se faz indispensável". (Cap. 19, pp. 286 a 289)

117. Colaboradores de Adelaide se reúnem para ouvir Zenóbia - Após a conversa com Zenóbia, Adelaide tornou ao corpo, bem disposta e reanimada. No decurso do dia, Jerônimo e a diretora da Casa Transitória combinaram medidas relativas à reunião da noite. Mais tarde, através de reiterados passes magnéticos sobre os órgãos da circulação, aplicados por Jerônimo, Adelaide entrou em fase de inesperada calma, tranqüilizando o campo das afeições terrenas. Renovaram-se de súbito as esperanças. Multiplicaram-se as vibrações de paz e as preces de reconhecimento. Em vista disso, iniciou-se com grande facilidade, após a meia-noite, o trabalho preparatório da grande reunião. Colaboradores diversos trouxeram os companheiros da instituição, provisoriamente desenfaixados do corpo físico pela atuação do sono. A maior percentagem de recém-chegados se constituía de mulheres e todos traziam a mente polarizada na prece, em favor da benfeitora doente. A reunião seria realizada no extenso salão de estudos e preces públicas, devidamente preparado. A enorme dependência fora submetida a rigoroso serviço de limpeza. Os componentes da reunião podiam descansar tranqüilos, sem o assédio de correntes mentais inferiores. Zenóbia entrou no recinto acompanhada de beneméritos amigos da casa, conduzindo Adelaide. Sua mão despedia raios de claridade safirina, com tanta prodigalidade, que proporcionava a todos a idéia de estar em comunicação com extenso e oculto reservatório de luz. Finda a saudação, feita com formosa ternura, a diretora da Casa de Fabiano dirigiu-se aos ouvintes, com visível energia. Tinha início o seu apelo. (Cap. 19, pp. 289 a 291)

118. O apelo de Zenóbia aos amigos de Adelaide - A diretora da Casa de Fabiano disse que seria breve e que ali comparecia apenas para fazer-lhes pequeno apelo. Aludiu então às condições orgânicas de Adelaide, que, depois de muito cooperar nas obras do bem, necessitava agora de passagem livre a caminho da espiritualidade superior. "Por que a detendes?", indagou Zenóbia. Não havia qualquer sentido nos pensamentos de angústia que, partindo dos seus colaboradores, a envolviam. Todos deveriam pensar na necessidade de ação individual, no campo do bem. Não era possível manter-se na ociosidade, à distância do desenvolvimento de suas possibilidades infinitas. A aflição com que eles intentavam reter a missionária do bem, era filha do egoísmo e do medo. Alguns se apoiavam na confiança de que Adelaide se tornou depositária fiel; outros pretextavam orfandade espiritual, simplesmente pelo receio de enfrentar, por si mesmos, as dores e os riscos, as adversidades e os testemunhos inerentes à iluminação do caminho para a vida eterna. Zenóbia falava com serenidade, mas era objetiva: "Criais semideuses e gastais o incenso de infindáveis referências pessoais, estabelecendo problemas complexos que lhes reduzem a capacidade de serviço, olvidando as sementes divinas de que sois portadores". "Se o ídolo não vos corresponde à expectativa, alimentais a discórdia, a irritação, a exigência; se falha, após o início da excursão para o conhecimento superior, senti-vos desarvorados; se rola do pedestal de cera, experimentais o frio pavor do desconhecido pelo auto-relaxamento na renovação própria", acrescentou Zenóbia, que foi conscientizando a todos da necessidade de não reter, com suas lamúrias, a companheira prestes a regressar à verdadeira pátria. "Não somos infensos às manifestações de carinho. A saudade e o reconhecimento caminham juntos. Todavia, no âmbito das relações amistosas, toda imprudência resulta em desastre", advertiu a generosa diretora da Casa Transitória. (Cap. 19, pp. 291 a 294)

