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Crônicas e Artigos
Ano 2 - N° 61 - 22 de Junho de 2008

EUGÊNIA PICKINA 
eugeniamva@yahoo.com.br 
Londrina, Paraná (Brasil)
 

Amor e culpa são excludentes

Numa palavra, a ‘deficiência’ lembra-nos da nossa própria fragilidade e vulnerabilidade, e traz-nos de volta para o mundo cotidiano, fazendo-nos acordar do sonho ilusório de uma vida perfeita.” (Juvenal Savian) 

Muitos anos se passaram antes que pudesse entender a nocividade da culpa. Embrenhando-me nos lugares vazios da alma, consegui reconhecer a presença de fardos silenciosos, abandonados sob o escuro. Arrisquei e me misturei a eles para entender, na condição de intérprete, o quanto o passado pode nos iludir e aprisionar. 

Eu sei. Sentir remorso participa do aprendizado, embora não seja errado errar. Mas o remorso só tem uma função: servir de aviso, ou seja, nos alertar que algo está errado e reivindica correção. Nada mais. Além disso, a culpa, considerada por muitos como um nobre sentimento, pois nascida do remorso, na verdade, é mais apta a nos corroer do que educar. 

Uma vida boa exige trabalho árduo e inspiração. Mas, com um mínimo de reflexão, logo reconhecemos que as lembranças brutas, enraizadas nas culpas, podem colapsar a razão e atrasar o processo evolutivo. Com isso, liberar-se do status de culpado é requisito essencial para a transformação de algo menor (sentimento de inércia) em algo maior (força criativa). Isso é pessoal e necessita ser realizado para que o entusiasmo e a gratidão pela vida tomem lugar no existir. 

Para ver o mundo pelos olhos de um aprendiz, temos que cultivar o descostume do julgamento, desembaraçar-se das concepções obtusas da realidade e, com isso, vencer o comportamento neurótico, adestrado para medir, avaliar, condenar.  

Uma atitude que dialoga com o erro ajuda o indivíduo a investir no cuidado com a alma e com a vida de relação. Ainda, essa atitude pressupõe abrir mão do hábito antigo de castigar-se para, em outra direção, admitir os próprios erros e seguir em frente procurando melhorar. 

Em certo sentido, e não seria ousado dizer isso, o mundo se modifica sempre que um de nós expande a consciência e se trata com mais bondade. Com isso, o trabalho individual depende da aceitação de um fato simples: não somos coerentes e pôr uma etiqueta moral de ruindade em nós mesmos só serve para retardar nosso caminhar. Logo, não conheço ninguém que consiga respeitar seu próximo sem antes se respeitar, o que exige amor próprio em primeiro lugar. 

A mudança é a base da existência. E todos nós passamos pelo processo de evolução e diferenciação; se cometemos equívocos, são eles que servirão de matéria-prima para os acertos futuros. Logo, perdoe-se, seja indulgente com aqueles que não têm consciência e acredite: o ato de ser gentil (com si próprio e com o outro) dá significado precioso à vida. 

Além do mais, “os agoras” são sempre convites a uma interpretação amorosa da realidade, porém somente se alinhada a uma regra simples: viva a vida com o coração aberto, pois é dele que o amor e as alegrias são emanados – sentimentos felizes que nos possibilitam celebrar a existência para, em lugar de maldizê-la, abençoar a si mesmo e aquele que passa.
 


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 Revista Semanal de Divulgação Espírita