119. A desencarnação de Adelaide - Zenóbia fez breve interrupção em sua palestra e, nesse instante, como se lhe atendessem, de muito alto, os apelos silenciosos, começaram a cair no recinto raios de luz balsamizante, acentuando-lhes a sensação de felicidade e contentamento. Depois de longo silêncio, Zenóbia continuou: "Afirmais mentalmente que Adelaide é a viga mestra deste pouso de amor, que surgirão dificuldades talvez invencíveis para que seja substituída no leme da orientação geral; entretanto, sabeis que vossa irmã, não obstante os valores incontestáveis que lhe exornam a personalidade, foi apenas instrumento digno e fiel desta criação de benemerência, sem ter sido, porém, sua fundadora". Relatou então que Adelaide afeiçoou-se ao espírito cristão, ao qual todos poderiam adaptar-se por sua vez. Pouco tempo depois, a assembléia se desfez. Adelaide, ao retornar à matéria, respirava, radiante, todavia seu corpo perispiritual ganhara tamanha energia, que o regresso às células de carne foi complicado e doloroso. Depois da palavra de Zenóbia extinguiram-se as correntes mentais de retenção que se mantinham antes, pelo entendimento fraterno da comunidade reconhecida. O corpo carnal privou-se do permanente socorro magnético, que o afluxo daquelas correntes alimentava, atenuando-lhe a resistência e precipitando a queda do tono vital. Além disso, o contentamento daquela hora robusteceu-lhe de tal maneira os centros perispirituais, que seria impossível evitar a sensação angustiosa no contacto com os órgãos doentios. A desencarnação era questão de horas. Adelaide rogou a Jerônimo lhe fosse concedido o obséquio de tentar, ela própria, a sós, a desencarnação. E assim se fez. André e Jerônimo se mantiveram em câmara próxima, em vigilância, durante as longas horas que a benfeitora consumiu no trabalho complexo e persistente da própria liberação. Jerônimo esclareceu que a cooperação do plano espiritual é indispensável no ato conclusivo da liberação, mas o serviço preliminar do desenlace, no plexo solar e mesmo no coração, pode, em vários casos, ser levado a efeito pelo próprio interessado, quando este haja adquirido o preciso treinamento com a vida espiritual mais elevada. Realmente. No caso de Adelaide, o Assistente interveio apenas no derradeiro minuto, para desatar o apêndice prateado. A agonizante estava livre, enfim!... A casa foi aberta à visitação geral e pôde-se observar discreta atitude de respeito, serenidade e conformação na mente dos cooperadores encarnados do instituto, evangelizados pelo verbo construtivo de Zenóbia. Adelaide ficou até a inumação dos despojos, consolando amigos e recebendo consolações. Só mais tarde, depois de orar, fervorosamente, no último pouso de seu corpo físico, é que ela, serena e confiante, cercada de numerosos amigos, partiu em direção da Casa Transitória, em companhia de André e Jerônimo. (Cap. 19, pp. 294 a 297)

120. Pranto e emoção na prece final de Adelaide - Congregados todos no instituto socorrista de Fabiano, o grupo preparava-se para a ditosa viagem de regresso. As saudades da vida harmoniosa e bela que usufruíam na colônia eram muito grandes. O serviço nas regiões inferiores proporcionava-lhes experiência e sabedoria, acentuava-lhes o equilíbrio, enriquecia-lhes o quadro de aquisições eternas; todavia, nada disso impedia a sede da paz que os aguardava, no lar tépido e suave das afinidades mais puras. A tarefa estava cumprida e todos demonstravam júbilo por isso. Marcada a reunião derradeira na Casa Transitória, rodeavam-se os recém-libertos  – Dimas,  Fábio, Cavalcante e Adelaide – de vários amigos que lhes traziam alegres notícias e boas-vindas confortadoras. Dimas e Cavalcante, agora renovados em espírito, ignoravam como exprimir o reconhecimento que lhes vibrava n'alma, enquanto Adelaide e Fábio, mais evolvidos na senda de luz divina, comentavam problemas transcendentes do destino e do ser, através de observações formosas e surpreendentes, recolhidas na vasta esfera de experiências individuais. Notas de alegria e otimismo transpareciam de todas as palestras, projetos e recordações. Zenóbia foi até à câmara consagrada à prece, para despedir-se do grupo, e pediu a Adelaide que pronunciasse a oração de graças, que seria acompanhada de um comovente hino que ela, Zenóbia, lhes ofereceria, como sinal de afetuoso apreço. A oração de Adelaide foi fervorosa e comovente, e iniciou-se assim: "A ti, Senhor, nossos agradecimentos por esta hora de paz intraduzível e de infinita luz. Agora, que cessou a nossa oportunidade de trabalho nos círculos da carne, nós te agradecemos os benefícios recolhidos, as aquisições realizadas, os serviços levados a efeito... Mais que nunca, reconhecemos hoje a tua magnanimidade indefinível que nos utilizou o deficiente instrumento na concretização de sublimes desígnios! Vacilantes e frágeis, como as aves que mal ensaiam o primeiro vôo longe do ninho, encontramo-nos aqui, venturosos e confiantes, ao pé de teus desvelados emissários que nos ampararam até o fim!..." A oração, voltada até‚ o fim para o agradecimento ao Senhor, foi comovedora, e Adelaide teve de enxugar o pranto para poder concluí-la. (Cap. 20, pp. 298 a 301)

121. O regresso à colônia - Finda a prece, a irmã Zenóbia abraçou Adelaide e, reassumindo o seu lugar, recomendou aos auxiliares que a ajudassem no formoso cântico de agradecimento ao círculo terreno que os irmãos libertos acabavam de deixar. Foi um dilúvio de vibrações cariciosas, que arrancou lágrimas de todos: o hino, de indefinível beleza, era composto de oito estrofes com oito versos cada uma, e reverenciava a "mãe Terra", assinalando a importância da experiência terrestre no processo de evolução da criatura humana. Quando soou a derradeira nota do hino, com os olhos nevoados de lágrimas, o grupo despediu-se de Zenóbia com carinhoso abraço de adeus. André, Jerônimo, Luciana e Hipólito tomaram as mãos dos recém-libertos, imprimindo-lhes energia para a subida prodigiosa, cercados de amigos que os seguiam, alegres e venturosos, a caminho da colônia espiritual. Indefinível júbilo vibrava no peito de todos, empolgados de vigorosa esperança, e, depois de atravessar os círculos de baixo padrão vibratório, em que se localizava a Casa Transitória de Fabiano, o grupo ganhou região brilhante e formosa, coberta pelo céu faiscante de estrelas!... (Cap. 20, pp. 301 a 304)
 


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